O estigma que atinge pessoas consideradas acima de um ‘padrão’ de peso, para 64% dos leitores que participaram da enquete da semana no TopMídiaNews, é realidade em Mato Grosso do Sul, e leva termo próprio: gordofobia. Apesar de não ser classificado como crime, como a injúria racial, e muitas vezes encorajado por campanhas de publicidade, o preconceito com pessoas gordas pode sim virar caso de polícia.
Casos recentes em Campo Grande demonstram o que está claro, principalmente, para quem sofre com a exclusão social, olhares, críticas e ridicularização por conta de suas medidas físicas, além de toda pressão que vem também da televisão, revistas e internet. Um destes casos foi o da professora Danielle Gomes, que declarou, em uma rede social, que “gordinhos são feios e doentes”.
A educadora, que dá aulas para crianças, foi rechaçada e virou destaque em jornais por sua atitude, mas não se retratou pelo que muitos chamaram de bullying – e não é caso isolado. Há menos de um mês, na Capital, o proprietário de uma academia de ginástica foi multado pelo Procon após ser denunciado por criar o slogan “Cansado de ser feio e gordo? Seja só feio!”, para recrutar clientes.
Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados em 2016, noticiados pela revista Superinteressante, 51% dos brasileiros estão acima do peso (sendo 17% obesos). Em 2011, eram 48%. Campanhas por uma alimentação saudável e uma redução de peso são uma necessidade, conforme especialistas, mas o, problema é que, às vezes, até elas favorecem o aumento do preconceito.
Preconceito vai além
Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2014, apontou o peso corporal como fator predominante para a ocorrência de bullying frequente (BF) entre alunos das escolas brasileiras, sendo estes também apontados como muito mais propensos a comportamentos de risco, como o consumo de drogas ilícitas, álcool, cigarros e laxantes (ou indução ao vômito), quando comparados com os demais alunos.
De acordo com a análise, na rede pública, 54% dos estudantes que se acham “muito gordos” dizem que são vítimas de bullying. Nas escolas particulares, o índice é ainda mais alto, 63%. Entre as garotas, 34% das que se consideram “muito magras” se sentem sozinhas quase sempre. Já no caso dos meninos, 19% dos que se encaixam nesse perfil se sentem da mesma forma.
Outra pesquisa, que diz respeito ao mercado de trabalho, foi levantada pela empresa de recrutamento Catho Online, com profissionais de alta gerência. O estudo apontou que, dos 16 mil entrevistados, 59,1% admitiram ter algum tipo de objeção na hora de contratar funcionários obesos.
Fonte: Topmidianews.com.br
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