As imagens que se seguem mostram o momento em que um grupo de jovens que persegue um rapaz, e onde uma espécie de líder insulta e pontapeia um outro jovem.
Filmado na Holanda, o filme mostra que às vezes as circunstâncias podem levar a melhor sobre o bullying.
A vítima, que não reage enquanto é verbalmente insultada, acaba por não se conter quando é pontapeado e reage, proferindo um murro que foi suficiente para deixar o agressor no chão.
Livro conta história da vida de uma menina vítima de constrangimentos
POR JÚLIA AMIN
Mar’Junior com sua autobiografia já lançada - Agência O Globo / Zeca Gonçalves
RIO — Depois de rodar todo o país com o espetáculo “Bullying”, que teve mais de 500 mil espectadores, e de fazer sucesso com a autobiografia “Bullying: eu sofri. Eu pratiquei. Eu hoje conscientizo”, o ator e diretor Mar’Junior faz campanha de financiamento coletivo para publicar seu sétimo livro. “Pepita”, que também aborda o tema das obras anteriores, é o primeiro de uma trilogia, escrito depois do roteiro de uma peça homônima apresentada por uma das turmas de sua escola de teatro, a Cia. Atores do Mar.
O livro conta a história de Pepita, uma menina nascida em berço de ouro, inteligente e bonita, que teria tudo para não sofrer bullying, mas acabou vítima de atitudes perversas de Canina e um grupo de meninas da escola. Na obra, o autor explora as origens do bullying, segundo ele, nascidas da desestruturação da família. A trilogia contará o que aconteceu com Pepita dos 2 aos 42 anos.
— A peça veio primeiro. Tem apenas 25 minutos, e só depois resolvi ampliá-la. Tenho tudo na minha cabeça, mas ainda não comecei a escrever o segundo e o terceiro livros. Como em todos eles, eu comprovo que o bullying é um problema originalmente familiar — explica Mar’Junior.
A ideia do autor é levantar R$ 50 mil pelo financiamento coletivo, abrigado em catarse.me/pepita. Imerso na temática, Mar’Junior conta que suas obras contribuem para que as vítimas identifiquem seus sofrimentos, e os praticantes se reconheçam como tais. Ele espera que o livro possa contribuir para a redução dos casos no país.
— O bullying é o mal do século. É um problema que ocorre em todo o mundo, em todo o Brasil, e as pessoas relativizam, falam que é só uma “brincadeirinha” e que existe o “bullying do bem”. Espero que meu livro ajude quem sofre e quem pratica — afirma.
Mar’Junior também está em cartaz com “Super ação”, montagem de sua companhia inspirada no teatro do improviso. O espetáculo é apresentado todos os sábados e domingos até o final deste mês, às 19h, no Clube Olímpico de Jacarepaguá (Estrada dos Três Rios 146, Freguesia). O ingresso custa R$ 40.
João Gabriel do Nascimento, de 10 anos, executa, com razoável desenvoltura, Águas de Março, de Tom Jobim, ao violino. Com dores no pescoço, diz, em tom de brincadeira, que está se sentindo como o astrofísico inglês Stephen Hawking. Filho de uma diarista e um pizzaiolo, João mora no Morro do Cerro Corá, no Cosme Velho, Rio de Janeiro; estuda na Escola Municipal José de Alencar, em Laranjeiras, e aprendeu a ler, sozinho, aos quatro anos. Quando crescer, ainda não sabe se vai ser escritor ou goleiro do Flamengo.
Gustavo Torres da Silva, de 18 anos, é aluno de Engenharia Física na Universidade de Stanford, nos EUA. Nascido no Capão Redondo, bairro pobre da periferia de São Paulo, Gustavo foi aprovado em duas instituições brasileiras - USP, em Engenharia Elétrica, e UFSCar, em Engenharia Física - e cinco americanas: Columbia, Duke, MIT, Harvard e Stanford. Na infância, gostava de ver o pai, técnico de eletrônica, montar e desmontar os eletrodomésticos que trazia para casa.
O que os dois têm em comum? São alunos com altas habilidades, mais conhecidos como superdotados.
Para ser considerado um superdotado, explica a pedagoga Maria Clara Sodré, PhD em Educação pela Universidade de Columbia (EUA), o aluno precisa apresentar, entre outras características, precocidade ou alto potencial em pelo menos uma das sete inteligências definidas pelo psicólogo americano Howard Gardner em sua Teoria das Inteligências Múltiplas.
Em outras palavras: ele precisa ter uma habilidade muito acima da esperada para a sua idade.
No caso de João, sua inteligência é a musical. Como Sivuca e Hermeto Paschoal, dois dos mais virtuosos artistas brasileiros, o menino consegue extrair timbres e sons de qualquer instrumento - musical ou não.
Já a inteligência do Gustavo é a lógico-matemática. Incentivado por seu pai, Adalberto, o garoto gostava de desparafusar o joystick do videogame para ver como funcionava por dentro.
"Alunos superdotados são como diamantes brutos. Se você não lapidá-los, eles terão seus talentos desperdiçados", alerta Maria Clara Sodré.
Garimpando talentos
Na maioria das vezes, quem "garimpa" esses diamantes brutos é a própria família. É o caso de Gustavo, que atribui todo o mérito de suas conquistas acadêmicas ao esforço incansável dos pais.
"Se eles não me tivessem dado livros para ler, quebra-cabeças para montar e cursos para estudar, eu não teria chegado tão longe", reconhece o rapaz.
Em alguns casos, é o professor, em sala de aula, o primeiro a detectá-los.
Foi o que aconteceu com Tauat dos Santos Lara, de 14 anos. Quando estudava na Escola Municipal Minas Gerais, na Urca, Zona Sul do Rio, era sempre o primeiro a terminar os exercícios.
"Um dia, a professora de Matemática me indicou livros mais avançados. E até sugeriu que eu pulasse de série", recorda Tauat. Hoje aluno do 9º ano do Colégio Pedro 2º, Tauat é tricampeão nas Olimpíadas de Matemática das escolas públicas.
Em casa ou no colégio, os sinais são sempre os mesmos. "Aprendem com rapidez, gostam de fazer perguntas, têm excelente memória, apresentam rico vocabulário e tiram notas boas", enumera a psicóloga Cristina Delou, doutora em Educação pela PUC-SP e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Desde 2014, Delou já capacitou 200 professores da rede pública do Rio de Janeiro para reconhecer superdotados.
Os alunos que se destacam dos demais, por terem pensamento lógico, facilidade de aprendizado ou senso de justiça, entre outros atributos, são avaliados por um psicólogo ou um psicopedagogo, através de testes específicos de conhecimento.
Feito o diagnóstico, o estudante é encaminhado a um instituto especializado para aprimorar seu talento.
"Os mitos relacionados à superdotação são incontáveis: uns dizem que eles são gênios, outros, que são bons em tudo e outros, ainda, que não precisam de ajuda. Sem orientação adequada, muitos deles perdem o interesse nos estudos e abandonam a escola", explica Inês França, gerente de projetos do instituto Ismart, que atua auxiliando superdotados do Rio.
Bullying
Segundo o Censo Escolar de 2014, o Brasil tem hoje 13.308 alunos superdotados na Educação Básica - um número 17 vezes maior que o registrado em 2000. Mas, pelos cálculos da OMS, esse número pode chegar a 2,4 milhões de estudantes.
Desses 13 mil alunos, pelo menos 12, do 1º ao 9º ano, estudam na Escola Municipal José de Alencar, na Zona Sul do Rio. Na chamada sala de recursos, os estudantes com altas habilidades não aprendem regras gramaticais, fatos históricos ou equações matemáticas. Lá, eles são orientados a desenvolver as habilidades que fazem deles alunos superdotados.
Enquanto João mostra a música nova que tirou no violino, Shaft Novakoski Gutemberg, de 13 anos, e Francisco Gomes de Castro, de 10 anos, se enfrentam no xadrez.
"Mais do que transmitir conhecimento, quero prepará-los para a vida. São eles que, no futuro, vão ajudar a resolver os problemas do Brasil e do mundo", acredita a psicóloga Cláudia Feijó, que trabalha há 25 anos com superdotados, sendo 15 na José de Alencar.
Um dos desafios a serem enfrentados hoje pelos superdotados é o bullying. Por serem diferentes dos demais, costumam ser alvo da implicância dos colegas.
"Em alguns casos, alunos com altas habilidades chegam a esconder seu talento para não serem hostilizados dentro e fora de sala de aula", denuncia Susana Pérez, presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação (ConBraSD).
Mãe de superdotados
Não por acaso, a advogada Cláudia Hakim, 41, prefere manter em sigilo a identidade dos filhos: de 12 e 15 anos. A mais velha começou a falar quando tinha um ano, aprendeu a ler por volta dos três e já estava alfabetizada aos quatro.
"Enquanto os demais alunos estavam começando a aprender o alfabeto, minha filha já escrevia uma pequena redação, sem erros de ortografia", orgulha-se Hakim.
No Ensino Fundamental, os dois tiveram que ser "acelerados" de turma: a primogênita pulou do primeiro para o terceiro ano e o caçula do pré para o segundo ano.
Hoje, a menina é aluna do segundo ano do Ensino Médio e o garoto estuda no oitavo ano do Fundamental. Hakim, por sua vez, formou-se em Direito Educacional, criou o blog Mãe de Crianças Superdotadas em 2010 e lançou o livro Superdotação e Dupla Excepcionalidade em 2016.
Para os pais que desconfiam da inteligência acima da média dos filhos, Hakim dá uma dica: procure estimular essas habilidades de forma lúdica e na medida do interesse deles, sem forçar a barra.
"A superdotação é apenas um aspecto do comportamento de seu filho e não é o único. Por essa razão, é importante respeitar as fases do desenvolvimento da criança, deixá-la vivenciar sua infância e lembrar que, antes de ser superdotada, ela é uma criança e precisa ser tratada como tal", recomenda.
As vítimas de bullying, em geral, tem algum tipo de característica de fragilidade ou vulnerabilidade que as faz ser tornar alvo do intimidador (“buller”)
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Como saber se seu filho está sendo vítima de bullying? Primeiramente, saiba o que é o bullying. O problema envolve um comportamento agressivo (seja por palavras ou atitudes), repetitivo, feito por alguém que exerce algum tipo de poder ou intimidação sobre outra pessoa do mesmo nível hierárquico (diferente do assédio moral, quando é exercido por alguém de nível hierárquico superior sobre um subalterno).
O comportamento de domínio é muito frequente em animais que vivem em grupos: tipicamente, o macho-alfa exerce um poder sobre os demais machos, determinando uma hierarquia/ordem social no grupo. Entre os seres humanos, esse comportamento foi sendo inibido à medida que foi se constituindo a civilização humana. Em certo sentido, os humanos estabelecem um “acordo” em que a hierarquia e as regras são respeitadas, seja pelas leis impostas pela sociedade, seja por um acordo implícito entre as partes.
Só que, na prática, essa interação é bem mais complexa, pois envolve personalidades e temperamentos diferentes. Pensando no modelo da psicanálise freudiana, o ID representaria a instância instintiva, presente já no nascimento, e exercendo seu impulso “indiscriminadamente”. Aos poucos, especialmente na fase de elaboração do complexo de Édipo, a criança incorporará limites dentro de si mesma, o que virá a constituir o SUPERGO, a instância psíquica moral do ser humano, responsável pelo controle dos impulsos do ID. Por sua vez, estas duas também serão mediadas pelo EGO, que funcionaria como uma espécie de gestor de ambas frente à REALIDADE. As características de cada indivíduo de certo modo serão responsáveis pela maneira como este interagirá socialmente.
As crianças, obviamente, não nascem sabendo de tudo isso. É preciso ensiná-las a respeitar limites e os demais seres humanos. De certo modo, elas aprendem a domar seus próprios instintos e desejos, inclusive o de dominar seus pares. Este é um dos papéis fundamentais dos pais, os primeiros e mais importantes modelos que a criança toma para aprendizado das regras sociais. É importante lembrar que cada criança, desde cedo, começa a demonstrar seu temperamento e suas características de comportamento: umas mais tímidas, outras mais extrovertidas... E essas características serão moldadas ao longo do tempo, conforme o ambiente familiar e social. Aspectos culturais também devem ser levados em conta. Especialmente em relação aos meninos, que são cobrados desde cedo a se tornarem corajosos e fortes no contexto social ao qual pertencem.
Vale lembrar que a função das escolas é ensinar, e não educar. Essa responsabilidade é dos pais. É bastante frequente que os pais se abstenham deste papel e deleguem às escolas uma função que não é delas. Se uma criança não tem capacidade de se conter e respeitar os colegas (e de se fazer respeitar), trata-se de um problema já instalado, provavelmente originado da educação em casa. Será preciso que os pais mudem seu modo de lidar com a criança, tentando corrigir o que não foi ensinado no momento certo. Muitas vezes, é necessário que os pais procurem orientação/psicoterapia para que seja possível rever os limites da criança.
As vítimas de bullying, em geral, tem algum tipo de característica de fragilidade ou vulnerabilidade que as faz ser tornar alvo do intimidador (“buller”). Pode ser algum aspecto físico (a criança “gordinha” ou “baixinha”, por exemplo) ou psicológico (a criança “tímida” ou mais “infantil”, em comparação com as demais). As vítimas do bullying têm vergonha de contar o que estão sofrendo. Cabe aos pais detectar as mudanças no comportamento da criança (não querer ir à escola, mostrar-se triste ou angustiada quando chega a hora de ir à escola, não demonstrar interesse em participar das atividades no recreio, entre outras).
Um aspecto particular do bullying que tem se tornado muito preocupante e atinge mais especialmente os adolescentes é o “cyberbullying”. Trata-se do bullying exercido através do uso da internet, através do uso de redes sociais (por exemplo, Facebook) ou de sistemas de comunicação de grupo (por exemplo, WhatsApp). Frequentemente, estão associadas a “sexting” (fusão das palavras “sex” e “texting”), a troca de mensagens, fotos ou vídeos de conteúdo erótico explícito através do celular. Em situações extremas, nas quais uma pessoa tem uma situação íntima exposta publicamente a milhares de pessoas, as vítimas têm, infelizmente, chegado a cometer suicídio. As meninas costumam ser as principais vítimas.
As abordagens para manejo tanto do agressor quanto da vítima são, principalmente, de base psicoterápica. Para o “buller”, o trabalho envolve amenizar seu comportamento agressivo. Já para a vítima do bullying, a terapia ajuda a superar a dificuldade de se expressar e se defender. Em ambos os casos a orientação ou terapia dos pais é indicada, uma vez que estes muitas vezes se sentem “perdidos” e não conseguem lidar adequadamente com seus filhos.
Prof. Dr. Mario Louzã - Médico psiquiatra e psicanalista, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. (CRMSP 34330).
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa debateu o combate à violência contra adolescentes LGBTT. A senadora Fátima Bezerra (ao centro) presidiu a reunião Geraldo Magela/Agência Senado
Pesquisa com adolescentes brasileiros gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros mostra que 73% sofrem bullying e 37% já apanharam na escola. Os números foram apresentados nesta terça-feira (22) em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
A pesquisa foi feita de janeiro a março por organizações não-governamentais em seis países da América Latina: Argentina, Brasil, Peru, Colômbia, Uruguai e Chile. O objetivo era detectar problemas sofridos pelos alunos LGBT. Os resultados podem ajudar os governos em políticas que melhorem o ambiente escolar prevenindo, por exemplo, o suicídio juvenil.
No Brasil, foram ouvidos 1.016 estudantes de 13 a 21 anos. Sessenta por centro disseram se sentir inseguros na escola, 73% foram agredidos verbalmente, 48% ouvem comentários homofóbicos e 27% foram agredidos fisicamente. Já 36% acham a escola ineficaz para evitar agressões.
Para Toni Reis, coordenador da pesquisa no Brasil e secretário de educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, os dados são alarmantes. É preciso criar políticas públicas que minimizem essas situações.
A senadora Fátima Bezerra considerou muito importante que os professores de toda rede de ensino pública e privada tomem conhecimento da pesquisa.
- A pesquisa precisa chegar ao chão das escolas, precisamos acabar com a intolerância e o ódio no Brasil, principalmente neste momento de ataques à democracia – firmou.
Ela acrescentou que iniciativas como o projeto Escola Sem Partido, apelidada de Lei da Mordaça, só incentiva a intolerância. Em sua opinião, não se pode aprovar legislações que “atacam os direitos humanos, tirem a liberdade de expressão dos professores e calem o censo crítico dos estudantes”.
Além da senadora, participaram do debate a coordenadora-geral do Conselho Nacional de Combate à discriminação e Promoção dos Direitos Humanos da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Kátia de Andrade; o diretor de Políticas de Educação em Direitos Humanos do Ministério da Educação, Daniel de Aquino; o presidente da Fundacíon Todo Mejora, Julio Dantas, coordenador internacional da pesquisa; e a oficial de projetos de setor de Educação da Unesco, Mariana Braga.
Com informações da TV Senado
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Adolescente disse que queria matar estudantes para se vingarRecord Minas
Um adolescente, de 13 anos, foi armado para escola em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, com uma faca, um facão e flechas. O estudante alegou que sofria bullying e queria se vingar.
A Polícia Militar foi chamada pela direção da Escola Estadual Américo Lopes, depois que o aluno correu atrás de outros estudantes com o equipamento. Ele informou que estava cansado das brincadeiras de mal gosto dos colegas e resolveu a ir armado para matá-los. Chegando ao local, os militares conseguiram contar a situação, desarmaram o aluno e apreenderam o material. De acordo coma polícia, o adolescente disse que foi armado para a escola inspirado em um atirador dos Estados Unidos, que matou vários estudantes em um colégio americano
A direção da instituição informou que o jovem sempre teve um comportamento exemplar. Segundo a diretora, ele sempre foi muito tímido e nunca contou aos professores ou à direção que era vítima de bullying.
Por telefone, a diretora da instituição disse que o aluno foi transferido para outro turno e que as famílias de todos os envolvidos foram chamadas para uma reunião que vai ser feita para discutir o que aconteceu e as medidas necessárias a serem tomadas. O garoto deve receber acompanhamento psicológico.
“Boa tarde, Dr. Douglas. Vejo seu blog todos os dias. Gosto muito das respostas dadas aos leitores. Estou escrevendo, novamente, com um outro assunto. Sou pedagoga , assistente social, professora e psicopedagoga. Trabalho há 05 anos em uma faculdade. Gosto de trabalhar nesta instituição, porém, não trabalho nas áreas em que me formei. Enquanto não arrumo trabalho na área, estou trabalhando em outras atividades. No setor que trabalho, somos somente eu e minha chefe. Sofro bullying por parte dela, diariamente. Tudo que me manda fazer, faço da melhor maneira possível e ela não fica satisfeita com nada. Vive jogando na minha cara que me mudaram de setor porque fiz algo grave e já me deu 02 advertências. Quando algum setor me chama para conversar, ela quer saber o que queriam comigo na reunião. Quando vou sair da sala, tenho que dar satisfação de onde vou. Se demoro mais que 10 minutos, ela quer saber o porquê da demora. Tenho problema urinário; por isso, preciso ir constante ao banheiro. Trabalho como PCD nesta empresa. Já conversei com a psicóloga do RH sobre o que vem acontecendo comigo. Ela disse que iria ver a possibilidade de mudar de setor, mas, até agora, nada aconteceu. Fiquei sabendo que uma funcionária de outro setor havia sito desligada. Demonstrei interesse em ir pra lá. Minha chefe brigou comigo e disse que eu deveria tê-la comunicado antes. Tenho medo do que pode acontecer. Conversei com ela para eu pudesse pagar algumas horas que estava devendo, fora do horário, e ela não autorizou. Pede para fazer hora extra somente no dia que quer, e às vezes, tenho que desmarcar um compromisso só porque ela assim o deseja. Volto do serviço passando mal, com dor de cabeça e chorando. Outro dia, sequer consegui almoçar. Minha chefe não aceita diálogo e sempre acha que tem razão. Não estou feliz. Estou com medo de ser mandada embora, porque, onde trabalho, funcionários são demitidos todos os dias. O que devo fazer? Por favor, me ajude”!
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Reposta:
Querida leitora, muito obrigado pelos elogios. São eles que me dizem estar no caminho certo, aqui no blog. Existem dois pontos na sua história que, infelizmente, se repetem com muita constância em nosso país. O primeiro deles diz respeito a você não trabalhar nas áreas em que se formou. Pelo visto, você tem uma excelente formação, com duas graduações e uma pós-graduação. Realmente, isso não é pra qualquer um. Por outro lado, ainda não conseguiu exercer as profissões nas quais se formou. É triste ver isso mas, é uma dura realidade. Sobretudo em uma época de crise econômica, assistimos a este tipo de situação com receio e pesar. Outro dia, vi uma reportagem no UOL, falando sobre pessoas com formação superior como Direito e Administração, trabalhando em áreas como auxiliar de serviços gerais e outras funções semelhantes. Claro que trabalhar nessas atividades é algo digno, como qualquer outra profissão. Entretanto, não podemos ser hipócritas, dizendo que alguém forma-se como advogado para exercer funções de gari ou porteiro, por exemplo. Isso trás desânimo e frustração, sem dúvida alguma.
O segundo aspecto da sua história refere-se ao bullying que diz estar sofrendo por parte da sua chefe. Foi mencionado, também, o recebimento de duas advertências. Não tenho como avaliar se elas foram fundamentadas ou não. Apenas você, fazendo um honesto exame de consciência, pode chegar à conclusão de se foram justas ou não. Com relação ao restante do que falou, a situação fica realmente difícil de sustentar: uma chefe intolerante, sempre insatisfeita com sua produtividade e que procura vigiar seus passos o tempo todo. Ainda mais, sendo apenas vocês duas no setor. Diante do cenário que relatou, ao meu ver, medidas corretas foram adotadas. Ter procurado o RH e falado o que vem acontecendo foi uma boa ideia. Também foi inteligente começar a sondar a viabilidade de mudar de setor. Sua chefe, obviamente ficou furiosa, porque ela parece ser o tipo de pessoa que quer estar no controle de tudo e de todos, como se fosse uma ditadora. É muito ruim conviver tão de perto com pessoas que têm este temperamento. Portanto, as duas medidas que tomou, estão dentro do esperado, uma vez que esta situação está, inclusive, te adoecendo.
Choro frequente, dor de cabeça, exaustão e outras coisas. O que você relatou é muito sério. Ao longo dos anos, venho percebendo o quanto uma realidade laboral penosa pode adoecer o ser humano física e mentalmente. Quando nossa personalidade não combina com a atividade que desenvolvemos e/ou com a personalidade de colegas e chefes, o risco de adoecimento é grande. Seu corpo e sua mente estão dando os primeiros sinais e é bom ficar atenta. Você já chegou até mesmo a deixar de almoçar. Continuando neste tipo de rotina, a possibilidade de agravamento do estado de saúde é real. Em minha experiência clínica, vejo que, pessoas que trabalham sob este tipo de pressão, são candidatos a terem Depressão, Estresse, Pânico e quadros psicossomáticos, entre outros. Infelizmente, nem sempre esse tipo de assédio é passível de ser comprovado. O que fica, em grande parte das vezes, é a palavra de um contra a do outro.
Dicas pra você: tudo indica que o problema que sua chefe tem para com você é de ordem pessoal. Esse tipo de conduta, demonstra falta de profissionalismo por parte dela. Ela não é obrigada a gostar de você. Se isso for verdade, ela poderia te transferir ou, até mesmo, demitir. Acontece que ela não faz nem um, nem outro. Prefere ficar te espezinhando, diariamente. Este tipo de conduta me permite até pensar na possibilidade dela sentir algum prazer nisso. Penso que você deva continuar lutando em duas frentes. A primeira, seria a de continuar tentando mudar de departamento, seja por meio do RH, ou fazendo contato com profissionais dos outros setores. A segunda, e que eu considero como mais importante, seria fazer de tudo para conseguir trabalhar na área. Envio de currículos, sites de contratação, jornais etc. Ou seja, faça de tudo para trabalhar no que se formou. Pelo que disse, esse é seu grande desejo. Portanto, corra atrás dele. Lute com todas as forças para sair deste quadro o quanto antes e pense que isso tudo é provisório. No entanto, pra sê-lo, é preciso força, persistência e estratégia. Não entre neste jogo perverso da sua chefe e pense diariamente que isso é provisório e faça por onde. Agindo assim, mais cedo, mais tarde, uma boa oportunidade aparece e você fica livre desta perseguição. Boa sorte!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
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Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim
“Age com culpa, na modalidade de negligência, a instituição de ensino que, desatenta às normas de disciplina interna, coloca em risco a integridade física de seus alunos.” Com esse entendimento, a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) reformou sentença de primeiro grau e condenou o Instituto Coração de Jesus e os pais de um aluno que agrediu um colega nas dependências do colégio a indenizar a vítima em R$ 15 mil. A instituição afirma que recorrerá da ação (veja nota completa abaixo).
A ação foi movida em nome do aluno agredido por sua mãe, policial militar. Ela relata que no dia 22 de novembro de 2010, seu filho, então com 7 anos de idade, chegou em casa com o olho roxo e inchado. Ele contou que havia sido agredido por outros alunos no horário de recreação da escola, mostrando um bilhete escrito pela coordenadora pedagógica. Esta apenas relatou que “infelizmente o colega lhe deu um tapa perto do olho esquerdo”, enquanto jogavam totó, apesar das características do hematoma indicarem que ele fora agredido com um soco.
A policial providenciou um boletim de ocorrência e o exame de corpo de delito. Ao procurar o colégio, ela foi informada de que o aluno que bateu em seu filho possuía um histórico de agressões a outros alunos e pelo ocorrido foi proibido de jogar totó no horário do recreio, o que ela considerou uma sanção leve.
Na ação, ela denuncia a falta de zelo dos prepostos da escola no momento da agressão, pois eles apenas deram ao seu filho uma bolsa de gelo para colocar no olho e deixaram-no no mesmo ambiente dos agressores, que permaneceram zombando do colega. Alega também o descaso da escola, que não a contatou para esclarecer os fatos. Além disso, afirma que seu filho foi vítima de bullying, pois não quis mais frequentar a escola, por medo e vergonha dos colegas, e ela precisou matriculá-lo em outro colégio. Além de pedir a condenação da escola, requereu a condenação também dos pais do aluno agressor.
O juiz de primeira instância negou os pedidos de indenização, o que levou a policial a recorrer ao Tribunal de Justiça.
No julgamento do recurso, o desembargador Newton Teixeira Carvalho, relator, afirmou que os réus não negaram a ocorrência dos fatos, que foram motivados por “conduta omissiva” por parte da escola, uma vez que seus monitores se descuidaram dos alunos.
“O caso dos autos evidencia suposta lesão de ordem extrapatrimonial decorrente de má prestação de serviço educacional, incidindo, na espécie, as disposições do Código de Proteção e Defesa do Consumidor”, afirmou o relator.
Segundo o desembargador, a escola não pode se eximir da responsabilidade pelo acidente, uma vez que era responsável pela vigilância e pela guarda do aluno. Assim, deve “responder pelo risco assumido, embora causado por outro aluno, menor de idade, razão pela qual os pais deste também devem responder pelos atos do filho”.
O relator considerou que o ocorrido atingiu “a honra, reputação e intimidade do aluno, afetando seu comportamento psicológico, causando aflição, desequilíbrio e angústia”. Ele fixou a indenização por danos morais em R$ 15 mil.
Os desembargadores Alberto Henrique e Rogério Medeiros acompanharam o voto do relator.
O Bhaz procurou a instituição de ensino para comentar sobre o caso, mas até a publicação desta reportagem não havia recebido retorno.
O Colégio ICJ informa que prestou toda a assistência necessária ao aluno e a família e que recorrerá da decisão, uma vez que o juiz da 1ª instância, responsável pelos depoimentos e recolhimento de provas, indeferiu os pedidos dos responsáveis pelo aluno.
Otávio, de 11 anos, foi vítima de preconceito por ser negro e ter mãe cadeirante R7
Xuxa e Otávio visitaram quatro instituições em Penápolis, interior de São PauloReprodução/Rede Record
Xuxa foi até Penápolis, no interior de São Paulo, preparar uma grande surpresa e realizar o sonho de Otávio França da Silva, de 11 anos, no programa desta segunda-feira (21).
O menino ganhou uma bolsa de estudos depois de contar no Xuxa Meneghel, no último dia 7, que o seu maior desejo era estudar numa escola particular.
Há duas semanas, Otávio e a mãe foram convidados para se apresentar no palco do programa após o caso deles ganhar ampla repercussão na internet. Os dois começaram a dançar juntos e criaram um projeto de combate ao bulliyng nas escolas. A ideia surgiu quando o menino sofreu preconceito de colegas por ser negro e ter a mãe cadeirante.
Tyrone Unsworth, de apenas 13 anos, já sofria homofobia desde os 5
POR NOTÍCIAS AO MINUTO Na austrália, um menino de 13 anos cometeu suicídio após sofrer bullying homofóbico por anos. O fato ocorreu na terça-feira (22) e policiais já estão investigando o caso.
Um mês antes tirar a sua vida, Tyrone foi hospitalizado após uma briga com um menino fora da escola. O trauma foi tão grande que, segundo sua mãe, ele não quis ir mais para a escola após deixar o hospital.
“Tyrone era vítima de gozações por conta da sexualidade. Era um menino afeminado, adorava moda, maquiagem e os garotos viviam apontando pra ele, chamando de bicha, gay… Isso era uma constante na vida dele desde os 5 anos de idade.”, contou.
Segundo a ABC News e o The Guardian, a direção da escola disse que lamenta o ocorrido, mas que nunca soube dos casos de bullying sofridos por Tyrone.
O enterro está marcado para 1 dezembro, e sua mãe disse que é para todos os presentes irem vestidos de roupas bem coloridas, tal como seu filho gostaria.
A filha mais nova de Eduardo Cunha tirou licença médica de 30 dias na faculdade Ibmec. Bárbara Cunha, 18 anos, disse ter sido vítima de bullying por conta do pai. As informações são do colunista Ancelmo Gois.
Cunha está preso na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde o dia 19 de outubro. A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça.
Desde 2004, quando vimos os acontecimentos pelo mundo, criamos o projeto "BULLYING - violência escolar". No Brasil, cada dia que passa, estudantes se confrontam nas escolas - aCia Atores de Mar´ criou uma ferramenta que ajudará mestres e alunos a combaterem este mal. O foco desta peça teatral é colocar mestres, alunos e elenco, cara a cara, bem próximos uns aos outros, mostrando algumas soluções.
Fundada em 2002, atua nas áreas de cinema, tv, literatura e teatro. Mantém uma escola de teatro e tem seu próprio canal no youtube.
SEDE - Freguesia, Jacarepaguá, RJ - (21) 964584532 (WhatsApp) - e-mail: ciaatoresdemar@gmail.com - Diretores: Mar´Junior, Patrick Moraes e Priscilla Moraes.