Iniciativa no âmbito do projecto “Pontes de Inclusão” pretendeu sensibilizar os jovens para este problema e mostrar-lhes o funcionamento dos tribunais
Um grupo de alunos da Escola Profissional Prática Universal (EPPU), em Bragança, foi a tribunal, na passada quarta-feira, no âmbito de processo relacionado com a prática de bullying. Ainda que fictício, os estudantes ficaram a conhecer melhor o funcionamento dos tribunais e foram alertados para a importância de evitar e denunciar casos deste tipo de violência.
A iniciativa decorreu no âmbito do projecto “Justiça para todos”, que foi desenvolvido através de um outro projecto, o “Pontes de Inclusão”, financiado pelo programa “Escolhas”. Envolveu técnicos, professores e alunos do curso de técnico de turismo da EPPU. De acordo com o professor desta escola, Paulo Pires, o bullying é um tema que preocupa alunos e professores. “É um assunto que nos preocupa. Os alunos têm consciência que, de facto, é uma realidade que infelizmente acontece e não foi por acaso que escolheram este tema, entre os 10 propostos. Alguns dos alunos, à medida que iam trabalhando, deram conta de algumas situações que presenciaram ou até viveram”, contou o docente.
Já Helena Gonçalves, técnica do projecto “Justiça para todos”, salienta o envolvimento dos 22 alunos que participaram na simulação de julgamento. “Foi um projecto que implicou um grande envolvimento por parte dos alunos mas foi muito cativante e motivador. Esperemos que surta o efeito que desejamos, ou seja que eles percebam que o bullying é uma problemática social, que consigam defender-se dessas situações e consigam passar esta mensagem, quando, no futuro, forem pais”, frisou a responsável.
A iniciativa decorreu na passada quarta-feira, no tribunal judicial de Bragança. A primeira sessão do “Justiça para Todos” foi no ano passado, com a simulação de um processo relacionado com o tráfico de seres humanos, protagonizado por alunos do Agrupamento de Escolas Abade de Baçal. Segundo a coordenadora do projecto “Pontes de Inclusão”, Iveta Vilares,a iniciativa evoluiu, notando-se “um envolvimento cada vez maior por parte dos alunos”.
Rafael Ramos, um dos estudantes que participou nainiciativa, recorda que também sofreu deste problema. “Na Escola Primária também fui vítima de bullying mas, na altura, não havia tanto apoio. Por vezes, certos actos eram considerados normais para a idade e agora quem sofre de bullying penso que tem mais apoio”, considera.
Já a colega Ana Teixeira considera que “foi uma iniciativa interessante porque deu para perceber como funciona o tribunal".
Jornalista:
Sara Geraldes
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