JORNAL FLORIPA
- Divulgação/Defensoria Pública do AmazonasRenata Ramos de Lima mostra documento após ganhar direito de usar sobrenome
A dona de casa não sabia sequer qual era a data em que nasceu. Por causa dos colegas do abrigo, o dia do seu aniversário passou a ser 1º de agosto. Renata sofreu "bullying" por não ter sobrenome. O assunto sempre a abalou.
Renata deixou o abrigo aos 18 anos, com a ideia de conseguir um sobrenome para poder tirar todos os documentos necessários. Ela conseguiu o que queria apenas seis anos depois, quando procurou a defensoria pública do Amazonas. A dona de casa não acreditava ter sucesso, tamanha a burocracia: "Tinha desistido, entendeu? Pensava que ia ficar como Renata mesmo".
A defensora que ajudou Renata no caso espera que possa auxiliar outras pessoas que estão com o mesmo problema que a dona de casa. "Vai ser muito importante. Nunca tinha presenciado uma situação dessa. Mas nós estamos com outro caso de uma pessoa que nunca teve registro, e também tem pais desconhecidos. A gente pretende da mesma forma pedir registro para essa pessoa"..
Renata já conseguiu ter o seu RG, e agora está em busca de tirar os outros documentos (CPF e Carteira de Trabalho). Assim, a dona de casa, que hoje vive com a sogra, o marido desempregado e os dois filhos, ficará bem mais próxima de realizar o seu sonho.
"Eu estou bem. Agora que tenho sobrenome, fica mais fácil trabalhar", explicou ela, que se sustenta com o emprego informal. "De vez em quando faço faxina na casa das pessoas que me chamam".
Ela só quer que os filhos - Hugo Gabriel, de quatro anos, e Débora, de sete meses - não passem pelos mesmos problemas. Atualmente, o menino leva o sobrenome do ex-companheiro de Renata. O bebê ganhou o sobrenome do pai, acompanhado pelo nome "Renata".
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