Liga dos Chineses diz que jovem de 12 anos ficou em coma depois de ter sido alvo de bullying por parte de um colega.
O caso de um aluno de 12 anos de origem chinesa que entrou em coma horas depois de ter sido agredido por um colega da Escola Básica das Olaias, em Lisboa está a ser investigado pela Inspecção-Geral da Educação, que fez deslocar um técnico ao estabelecimento de ensino. A Direcção-Geral de Estabelecimentos Escolares encontra-se igualmente a analisar o sucedido.
O incidente ocorreu já a 29 de Setembro, mas só esta terça-feira foi divulgado pela Liga dos Chineses. ”Um rapaz chinês sofreu bullying pelo colega de escola devido ao facto de se recusar a emprestar-lhe uma bola”, relata esta associação. ”Os professores apenas usaram gelo, em vez de chamarem uma ambulância. À meia-noite o rapaz entrou em estado da coma, vomitou e os pais chamaram uma ambulância, que o levou para o Hospital de Santa Maria. Os médicos disseram que, se se tivesse atrasado mais meia hora, a situação seria muito perigosa.” Neste momento o jovem, que "levou mais de 40 pontos na cabeça", já não corre perigo, acrescenta a Liga dos Chineses, que exige apuramento de responsabilidades.
Segundo a porta-voz desta organização, Bao Hong, ainda é cedo para se saber se do incidente resultaram sequelas: "O rapaz continua internado, em recuperação lenta. Foi uma cirurgia complicada." A Liga dos Chineses não olha para o sucedido como uma manifestação de xenofobia. Diz-se, porém, preocupada com os repetidos episódios de violência escolar de que tem tido conhecimento. O rapaz em questão "já tinha sido alvo de outros incidentes menos graves" no estabelecimento de ensino, assegura Bao Hong – algo que o director da escola, Francisco Simões, não confirma. "Num ano lectivo anterior sofreu uma fractura num braço durante um jogo, mas nunca percebemos se tinha sido acidente ou se resultou de uma agressão. Nunca tivemos queixas debullying relativamente a esta criança."
O mesmo responsável explica que nada indicava que aquilo que sucedeu a 29 de Setembro pudesse tornar-se grave. O aluno estava a jogar com outros rapazes, quando um colega de turma de origem romena, também com 12 anos, lhe pediu que lhe passasse a bola, conta Francisco Simões. Perante a recusa as coisas azedaram e foi preciso os colegas apartarem-nos. "Quando chegaram à direcção da escola, o rapaz chinês apresentava uma marcazinha na face e o romeno escoriações numa mão. Não tinham dores, nem vómitos ou enjoos e voltaram para as aulas", continua, recordando que o jovem de origem asiática até "respondeu lindamente" na aula de Matemática, disciplina a que é bom aluno.
Só horas mais tarde, já em casa, se terá sentido mal disposto. "Foi-lhe diagnosticado um derrame interno e teve de ser operado de urgência", relata ainda Francisco Simões, acrescentando que abriu um processo interno de averiguações. Certo é que durante a refrega com o colega "ninguém o viu bater com a cabeça em lado nenhum". Os pais apresentaram queixa na PSP, que desencadeou um inquérito.
O Ministério da Educação diz que tanto a Inspecção-Geral de Educação como a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares "apenas tiveram conhecimento deste caso pela comunicação social”, tendo então iniciado as suas inquirições.
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