segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Como ajudar os filhos a não terem o perfil de quem sofre “ijime”


RACHEL MATOS (IPC Digital) – Na edição número 114 da Revista Vitrine foi publicada uma matéria sobre superação do “Bullying”, cujo título é “Eu venci o bullying! Histórias de quem superou esse desafio nas escolas japonesas”.

Além de uma descrição histórica e conceitual sobre o que é e o que não é bulllying, a matéria trouxe histórias reais de famílias brasileiras que enfrentaram o “ijime”, como é conhecido no Japão, oferecendo dicas para a superação.

Falou-se também sobre as características mais comuns das vítimas de “bullying”. Hoje, quero especificar mais estas características, dando dicas de como a família pode fortalecer os filhos para não terem este perfil.

Quem geralmente são as vítimas de “ijime” e como ajudá-las? 

– Alunos que possuem “fragilidade” psicológica, física ou social

Os estrangeiros ou mestiços podem, à primeira vista, serem reconhecidos ou se mostrarem alguém com certa “fragilidade” por terem suas caraterísticas físicas e comportamentais diferentes.

Certas crianças podem ficar inseguras e se sentirem “frágeis” ou “amedrontadas” por estarem num ambiente diferente, cujo idioma ou padrão de comportamento não domina.

Num país onde “prego que se destaca é martelado”, segundo o ditado popular japonês, estes alunos são “presas” fáceis para outros alunos que sentem prazer em diminuir e violentar os outros para se sentirem mais fortes, poderosos e ganharem certo “status” no grupo.

Por isso, é importante que os pais deem estrutura psicológica aos seus filhos, a ponto deles se respeitarem como um aprendiz, diminuindo as culpas pelas dificuldades e os medos, fortalecendo-os emocionalmente.

– Alunos que possuem situação socioeconômica desfavorável e se envergonham disso

A comparação entre as condições sociais e econômicas entre os alunos e a profissão dos pais pode iniciar um processo de intimidação.

Ensine os filhos a valorizarem o que tem e o que são, com as condições que a família possuem. Assim, não se sentirão rebaixados ou diminuídos com alguma piada, fragilizando-se perante alguém.

– Alunos que não delatam os maus tratos

A perpetuação do “ijime” ocorre quando o aluno não conta sobre seu sofrimento. Dialogue sempre com os filhos, dando abertura e oportunidade para que eles contem como estão se sentindo na escola, com os colegas e professores.

– Alunos que se sentem culpados e envergonhados pelas dificuldades ou deficiências

O sentimento de culpa e vergonha deixa o aluno fragilizado, com dificuldades em se defender e sensação de incômodo frente as piadas ou frases que o diminuem enquanto pessoa.

Motive os filhos, dê suporte extra para aprendizagem do idioma ou de outras disciplinas escolares e não os pressione para uma rápida adaptação. Ajude-os a não ter vergonha de ser diferente. Utilize livros ou filmes para abordar a importância das diferenças, se for preciso.

– Alunos que tem baixa autoestima

Com baixa autoestima o aluno não acredita no seu potencial de desenvolvimento, adaptação e superação de conflitos. Não suporta ser excluído e torna-se uma vítima fácil do “bullying”.

Estejam atentos aos filhos, dando carinho, atenção, elogiando-os em todo progresso. Ajudem-os a amarem e a respeitarem a si mesmos.

– Alunos que não acreditam nas autoridades escolares para coibir os maus tratos.

Por não acreditar, não contam e acabam por continuarem sendo vítimas do “ijime”.

Sejam presentes na escola, dialoguem com os professores, investiguem os relacionamentos dos filhos e conversem com eles, dando sempre espaço para o diálogo. Aja sempre que necessário.

Se você quiser ler a matéria completa sobre bullying na Revista Vitrine do mês de outubro, acesse o conteúdo na edição 114 no link e busque a página 24.

Ajude um aluno, compartilhe estas informações!

*Os artigos aqui publicados são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem, necessariamente, as opiniões do Portal IPC Digital.




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