Da Rádio ONU, em Nova York
Fonte: Uol
Relatório da agência da ONU mostrou que 200 mil jovens entre 10 e 29 anos morrem assassinados por armas de fogo e brigas por ano; documento mostra que 83% das vítimas são homens.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a violência é a quarta maior causa de morte de jovens entre 10 e 29 anos no mundo. Segundo relatório "Prevenindo a violência na juventude: uma perspectiva da evidência" preparado pela agência da ONU, 200 mil jovens morrem todos os anos vítimas de assassinatos, brigas, bullying e violência entre namorados.
Problema generalizado
O documento mostra que o problema é generalizado: quatro em cada 10 jovens se envolveram em brigas no último ano e um em cada quatro passaram por situações de intimidação no último mês.
Os especialistas disseram que 83% dos que morrem por causa da violência são meninos e as consequências para os que sobrevivem são severas.
Os dados mostram que muitos efeitos são visíveis como, por exemplo, milhões de internações em hospitais por causa dos ferimentos. Mas outros efeitos são desconhecidos: uma em cada três vítimas de violência nunca contou a ninguém sobre o problema.
Brasil
O relatório cita que os casos de internações hospitalares no Brasil de jovens envolvidos em violência passam de 4.800 no período de um mês.
Programas de desenvolvimento infantil foram implementados em vários países de baixa e média rendas. A ausência e o baixo rendimento nas escolas representam fatores de risco para a violência.
Estudos feitos no Brasil e em outros países mostraram que ao conectar os alunos às escolas é possível reduzir as faltas, as brigas e o bullying.
O documento revela que programas como o Bolsa Escola conseguem reduzir o abandono escolar através da transferência de dinheiro para famílias em troca da permanência das crianças nos colégios.
O relatório cita ainda o programa "Abrindo Espaços" que tem o apoio da Unesco. Os adolescentes e jovens podem aprender novas profissões com as atividades extraescolares.
Impacto
Os especialistas declararam que a violência tem um impacto de longa duração que pode ser constatado em problemas de saúde mental, baixo rendimento escolar e o uso exagerado de cigarros, drogas e bebidas alcoólicas.
O relatório cita ainda o fato dessas pessoas se tornarem vítimas de violência quando adultos ou de cometerem esses atos violentos.
Para os especialistas, o problema é previsível. Os fatores de risco incluem comportamentos que podem ser vistos em notas baixas nas escolas, comportamento destrutivo ou amigos e colegas antissociais e no abuso de bebidas alcoólicas ou drogas.
Para completar a lista, o documento menciona problemas de comportamento e o envolvimento em atividades criminosas.
Punição
A OMS afirma que é possível evitar a violência entre os jovens. Os pais devem saber que punição somente não é a resposta porque não lida com as causas do problema.
São necessárias intervenções em várias etapas da vida para se evitar que a criança ou o jovem se tornem violentos.
Os especialistas dizem que são necessários programas para ajudar os pais a formarem relações mais sólidas com os filhos e também para ajudar crianças em situações mais difíceis a manter o mesmo nível dos colegas.
Na adolescência e no início da fase adulta é importante o desenvolvimento de programas que ensinem habilidades de convívio social e de vida para que os jovens possam ter relações saudáveis de amizade.
A OMS diz que para evitar o bullying é fundamental que as escolas tenham programas baseados na prevenção de violência assim como intervenções terapêuticas para ajudar crianças e adolescentes a controlar a raiva e outros problemas de comportamento.
O relatório mostrou ainda que são necessários também programas para reduzir o consumo de álcool e drogas e diminuir o acesso a armas de fogo.
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