quinta-feira, 24 de julho de 2014

Projeto cria semana nacional de combate ao bullying

Fonte: Região Noroeste

BRASIL - A menina que vamos chamar de “M”, tem déficit intelectual e, por isso, cursa o quinto ano, quando deveria estar no nono. 

Mas muitos colegas não compreendem, e ela tem sido vítima de violência física e psicológica – o famoso bullying. A beleza da menina só potencializa os casos de intolerância. A mãe de “M”, que chamaremos de “G”, relata que as escolas não sabem lidar com a situação, que também tem como combustível a negligência dos pais dos colegas: 

"Tem muitos pais que são cegos, que não vê o que os filhos fazem nas escola. Minha filha tem uma carta, que se você ler, você chora: ela queria se matar. Isso para uma mãe foi muito difícil. Pra ela, mais ainda." 

Um projeto aprovado pela Comissão de Educação quer gerar um esforço coletivo dos estudantes, das escolas e das famílias para enfrentar o problema do bullying, fenômeno mundial para o qual ninguém está imune. 

A princesa herdeira do trono japonês, aos 8 anos, deixou de frequentar a escola por um período depois de sofrer com insultos de crianças de outra turma. 

Para o presidente da Associação de Pais de Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal, Luís Cláudio Megiorin, o projeto é umas das melhores iniciativas legislativas sobre o tema: 

"Ele ganha pela simplicidade e pelo ponto mais importante que os outros projetos não previram, que é determinar uma semana para que ocorra em todas as escolas públicas e privadas essa campanha. Isso é muito importante, porque quando você massifica essa informação perante os alunos e a comunidade escolar, isso gera uma conscientização maior." 

O projeto (PL 6504/13), de autoria do deputado Dimas Fabiano (PP-MG), foi inspirado em legislação já existente no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Ceará e Distrito Federal. O relator na Comissão de Educação foi o deputado Glauber Braga (PSB-RJ), que fez pequenas modificações para adotar o conceito de bullying, já consolidado na legislação. Ele definiu a primeira quinzena de abril como período para as campanhas anti-bullying. Glauber Braga ressalta, porém, que a semana não deve ser o único esforço nesse sentido, mas sim, o ponto alto de um esforço cotidiano: 

"A escola tem uma papel fundamental e você não consegue fazer uma mudança cultural sem necessariamente passar por um processo de esclarecimento e conscientização." 

O projeto que cria a semana de campanha anti-bullying nas escolas públicas e privadas de todo país está na Comissão de Constituição e Justiça aguardando parecer. Se aprovado, segue para análise do Senado.

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