Marcelo Azambuja
Deboche, assédio, intimidação. Essas são algumas das atitudes relacionadas com o bullying. Esse tipo de atitude de um indivíduo, direcionada a uma vítima, infelizmente existe desde os primórdios da humanidade. Para que o bullying aconteça, é necessário que os agressores tenham contato com suas vítimas, e com as atuais facilidades de comunicação e interações virtuais, essas agressões têm alcançado números alarmantes. É o cyberbullying (ou bullying online), que abre as portas para assédio 24 horas por dia, por meio de computadores, celulares, ou outros meios que usam a Internet.
O bullying é um problema mundial, onde a agressão física ou moral repetitiva deixam marcas para o resto das vidas. No mundo real, o bullying pode ser verbal e também com agressões físicas. No cyberbullying, as agressões são baseadas em ameaças, deboches e invasões de privacidade. Há casos onde o agressor consegue obter senhas da vítima, acessa seus e-mails, redes sociais, e a partir disso rouba fotos (muitas vezes íntimas, podendo causar problemas gigantescos) e espalha essas informações ou comete atos ilegais usando os dados da vítima. Por exemplo, mandando um e-mail para a direção da escola, ou professores, com xingamentos e desaforos, a partir do endereço de e-mail da vítima, somente para causar danos a sua imagem.
Apesar de boa parte dos adultos e pais não tomarem conhecimento desses fatos (apenas 1 em cada 10 adolescentes contam aos pais quando são vítimas de cyberbullying), esses casos são assustadoramente comuns. Pesquisas indicam que mais da metade dos adolescentes são vítimas de bullying online. É necessário que os pais acompanhem de perto o que acontece na vida virtual dos seus filhos, e uma dica dada por muitos especialistas é que os computadores utilizados por crianças e adolescentes precisam estar em locais centrais nas residências. Os pais precisam acompanhar o tipo de comunicação que os filhos estão tendo, e passar segurança para que, em casos de ameaças, os filhos não ficarão sem acesso ao computador, mas que relatem o fato para que possam ser auxiliados. Também é fundamental recomendar que não compartilhem senhas e fotos íntimas mesmo com pessoas que julguem da maior confiança.
Um dos tipos de cyberbullying mais comuns é ridicularizar alguém sobre o seu modo de vestir, ou etnia, religião etc. Um caso espantoso desse tipo que teve muita repercussão neste ano foi o causado por, vejam só, uma professora universitária no RJ. Ela postou no seu perfil do Facebook uma foto debochando da aparência de um passageiro no saguão do Aeroporto Santos Dumont. Esta foto foi sendo compartilhada e acabou chegando à própria vítima fotografada, um advogado em viagem de férias. A professora foi afastada do seu cargo na universidade onde trabalha e a vítima anunciou que a processaria judicialmente. A repercussão do caso talvez tenha servido de exemplo para outras pessoas que acham que podem debochar de alguém impunemente, principalmente se este deboche for através de redes sociais, onde os comentários dificilmente ficam privativos.
Para evitar o bullying, uma dica dos especialistas é apresentar o mínimo de reação. Os agressores sentem satisfação ao fazer os outros se sentirem ameaçados e magoados. Se a vítima não demonstrar mágoa ou medo, o agressor se desmotivará. Discutir com alguém irracional não leva a lugar algum, então, não perca seu tempo. Apenas diga que têm coisas melhores para fazer e abandone a discussão, ignore as futuras mensagens e bloqueio-o nas suas redes sociais.
Pais, mães e professores: o fundamental é lembrar que os jovens precisam de um grande suporte social para não serem vítimas de bullying. Pessoas isoladas e retraídas costumam ser presas fáceis. Já as pessoas que possuem grupos saudáveis de convivência, praticam esportes e têm o acompanhamento dos pais em atividades do mundo real e virtual, dificilmente serão alvo dessas agressões, pois o grupo fortalece o indivíduo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário