Pesquisa do IBGE mostra um cenário preocupante de bullying e insegurança corporal entre jovens estudantes do Brasil
A pesquisa foi feita com alunos do nono ano do ensino fundamental: bullying e problemas com autoimagem preocupam
São Paulo – O bullying, termo do inglês que identifica uma violência constante sem motivo aparente contra uma mesma vítima, está cada vez mais comum nas escolas brasileiras. Segundo pesquisa do IBGE, 7,2% dos alunos do último ano do ensino fundamental declararam “sempre ou quase sempre se sentir humilhados”, de acordo com a pesquisa feita em 2012.
Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolartambém indicam que o percentual dos meninos que sofrem bullying (7,9%) é maior do que o de meninas (6,5%). São os meninos também os que mais praticam bullying com os colegas, 26,1% contra 16% das meninas. Do número total de alunos, 20,8% confessou ter praticado algum ato de bullying (“esculachar, zoar, mangar, intimidar ou caçoar”, de acordo com o relatório).
O bullying é ligado a casos de depressão em crianças e adolescentes, segundo a Organização Mundial de Saúde. Outro sintoma ligado à depressão é a percepção corporal dos jovens em relação a si mesmos.
Na pesquisa, chama atenção o fato de que 19,1% das garotas do nono ano do ensino fundamental se consideram “gordas ou muito gordas”. Entre os meninos, 22,2% se consideraram “magros ou muito magros”.
Entre as meninas, outro dado espanta: 6,4% delas admitiu induzir o próprio vômito ou tomar laxantes para emagrecer. Nas escolas públicas, 5% dos estudantes afirmaram adotar esses procedimentos. Nas particulares, o número foi maior: 6,3%. Já os meninos costumam recorrer mais a medicamentos para ganhar peso e massa muscular, sem acompanhamento médico, 8,4% deles admitiu utilizar esse recurso nos últimos 30 dias que precederam a pesquisa, contra 4,2% das meninas.
Outro dado da pesquisa mostra que 16,5% dos estudantes do nono ano declararam terem se sentido sozinhos nos 12 meses que antecederam a pesquisa. O problema de solidão é maior nas meninas, 21,7% delas reclamaram de solidão, contra 10,7% dos meninos.
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