Aluno filmou agressoras, de 15 e 18 anos, a puxarem os cabelos e pontapearem colega
Uma rapariga de 16 anos foi agredida por duas colegas na Escola Secundária de Azambuja por causa de um comentário colocado no facebook. A briga ocorreu no recinto do estabelecimento de ensino a poucos metros do gabinete do conselho directivo.
As duas raparigas, de 15 e 18 anos, aproveitaram o intervalo de cinco minutos entre as aulas para pedir contas à jovem de 16 anos sobre um comentário no facebook. A menor virou costas e foi quando a mais velha lhe puxou os cabelos iniciando a rixa. A outra pontapeou a colega. Uma professora e uma auxiliar tentaram de imediato parar a briga.
No comentário que colocou no facebook a jovem, que está a tirar o curso de informática, falava das possibilidades do tratamento de fotografias que consegue em alguns casos colocar as pessoas mais magras. Apesar da mensagem não ser direccionada uma das agressoras entendeu o comentário como uma provocação e quis explicações. A jovem de 16 anos e a de 15 chegaram a integrar o mesmo rancho folclórico no concelho de Azambuja.
A escola desvaloriza a situação e refere que o que aconteceu foi uma discussão entre miúdas. A sub-directora do agrupamento, Fernanda Silva, recusa a ideia de que este seja um caso de “bullying” tendo em conta que não se trata de maus tratos psicológicos continuados e que as envolvidas tinham um relacionamento. Uma ideia que o pai da agredida contesta. “Não foi só uma briga entre adolescentes porque havia uma plateia a estimular a agressão”, revela preocupado. Um processo foi instaurado pela escola às alunas envolvidas e os castigos deverão ser conhecidos esta semana.
Um aluno filmou parte da cena, que decorreu no dia 24 de Janeiro, mas o estabelecimento de ensino pediu de imediato que as imagens fossem apagadas em nome da “protecção dos dados dos alunos”. O pai da jovem agredida não censura que um colega tenha filmado a cena já que isso poderá servir de prova mas aponta o dedo à escola que se apressou a mandar apagar as imagens. “O que a escola deveria fazer era chamar os pais das jovens envolvidas, mostrar o filme e lançar a discussão”, apela António Pires, um dos elementos da direcção da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Azambuja. António Pires considera ainda grave o facto dos pais das jovens agressoras não o terem contactado.
O pai apresentou queixa na GNR (ver caixa) depois de ter levado a filha ao Centro de Saúde de Azambuja e ao Hospital de Vila Franca de Xira para exames já que a jovem se queixava de dores na cabeça e no rosto, onde foi atingida. Por precaução a rapariga fez quatro radiografias. No total os pais pagaram cerca de 140 euros mas a escola já se disponibilizou a suportar esse custo recorrendo ao seguro escolar.
Pai diz que demorou três horas a apresentar queixa na GNR
O pai da menor que foi agredida por duas raparigas na Escola Secundária de Azambuja e denunciou a situação dias depois na GNR de Azambuja diz que esteve três horas para formalizar a queixa. “O agente foi atencioso mas como o sistema estava permanentemente a cair demorámos três horas no posto da GNR”, diz António Pires.
Fonte da GNR confirma as dificuldades com o sistema informático. A dificuldade sente-se a nível nacional depois do novo sistema ter sido implementado em Dezembro último. A mesma fonte garante ainda que apesar da demora que por vezes se regista nunca nenhuma queixa deixou de ser formalizada. As partes envolvidas já foram ouvidas e o caso está agora entregue ao Ministério Público.
Fonte: O Mirante
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