O desgovernador parisiense não se cansa de falar e fazer bobagens. O alcaide carioca o segue religiosamente. O grau de irresponsabilidade e incompetência atingido pelas administrações estadual e municipal excedeu o limite máximo suportável no Estado e no município do Rio de Janeiro.
O parisiense finge ignorar os graves problemas das áreas de educação, saúde e segurança, que tanto atormentam os fluminenses. Os profissionais dos respectivos campos são pessimamente remunerados, trabalham em precárias condições e não possuem perspectiva de ascensão profissional.
Na saúde, estão sendo progressivamente chefiados e substituídos por terceirizados, que ganham o dobro, indicados por padrinhos políticos, quando não cooptados, trocando sua estabilidade por dinheiro, através da subordinação a fundações.
Na educação, os professores não têm mais condições de cumprir com sua antes respeitada missão. Mestres são agredidos por alunos ou pelos seus "(ir)responsáveis" . Quando tentam cobrar mais estudo de seus pupilos são até denunciados aos conselhos tutelares, por terem cometido "abusos". Passa a ser regra de sobrevivência o professor fingir que ensina e o aluno fingir que aprende. O importante é receber o diploma de aprovação, reforçar as estatísticas das autoridades e sair analfabeto funcional.
Na segurança, até greve de policiais civis e militares ocorre. O desgovernador age com mão de ferro, mandando prender mais de uma centena de policiais e bombeiros militares, preventivamente. A mídia amestrada age despudoradamente fazendo a sua blindagem e procurando jogar o povo contra os descontentes.
Acaba a greve, por enquanto, mas as sequelas permanecem. A população, que já foi desarmada, permanece indefesa, sem poder exercer seu legítimo direito de defesa própria, a mercê da misericórdia dos marginais. Se a polícia, normalmente, já não cumpre com eficácia sua missão, imagine em uma conjuntura como esta. Persiste o "jeitinho" tradicional, onde a polícia finge que garante a segurança e o povo finge que acredita, sendo obrigado a contratar segurança particular, paga a parte.
As obras suntuárias continuam a ser feitas, em nome do sucesso da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. O absurdo do "prolongamento" da já congestionada linha existente de metrô para a Barra é mantido. É óbvio que isto não vai dar certo. Ignoram o exemplo de metrópoles civilizadas como a Paris e Nova York, que eles tanto visitam e adoram, possuidoras de inúmeras linhas independentes de metrô.
Não são capazes de, ao menos, aproveitar as experiências positivas vivenciadas no exterior. Mas, quando o caos recrudescer, os atuais governantes estarão usufruindo seu rico patrimônio no exterior, enquanto seus atuais súditos permanecem no caos.
O alcaide repete os graves erros cometidos pelo seu mentor. Na área de saúde é só trocar as fundações pelas OS (organizações sociais). Possuem os mesmos propósitos. Na educação, a situação é agravada, pois a indevida interferência de pais irresponsáveis, com o equivocado apoio de alguns conselhos tutelares, afeta a relação professor-aluno.
Alguns absurdos são perpetrados, como, por exemplo, o caso de uma professora que aconselhou seus alunos a terem cuidado com sua alimentação, a fim de evitar sérios problemas de saúde, devido à obesidade, e foi denunciada pela mãe obesa de um aluno também obeso por discriminação (bullying). É evidente que fica muito difícil para um educador cumprir seu dever nesta situação.
Na segurança, os guardas parecem perseguir metas de multa por infração e no combate a ambulantes, de modo irregular. Apreendem as mercadorias e ninguém sabe seu destino. Mas o alcaide se agiganta é no setor de transportes. Os equívocos são tão flagrantes que é impossível passarem despercebidos. A persistência na tresloucada idéia de derrubar o viaduto da Perimetral, apesar do protesto unânime dos cidadãos, atinge as raias do absurdo. O alcaide possui a certeza da reeleição, pois apesar das eleições municipais deste ano, não liga para a repercussão negativa do verdadeiro atentado contra a população carioca.
E não é somente esta loucura. A implantação do BRS (Bus Rapid Sytstem) atende aos interesses dos empresários de ônibus, mas não aos da população. O caos foi definitivamente instalado no município do Rio de Janeiro. Os engarrafamentos acontecem em qualquer local, em qualquer horário. As vias estão em péssimas condições, coalhadas de buracos. As calçadas, idem. A "indústria de multas" funciona a pleno vapor. As ruas estão cheias de mendigos, pedintes e "descuidistas".
Confia na incompetência da "oposição", incapaz de se organizar e se unir para lançar candidato competitivo, capaz de derrotar nas urnas o atual alcaide. Torçamos para que um milagre aconteça e não passemos por mais quatro anos de incúria.
Marcos Coimbra
É Membro do Conselho Diretor do Cebres, titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e autor do livro Brasil Soberano.
mcoimbra@antares.com.br
www.brasilsoberano.com.br
Fonte: Monitor Mercantil
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