O artista sempre esteve envolvido com religião e misticismo. Primeiro, com o rastafarianismo tradicional para a seguir enamorar-se de uma seita rasta chamada Doze Tribos de Israel. No entanto, já no final da vida, converteu-se à Igreja Ortodoxa da Etiópia.
Dirigido por Kevin MacDonald (O Último Rei da Escócia, Intrigas de Estado), Marley é um documentário que procura retratar mais o lado humano que a figura legendária do reggae.
Com duas horas e vinte minutos de duração, entre várias entrevistas e imagens inéditas cedidos pela família de Bob, ao assisti-lo, o público pode nem perceber o tempo passar. Afinal, a vida do músico é por deveras interessante.
MacDonald teve acesso aos arquivos privados da família no decorrer das filmagens. Visitou não só a Jamaica como viajou para Uganda, Quênia, Índia e Japão para poder alcançar uma visão mais global do impacto que teve a obra do músico.
Segundo o documentário, Bob Marley sofreu bullying na infância por ser mulato (filho de uma jamaicana negra com um oficial inglês) e ter apenas 1,63 metros de altura.
Foi criado pelo avô antes de se mudar com a mãe para a favela de Trenchtown, em Kingston. Com o avô Omeriah – um obeah (bruxo) – aprendera algumas artes mágicas e quiromancia. Logo, Bob passou a ler a mão das moças da vizinhança e em feiras com certo grau de acerto. Entre vários empregos, chegou a ser lutador de rua. Sua mãe, com medo do filho se tornar um rude boy (delinquente) fê-lo seguir a carreira de soldador. Não durou muito: a música fervia na ilha e o ska era o ritmo do momento no final dos anos 50.
Ska era uma corrente musical que modificava as tradições folclóricas do mento, a música tradicional da ilha, dirigindo-a rumo ao misto de batidas do rhythm´n´blues e linhas metódicas sofisticadas do jazz. Em 1965, o ska se tornava mais lento, assimilando influência do soul e até bossa nova, era o rock steady Mas foi com os irmãos Aston e Carlton Barrett que, colocando baixo e bateria em primeiro plano e retirando os excessos de metais do ska e Rock Steady, transformaram ritmos populares no que viria a ser, na virada dos anos 70, o reggae. Ambos fariam parte da banda The Wailers de Bob Marley.
Bob teve 11 filhos com mulheres diferentes: uma esposa oficial, Rita Marley; um conturbado relacionamento com Cindy Breakespeare (Miss Biquini, Miss Jamaica), uma mulher branca, bem nascida e mãe de um de seus filhos, Damien; e várias admiradoras.
O artista sempre esteve envolvido com religião e misticismo. Primeiro, com o rastafarianismo tradicional para a seguir enamorar-se de uma seita rasta chamada Doze Tribos de Israel. No entanto, já no final da vida, converteu-se à Igreja Ortodoxa da Etiópia.
Mistérios
O número nove: Segundo o cantor Joe Higgs, a vida de Marley é marcada pelo número 9, o número da sorte e da sabedoria. O rasta nasceu em 1945; quatro mais cinco dá nove; morreu em 81, oito mais um são nove; lançou nove discos oficiais e o nome dele tem nove letras.
O Anel de Salomão: Em 1974, Marley ganhou um anel que, segundo dizem, contém partes do anel do Rei Salomão. Foi dado pelo príncipe Asfa Wossen,filho de Hailé Selassié e herdeiro do trono da Etiópia. O anel foi usado anterior pelo imperador etíope Selassié. Bob, ao colocá-lo, sentiu-o queimando em seu dedo. Mesmo assim usou o artefato místico até a sua morte. Os sacerdotes das Doze Tribos de Israel nunca aceitaram que o anel fosse dado a Bob e, em seu funeral, por pouco não fizeram confusão.
A causa da morte: Em 1977, durante uma partida de futebol, Marley machuca o dedo do pé, ferimento que logo se infeccionaria e não sararia nunca mais: os médicos descobriram que ele sofria de um tipo de câncer de pele, o que fez com que perdesse a unha do dedo. Foi dada a sugestão de amputar o dedo, mas Bob não quis devido a sua crença rastafari. Em 1980, a coisa complica, desmaia em pleno Central Park, Nova York. O câncer se alastrava pelo fígado, pelos pulmões e cérebro. O tratamento com o Dr. Josef Issels, das Doze Tribos de Israel, a base de ervas medicinais chegou tarde demais. Foi tempo suficiente para ser transferido para um hospital de Maimi e morrer no dia 11 de maio de 1981, aos 36 anos de idade.
A importância de Bob Marley: Não se pode negar sua importância para a música. Considerado o maior superstar do Terceiro Mundo, Marley foi o responsável pela popularização do reggae em nível mundial. Influenciou grandes astros como Paul McCartney, Eric Clapton, Paul Simon, Elton John, bandas punks (The Clash, The Stranglers) e no Brasil de Gilberto Gil a Max Cavalera.
Fonte: Bagarai
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