Camila Salgado e João Meireles, 9 anos e alunos do 4º ano, nunca tinham ouvido falar de bullying. Após ouvir os esclarecimentos dos agentes da PSP, ambos ficaram a saber que é o acto de “bater” e “tirar coisas aos colegas” e que “não se deve fazer”. Com vista a alertar e prevenir certos abusos e agressões que podem surgir quando os alunos mudam para “a escola dos grandes” na passagem para o 5º ano, três agentes da Polícia de Segurança Pública fizeram uma acção de esclarecimento junto de 60 crianças, dos 6 aos 9 anos, no Externato Pinguim, na passada terça-feira, 14 de Fevereiro.
“Se alguém se meter com vocês, avisem os professores e os vossos pais!”, aconselhava o agente Jaime Morais a uma plateia muito curiosa e participativa, com as crianças sempre de braço no ar para pedir a palavra. “É importante, cada vez mais, incentivar as crianças contra atitudes que têm a ver com bullying. Uma das nossas preocupações é com os meninos que vão para o 5º ano. Os alunos são mais velhos, pouco tolerantes e por qualquer motivo passam uma rasteira, dão uma palmada, um pontapé, um empurrão e criam situações muito graves. Estas formações devem ser dadas antes”, notou Maria do Céu Castro Vidal, directora do Externato Pinguim, que pediu a colaboração da PSP no âmbito do Projecto Educativo da escola, que este ano tem como tema “Cidadania e Transmissão de Valores” e fará parte do Desfile de Carnaval.
“É sempre bom estarem preparados e não terem desconhecimento daquilo que lhes pode acontecer”, explicou também a agente Ana Pires, acrescentando que “pelas experiências que temos, as crianças assimilam muito bem as informações que passamos e transmitem aos colegas, pais e vizinhos”. No final, tanto a Camila como o João afirmavam não ter “medo” do 5º ano: a menina porque se “porta bem” e quer ser “boa aluna”, o rapaz porque “vou tentar andar mais em grupo com os meus colegas para me poder defender”.
“Hoje, qualquer menino tem acesso à internet e muitos não têm idade”
Os agentes da PSP aproveitaram ainda a ocasião para falar dos perigos que aparecem na Internet. “Nunca, mas nunca, devem dizer na Internet o vosso nome, onde moram e qual é o vosso número de telefone”, alertou o agente Jaime Morais. Apesar da abertura de uma conta no Facebook apenas estar autorizada a maiores de 18 anos, quando o agente perguntou se alguém estava inscrito na rede social, levantou-se uma dezena de braços. Mesmo que a maioria tenha o acompanhamento dos pais, a verdade é que nem sempre estes estão a par de tudo o que se passa na Internet e podem ser penalizados pela Comissão de Protecção de Menores.
Tanto a Camila como o João têm émail e Facebook, que usam essencialmente para falar com os familiares/amigos e jogar jogos. “A minha mãe deixa pôr fotos no Facebook, mas já as eliminei porque sei que podem aparecer estranhos e ver as minhas fotos”, reconheceu a pequena Camila, que com a ajuda das professoras também já alterou a conta do Facebook para que “só os amigos” possam ver. “Hoje, qualquer menino tem acesso à internet e muitos não têm idade. É um controle parental que devia ser feito, que desconhecemos e não conseguimos lá chegar, mas vamos alertando para os perigos”, concluiu a agente Ana Pires.
No Externato Pinguim, falou-se ainda do perigo das bombas de Carnaval, já que podem provocar lesões graves, e das situações em que deve ser marcado o 112, número de emergência médica. Conselhos como nunca abrir a porta a estranhos e o que fazer quando se está perdido também integraram o rol de alertas dos agentes da PSP. A próxima acção a decorrer na escola será sobre segurança na internet.
Sandra Pereira
Fonte: Diário Atual
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