Chegam à redacção queixas frequentes sobre desmandos praticados contra os caloiros durante as praxes académicas. É uma questão que se arrasta de ano para ano sem que alguém tenha conseguido pôr-lhe fim, apesar do clamores de indignação, tão justificados como inúteis, pelo menos até agora. O problema é grave, tendo motivado até uma séria e ameaçadora tomada de posição por parte do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Mariano Gago.
As queixas que nos chegam referem, entre outros, comportamentos que atentam contra a saúde física e psicológica dos caloiros, submetendo-os a rituais violentos e em condições climatéricas adversas, obrigando-os a utilizar talheres já usados que favorecem a propagação de doenças graves, perseguições pessoais até aos locais de residência, insultos soezes e humilhantes, etc... A mais recente queixa tem a ver com atentados ao pudor. Segundo nos informaram, alguns caloiros foram obrigados a despir-se da cintura para baixo, em plena via pública, exibindo os órgãos sexuais a quem passasse.
No ano passado, foram notícia os restos de vísceras e carcaças de animais deixados frente às primeiras duas capelas do escadório do Bom Jesus. Soube da intenção de comunicar o caso às autoridades policiais e à comunicação social. Esta deu a conhecer a javardice. A polícia não sei se chegou a fazer alguma coisa.
São ainda de relatar as queixas constantes de pessoas que não conseguem descansar com o barulho que fazem os estudantes durante a noite.
As praxes são rituais de iniciação que visam introduzir os mais jovens numa sociedade ou grupo, levando-os, por imitação, à prática de determinados comportamentos e à assumpção de determinados valores. A finalidade é levar os iniciados ao estado adulto, tornando-os conscientes da responsabilidade que lhes vai ser exigida quando se tornarem autónomos e membros responsáveis da sociedade.
Sou defensor das praxes, mas não destas. De modo nenhum. Os comportamentos aqui denunciados não passam de uma prática continuada de bullying universitário.
Sem mais considerações, deixo apenas uma pergunta: que comportamentos e valores serão aqueles que estas praxes absurdas propõem aos caloiros?
Fonte: Diário do Minho
As queixas que nos chegam referem, entre outros, comportamentos que atentam contra a saúde física e psicológica dos caloiros, submetendo-os a rituais violentos e em condições climatéricas adversas, obrigando-os a utilizar talheres já usados que favorecem a propagação de doenças graves, perseguições pessoais até aos locais de residência, insultos soezes e humilhantes, etc... A mais recente queixa tem a ver com atentados ao pudor. Segundo nos informaram, alguns caloiros foram obrigados a despir-se da cintura para baixo, em plena via pública, exibindo os órgãos sexuais a quem passasse.
No ano passado, foram notícia os restos de vísceras e carcaças de animais deixados frente às primeiras duas capelas do escadório do Bom Jesus. Soube da intenção de comunicar o caso às autoridades policiais e à comunicação social. Esta deu a conhecer a javardice. A polícia não sei se chegou a fazer alguma coisa.
São ainda de relatar as queixas constantes de pessoas que não conseguem descansar com o barulho que fazem os estudantes durante a noite.
As praxes são rituais de iniciação que visam introduzir os mais jovens numa sociedade ou grupo, levando-os, por imitação, à prática de determinados comportamentos e à assumpção de determinados valores. A finalidade é levar os iniciados ao estado adulto, tornando-os conscientes da responsabilidade que lhes vai ser exigida quando se tornarem autónomos e membros responsáveis da sociedade.
Sou defensor das praxes, mas não destas. De modo nenhum. Os comportamentos aqui denunciados não passam de uma prática continuada de bullying universitário.
Sem mais considerações, deixo apenas uma pergunta: que comportamentos e valores serão aqueles que estas praxes absurdas propõem aos caloiros?
Fonte: Diário do Minho
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