quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Material educativo em cordel é lançado para combater o bullying

Livretos serão distribuídos em escolas públicas e particulares para conscientizar a comunidade escolar e as famílias sobre a importância de debater o problema

Da Redação do pe360graus.com

Reprodução/TV Globo

Foto: Reprodução/TV Globo

Um cordel educativo sobre bullying será lançado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta quinta-feira (16). "Bullying" é um termo em inglês usado para definir agressões físicas e psicológicas comuns nas escolas, entre os alunos. A publicação tem como objetivo conscientizar os alunos e a família, além de orientar os professores. Serão distribuídos 20 mil livretos.

O advogado da OAB Inácio Feitosa (foto 1), que auxiliou na criação da lei estadual que estimula combate ao bullying nas escolas, ajudou também na criação do material e destacou a escolha do cordel para a realização da campanha educativa: “ele pode ser levado a todos os lugares e é muito popular. E por isso pode ser trabalhado nas escolas, como mais um material didático”, explica o advogado.

A secretária de Desenvolvimento da Educação do Estado, Aída Monteiro, destacou que as atividades contra o bullying já estão presentes às salas de aula estaduais, mas alerta que a cultura de paz precisa ser ampliada: “a escola é um reflexo da sociedade, então é preciso que implantemos a cultura da paz em outras esferas da sociedade”, afirma.

O material didático em forma de cordel será lançado na noite de hoje, na faculdade Maurício de Nassau (Rua Guilherme Pinto, 114, Graças) e estará disponível para quem quiser um exemplar na faculdade e na sede da OAB (Rua do Imperador Pedro II, nº 235, Santo Antônio, Recife), além de ser distribuído em escolas particulares e públicas de Pernambuco.

A publicação tem inspiração numa pesquisa realizada no dia da aplicação do Enem que mostra um aumento na consciência dos alunos sobre o bullying. Segundo o advogado Inácio Feitosa, dos 1150 alunos dos municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes: em 2009, 50 % dos alunos sabiam definir o problema; em 2010 foram 73% os jovens que responderam saber o que é o problema, as punições e direitos da vítima, o que, segundo o Advogado, é um avanço. “O bullying é a intolerância à diferença. E para ser enquadrado como bullying é preciso que o ato de violência seja praticado intencionalmente e em diversas vezes”, afirma.

NAS ESCOLAS
A secretária de Desenvolvimento, Aída Monteiro, explicou como o professor da rede estadual deve agir. “Criamos os comitês de conciliação de conflitos nas escolas públicas para que o problema da sala de aula seja resolvido entre a escola e a família, sem precisar passar por um processo de criminalização”, afirma. Ela diz que já foram capacitadas aproximadamente 15 mil pessoas, entre professores e estudantes, para fazer parte desse trabalho.

Segundo Aida, desde 2007 o currículo escolar tem como eixo norteador a formação da cidadania e o respeito integral aos direitos humanos. "Essas temáticas de discriminação, violência escolar, combate à homofobia e questões de gênero perpassam de forma interdisciplinar o currículo, ou até como disciplina, já que temos 1.410 professores que trabalham nessa perspectiva", detalha.

Aida Monteiro diz que a violência não é um problema isolado do ambiente escolar. "Está inserida nas diversas relações sociais, na família, na comunidade... A escola reproduz e traduz o que a sociedade está vivenciando".

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