Patrícia Oliveira acha que o cerne da questão é a fraca capacidade de gestão de conflito que os alunos têm
Contribuir para a melhoria do relacionamento interpessoal entre  alunos e deste modo combater a possibilidade do bullying, foi o  principal objectivo de um curso promovido pelo Gabinae no Colégio Rainha  D. Leonor.
A violência escolar, fenómeno ao qual foi atribuído o nome bullying, é  uma problemática que tem aumentado as suas manifestações e visibilidade,  o que tem motivado uma crescente preocupação por parte de professores,  pais, alunos e técnicos.
A responsável pelo curso, Patrícia Oliveira, mestre em Serviço Social  com especialização em bullying, explicou que foram dinamizadas diversas  estratégias de intervenção adequadas a este fenómeno e desenvolvidas  estratégias de sensibilização, de motivação e de informação aos alunos,  actuando ao nível da alteração de comportamentos.
Participaram nas aulas 21 alunos entre os 10 e os 14 anos, de várias  turmas do colégio. “É fundamental que se englobem alunos de várias  idades” para que se consiga intervir de forma mais prática.
Foram abordadas questões como o espírito de equipa, a assertividade, o  auto-conceito e a gestão de conflito, através de actividades dinâmicas.  “Fazemos simulações em que invertemos os papéis. Os alunos mais velhos,  que possam ser o potencial agressor, são colocados no papel da vítima  para que percebam o que este sente”, explicou a assistente social, cuja  tese de mestrado se intitulou “Bullying – uma nova visão pelo serviço  social”.
Através destas dramatizações, as crianças assumem também o papel do  professor ou do encarregado de educação, percebendo as várias visões da  problemática. “A técnica do teatro-debate é muito utilizada em relação à  discussão do bullying”, disse.
O curso, com duração de 30 horas, decorreu às quarta-feiras à tarde,  aproveitando o facto de não haver aulas durante esse período, e foi  financiado pelo Programa Operacional Potencial Humano.
Patrícia Oliveira mantém um sítio na Internet sobre o bullying: www.intervencao bullying.pt.vu.
A investigadora elogiou o facto do Colégio Rainha D. Leonor ter a  sensibilidade de receber um curso sobre bullying para crianças. “Cada  vez há mais situações de violência escolar nas nossas escolas, mas  muitas vezes tenta-se desvalorizar o tema”, comentou.
Patrícia Oliveira considera que a palavra bullying tem uma conotação muito negativa, mas acha que o cerne da questão é a fraca capacidade de gestão de conflito que os alunos têm entre eles e isso extravasa a escola. “O envolvimento com os pais e com a comunidade é fundamental”, defende.
Pedro Antunes
pantunes@gazetacaldas.com 
Fonte: Gazeta das Caldas Portugal

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