domingo, 7 de julho de 2013

Jovem que atirou em colega na escola segue preso na Grande BH e responde por tentativa de homicídio

Informações foram confirmadas pela assessoria da Polícia Civil; suspeito possui algum tipo de distúrbio mental e, por isso, sempre era provocado por uma das vítimas, principalmente com tapas na cabeça

MÁBILA SOARES / FERNANDA VIEGAS / JOSÉ VITOR CAMILO
O estudante de 19 anos, vítima de bullying e que atirou várias vezes contra um colega de escola que o perturbava, está preso no Presídio de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (5) pela assessoria da Polícia Civil. De acordo com a corporação, Alexandre Esteves dos Santos, de 19 anos, será indiciado por dupla tentativa de homicídio.
O crime foi dentro da Escola Estadual Efigênia de Jesus Werneck, na rua C, no bairro Dona Rosarinha. P.O.T., de 16 anos, que era o alvo de Santos por supostamente cometer o bullying, foi atingido de raspão no ombro e na orelha. Ele foi socorrido para o Pronto-Atendimento (P.A.) do bairro São Benedito. Já R. R. S., também de 16 anos, foi baleado na barriga, por engano, e foi levado para o P.A. Central. Ele é filho de um policial militar. Os tiros foram disparados em um corredor do segundo andar da escola.
Uma aluna contou à reportagem de O TEMPO que o colega possui algum tipo de distúrbio mental e, por isso, sempre era provocado por uma das vítimas, principalmente com tapas na cabeça.
Segundo o tenente Rodrigo Lima do 35º Batalhão da 150ª Companhia da Polícia Militar (PM), Alexandre foi preso em casa. Ele contou à polícia que mora com a avó e que, na noite dessa quarta-feira (3), um tio dele - que é cabo do 1º BPM - dormiu na mesma casa e deixou uma arma dentro da mochila, em cima de um armário. Na manhã desta quinta, o jovem pegou o revólver calibre 38 e o levou para escola. A arma foi apreendida. Em conversa com a polícia, o jovem contou que o colega o chamava de gordo e que isso o incomoda muito.
A assessoria da Secretaria Estadual de Educação (SEE) informou que há uma equipe do governo dando assistência na escola e que providências iniciais foram tomadas, como a comunicação às famílias das vítimas. Além disso, informou que há uma parceria entre a Secretaria e a PM para a realização de rondas policias próximo às instituição de ensino, a chamada patrulha escolar. A Secretaria também comunicou que desenvolve ações de prevenção de fatores de geração de violência no ambiente escolar.
Segundo a SEE, a instituição tem cerca de 600 alunos matriculados do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, nos turnos manhã e tarde. A escola em questão possui sistema de monitoramento por câmeras de segurança e desenvolve atividades pedagógicas de não violência.
As aulas foram suspensas no turno da manhã, mas as atividades foram mantidas na parte da tarde. A Secretaria junto com a direção da escola irá decidir qual atitude tomarão para que novos crimes não venham a acontecer.
Para o psicólogo e advogado especialista em direitos humanos Túlio Louchard Picinini, o bullying traduz uma série de valores que estão fora dos padrões estipulados pela sociedade. "São gordinhos, negros, que sofrem um ataque direto. O bullying é um tipo de violência sofrida por pessoas que possuem diferenças, que são mal vistas, socialmente. Nesse caso, o sujeito que sofre o bullying não conseguiu amparo e nem lidar com a situação e transformou o que vivia em violência contra o outro".
Escola já foi palco de outras brigas
Há pouco mais de dois meses, uma confusão envolveu um professor e um aluno dessa escola. Uma briga terminou com cinco adolescentes apreendidos.
De acordo com a PM, o professor estava na sala de aula, aplicando prova, quando chamou a atenção de um dos alunos. Testemunhas disseram à polícia que o aluno foi agredido pelo professor com três socos no rosto. Revoltados, os demais estudantes compraram a briga e partiram para a agressão. O professor levou socos e chutes e conseguiu se esconder dentro de uma outra sala.
A confusão foi tão grande que o educador teve que deixar a escola escoltado pela polícia. Quando a PM deixou o local, a viatura foi apedrejada pelos alunos. Ao final da briga, cinco adolescentes foram apreendidos e levados para a delegacia para prestar depoimento.

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