Prefeitura de Curitiba
A violência virtual, praticada pela internet ou por meio de tecnologias, conhecida como Cyberbullying, é um tema cada vez mais presente no ambiente escolar. Para capacitar professores a como prevenir e trabalhar o assunto entre os estudantes, a Secretaria Municipal da Educação promoveu nesta segunda-feira (27) um encontro entre profissionais representantes de 107 escolas municipais.
O encontro, realizado no Centro de Formação Continuada, teve a participação da especialista e doutora em tecnologia e sociedade Cineiva Campoli Tono. Ela atua no Departamento de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciaria do Paraná e falou aos profissionais da educação sobre a importância da reflexão da violência nas redes sociais, além de oferecer ao grupo informações sobre como desenvolver projetos e estratégias de intervenção, tanto no ambiente escolar quanto no entorno, para prevenir as ameaças causadas pela divulgação de conteúdo na internet.
Promovido pela Coordenadoria de Atendimentos às Necessidades Especiais (CANE), o objetivo do encontro foi ampliar os conhecimentos das equipes escolares que participam do projeto “Bullying não é brincadeira”, que desde o ano passado tem trabalhado o respeito ás diferenças entre os estudantes a partir do combate às violências.
Cineiva salientou o fato de a internet ser um ambiente e um meio de comunicação que exige cuidados. “Os jovens devem ter consciência de que o que postam pode ir além de uma brincadeira, que pode ser ofensivo ou desrespeitoso. E são os pais que devem impor limites também para os filhos. No entanto, a escola tem um papel fundamental que é o de partilhar, instigar e alertar às famílias para o perigo que perpassa o cyber”, disse Cineiva.
A coordenadora da CANE, Elda Bissi, explicou que a intenção do encontro foi oferecer aos profissionais informações e orientações sobre como a escola deve ficar atenta ao novo formato de violência e como deve proceder diante de possíveis acontecimentos. “A escola como ambiente de aprendizagem e preparação para a vida individual e coletiva deve se manter atenta a todos os possíveis acontecimentos que possam causar danos ao processo evolutivo do aluno. Nesse sentido, buscamos uma escola resiliente frente à temática de todas as formas de bullying ”, disse Elda.
A professora da Escola Municipal Cerro Azul, no Tingui, Sara Strapasson desenvolve o Projeto “Bullying não é brincadeira” com estudantes do 1.º ano. Para ela, a conscientização é o primeiro passo para que as pessoas tomem conhecimento dos perigos e cuidados que devem ter com determinados assuntos. “Discutir o assunto desde a infância é fundamental para que os alunos respeitem as diferenças, aceitem o outro e possam conviver em harmonia. Nosso trabalho deve ser em parceria com a família para evitar a relação da violência com a tecnologia”, disse Sara.
Entendo que o Cyberbullying é uma ação de agressão e desrespeito ao indivíduo que ocorre no plano virtual, principalmente por meio de sites de relacionamentos, a professora Luciana Brandão, da Escola Municipal Itacelina Bittencourt, no bairro Guaíra, disse acreditar que as ações sobre o assunto devem ser abordadas de maneira ampla. “Devemos abordar o assunto de maneira integrada às ações curriculares no intuito de respeitar às singularidades e diversidades encontradas no ambiente escolar. O Projeto Bullying não é brincadeira é uma iniciativa importante para inserir os alunos numa discussão orientada e assertiva sobre os riscos da internet”, diz Luciana.
Singularidades
O projeto Bullying não é Brincadeira da Secretaria Municipal da Educação iniciou em 2014 e tem a participação de 81 mil estudantes de 107 escolas municipais e dezenas de professores promovendo a cultura da paz, respeito à singularidade e à diversidade no ambiente educacional, em especial entre as pessoas com deficiência.
A adesão ao projeto é opcional, cabendo às escolas decidirem pela proposta de prevenir as agressões entre os estudantes a partir de duas frentes. A primeira, de orientar os profissionais das escolas, centros municipais de educação infantil (CMEIs) e demais unidades escolares sobre o que deve ser feito para evitar bullying. A segunda é envolver de forma lúdica e atrativa os estudantes e suas famílias na discussão sobre a necessidade de respeito à singularidade e diversidade de todos no ambiente educacional.
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