Para especialista, há uma noção generalizada de que a desonra não é ruim e que as críticas servem de motivação, mas, na prática é o contrário
O excesso de peso é a principal justificativa por trás do bullying contra crianças e alguma coisa precisa ser feita a esse respeito. Essa é a visão predominante entre milhares de adultos de quatro países que, quando questionados sobre porque as crianças sofrem bullying, responderam que a justificativa mais comum não era racial, nem religiosa, nem envolvia deficiências físicas ou a orientação sexual, mas o peso. Quase três quartos dos entrevistados afirmaram que as escolas e as políticas antibullying precisam abordar essa questão, e muitos afirmaram considerar o problema “grave” ou “muito grave”.
Ainda assim, a maior parte das leis antibullying não protege crianças obesas, afirma Rebecca Puhl, vice-diretora do Centro Rudd de Política Alimentar e Obesidade da Universidade de Connecticut, além de autora do primeiro estudo internacional investigando o bullying relacionado ao peso, publicado na revista científica “Pediatric Obesity”.
Não existem leis federais que garantam o tratamento igualitários para pessoas com sobrepeso ou obesas. “Na verdade, não é ilegal discriminar as pessoas com base em seu peso e isso dá a entender que o preconceito, o tratamento injusto ou o bullying com essas crianças são práticas toleráveis”, afirma Rebecca.
Nos Estados Unidos, jovens obesas recebem menos apoio financeiro universitário dos pais do que jovens que não são obesas, além disso, trabalhadores obesos recebem menos que trabalhadores não obesos, de acordo com um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças sobre o preconceito de peso, feito por Reginald Washington, diretor médico do hospital infantil Rocky Mountain, em Denver.
O relatório de Washington revisou políticas atuais e revelou o enviesamento de médicos, educadores, familiares e colegas de pessoas obesas. O estudo envolvendo mais de 400 médicos, por exemplo, revelou que mais de 30% dos entrevistados elencaram a obesidade como uma condição à qual reagiam negativamente, pouco atrás do vício em drogas, de doenças mentais e do alcoolismo. O levantamento também citou uma pesquisa que revelava que as famílias frequentemente criticavam parentes obesos; quase metade das jovens com sobrepeso relatou provocações feitas por familiares.
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