Quando o assunto é bullying naturalmente lembramos de crianças e adolescentes em fase escolar, mas este é apenas o cenário mais evidente do problema, muitos profissionais encaram o problema em seu dia a dia de trabalho. Embora o problema seja amplamente discutido na área educacional, há pouco conhecimento sobre o que fazer mediante às organizações.
Segundo uma pesquisa do site CareerBuilder, 28% dos profissionais entrevistados já sofreram bullying no trabalho. Vale lembrar que a prática refere-se ao ato de violência física ou psicológica intencional e repetida. A pesquisa revelou também que 19% dos profissionais violentados deixaram ou trocaram de emprego por causa desta prática.
Conversamos com Eline Kullock, presidente da Staton Chase e especialista em Geração Y, sobre bullying nas empresas. Confira na sequência os principais tópicos da entrevista.
As empresas estão preparadas para lidar com bullying?
Acredito que as pessoas de forma geral não estão preparadas para lidar com o bullying. O brasileiro, de uma forma geral, não é uma pessoa de enfrentamento. Ele prefere não confrontar e isto está na cultura brasileira, em função do modelo de colonização do país. Outros países, principalmente os europeus, estão mais acostumados ao questionamento, ao confronto, às perguntas diretas e à resolução de problemas de forma menos emocional do que os brasileiros.
Como identificar práticas de bullying nas organizações?
A postura do corpo gerencial será fundamental para identificar práticas de bullying. É necessário que a diretoria como um todo se posicione claramente sobre a abertura à diversidade e por não aceitar preconceitos no seu quadro funcional. É preciso que os gerentes tenham a confiança das pessoas para que um funcionário que se sinta discriminado, possa vir conversar com seu gestor, sem ser penalizado ou ridicularizado.
A empresa que tem gerentes maduros emocionalmente, tem uma chance muito maior de ter uma equipe mais franca, mais pronta para o novo e mais aberta às diferenças interpessoais.
Qual a melhor maneira de lidar com bullying? Punições, conversas, acordos?
A postura adequada para se lidar com o bullying é um posicionamento claro em relação a esta prática, como passível de demissão, porque significa discriminação e pode fazer com que a empresa incorra em custosas multas.
Quanto mais os valores organizacionais possam valorizar a diversidade, o respeito, o trabalho em equipe e o bom humor, mais a empresa estará demonstrando que é aberta ao novo e mostrando que só assim ela pode, de fato, representar um extrato da sociedade, onde há todos os tipos de pessoas.
Vale lembrar que lidar com o diferente ensina, nos faz ver o mundo com outros olhos, nos torna mais flexíveis, mais atentos às diferenças e à sociedade de uma forma geral. Certamente a pessoa que faz o bullying tem pouca capacidade de empatia, de se colocar no lugar do outro, e precisa de mais amadurecimento emocional, para aprender a conviver com respeito com outras pessoas e as organizações devem estar atentas a situação sempre.
*O conteúdo acima é de responsabilidade da Catho
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