Mãe afirma que diretor sugeriu a retirada da garota de escola; ele nega. Jovem ainda é vítima de bullying em Piracicaba e é xingada de 'baleia'.
Do G1 Piracicaba e Região
A Diretoria de Ensino de Piracicaba (SP) vai apurar denúncia da vendedora Cláudia de Almeida Martins Rodrigues, de 42 anos, contra a direção da Escola Estadual Pedro de Mello, na zona rural da cidade, onde a filha dela estuda. A menina tem 12 anos e pesa 146 quilos e, de acordo com a mãe, o diretor sugeriu a retirada da garota da escola em razão da obesidade. A jovem também é vítima de bullying, sendo xingada de "gorda" e "baleia" pelos outros alunos, segundo a mãe.
O diretor negou a acusação na tarde desta sexta-feira (29) durante reunião na Diretoria de Ensino. Aos pais da aluna e a representantes da Secretaria Estadual da Educação, ele afirmou que a preocupação era em relação às aulas de educação física, já que a jovem sofre de pressão alta e apresenta comportamento ofegante. O G1 teve acesso à ata da reunião, que foi coordenada pelo dirigente regional de ensino, Fábio Augusto Negreiros.
Conforme o documento, o dirigente orientou a mãe a protocolar reclamação formal contra o diretor. O caso deve ser apurado por meio de processo administrativo. Por enquanto, a estudante obesa continuará a frequentar a escola estadual, localizada no distrito de Tupi. Com relação à reunião, Cláudia disse que não houve nenhuma definição e que um novo encontro será agendado com a participação de representantes do Conselho Tutelar.
"A escola falou a parte dela e eu, a minha. Eles negaram que pediram para eu tirar a menina da instituição e também negaram a expulsão dela caso eu continuasse indo no local para reclamar", afirmou a mãe. Conforme a ata, o dirigente de ensino pediu para que Cláudia encaminhe o "que gostaria fosse feito pela filha".
Entenda o caso
Cláudia relatou que foi obrigada a assinar, no último dia 8, um termo de responsabilidade de próprio punho para que a filha pudesse frequentar as aulas de educação física. No dia 12, recebeu um comunicado da escola para que providenciasse um documento médico com autorização para as atividades esportivas, já que a menina apresentava "comportamento ofegante, chamando a atenção por ser fora do normal".
Cláudia relatou que foi obrigada a assinar, no último dia 8, um termo de responsabilidade de próprio punho para que a filha pudesse frequentar as aulas de educação física. No dia 12, recebeu um comunicado da escola para que providenciasse um documento médico com autorização para as atividades esportivas, já que a menina apresentava "comportamento ofegante, chamando a atenção por ser fora do normal".
Dias depois, a mãe levou à escola um laudo assinado por um profissional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde a garota é acompanhada. No laudo, o médico escreveu que a "paciente não apresenta contraindicação para atividades escolares, mas tem limitações temporárias para atividades físicas até o controle da pressão arterial".
Resposta da Educação
Em nota da assessoria de imprensa, a Secretaria da Educação informou que as ações da direção tiveram como foco o bem-estar da estudante. "Como a aluna apresentava dificuldades no desenvolvimento de atividades físicas, a escola indicou que a mãe a encaminhasse para avaliação médica a fim de verificar as suas condições de saúde. A escola acatou a orientação médica, a adolescente não frequenta mais as aulas de educação física e a equipe gestora continua a acompanhar a estudante e sua família."
Em nota da assessoria de imprensa, a Secretaria da Educação informou que as ações da direção tiveram como foco o bem-estar da estudante. "Como a aluna apresentava dificuldades no desenvolvimento de atividades físicas, a escola indicou que a mãe a encaminhasse para avaliação médica a fim de verificar as suas condições de saúde. A escola acatou a orientação médica, a adolescente não frequenta mais as aulas de educação física e a equipe gestora continua a acompanhar a estudante e sua família."
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