Chama-se “Violência? Não, obrigado!”, é dirigido aos jovens de Vila Real e pretende, através do teatro, educar para a cidadania.
por Olímpia Mairos SAPO PT
A autarquia de Vila Real tem em marcha um projecto de luta contra a violência que envolve alunos e utiliza o teatro para alertar sobre o bullying, a discriminação pela orientação sexual e a violência doméstica.
O programa chama-se “Violência? Não, obrigado!” e pretende educar para a cidadania. É dirigido aos jovens dos 2º e 3º ciclos e vai envolver entre 150 a 200 alunos até ao mês de Abril.
Partindo do princípio que a violência é “uma realidade transversal a todas as culturas, extractos sociais e faixas etárias", a autarquia de Vila Real defende que “a prevenção é a melhor forma de evitar que se alastre pelas gerações seguintes”.
O projecto conta com a parceria da companhia Urze Teatro e do Rotary Club de Vila Real e definiu a Escola com a área de intervenção central e o teatro como veiculo para passar a mensagem.
A vice-presidente da Câmara de Vila Real, Eugénia Almeida, explica que “o teatro vai ser uma ferramenta para chegar aos jovens", fazendo "a consciencialização e trazendo uma nova forma de abordagem”.
Numa primeira fase, a Urze vai às escolas apresentar peças teatrais de curta duração, baseadas no conceito do “Teatro do Oprimido”. Um conceito desenvolvido e aplicado pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal junto de comunidades com problemas sociais.
O trabalho nas escolas é orientado por professores e técnicos da autarquia.
Segue-se o trabalho de criação artística com os estudantes que são convidados a criar, idealizar e produzir peças de teatro, filmes ou poemas que tenham como tema central a violência.
Conjuntamente com a companhia de teatro, os jovens farão ainda um trabalho de investigação que irá envolver outros parceiros, como a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
“O que nós pretendemos é que o tema da violência passe a ser algo que seja discutido e que nós, como cidadãos, consigamos exigir respostas claras e objectivas para o problema”, adianta o director da Urze, Fábio Timor, que elege a questão do bullying como “central”.
“Temos consciência de que pouco se fala de um problema que realmente existe. Há comportamentos nos jovens que nós, como adultos, temos a noção de que não são desejáveis”, enfatiza.
Na primavera, o teatro sobe ao palco e serão apresentados os projectos realizados pelos jovens para, através deles, transmitir a mensagem “Violência? Não, Obrigado!” às famílias e à comunidade em geral.
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