domingo, 18 de janeiro de 2015

Teatro na prevenção da violência em Portugal

Chama-se “Violência? Não, obrigado!”, é dirigido aos jovens de Vila Real e pretende, através do teatro, educar para a cidadania.






por Olímpia Mairos SAPO PT

A autarquia de Vila Real tem em marcha um projecto de luta contra a violência que envolve alunos e utiliza o teatro para alertar sobre o bullying, a discriminação pela orientação sexual e a violência doméstica. 

O programa chama-se “Violência? Não, obrigado!” e pretende educar para a cidadania. É dirigido aos jovens dos 2º e 3º ciclos e vai envolver entre 150 a 200 alunos até ao mês de Abril. 

Partindo do princípio que a violência é “uma realidade transversal a todas as culturas, extractos sociais e faixas etárias", a autarquia de Vila Real defende que “a prevenção é a melhor forma de evitar que se alastre pelas gerações seguintes”. 

O projecto conta com a parceria da companhia Urze Teatro e do Rotary Club de Vila Real e definiu a Escola com a área de intervenção central e o teatro como veiculo para passar a mensagem. 

A vice-presidente da Câmara de Vila Real, Eugénia Almeida, explica que “o teatro vai ser uma ferramenta para chegar aos jovens", fazendo "a consciencialização e trazendo uma nova forma de abordagem”. 

Numa primeira fase, a Urze vai às escolas apresentar peças teatrais de curta duração, baseadas no conceito do “Teatro do Oprimido”. Um conceito desenvolvido e aplicado pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal junto de comunidades com problemas sociais. 

O trabalho nas escolas é orientado por professores e técnicos da autarquia. 

Segue-se o trabalho de criação artística com os estudantes que são convidados a criar, idealizar e produzir peças de teatro, filmes ou poemas que tenham como tema central a violência. 

Conjuntamente com a companhia de teatro, os jovens farão ainda um trabalho de investigação que irá envolver outros parceiros, como a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). 

“O que nós pretendemos é que o tema da violência passe a ser algo que seja discutido e que nós, como cidadãos, consigamos exigir respostas claras e objectivas para o problema”, adianta o director da Urze, Fábio Timor, que elege a questão do bullying como “central”. 
“Temos consciência de que pouco se fala de um problema que realmente existe. Há comportamentos nos jovens que nós, como adultos, temos a noção de que não são desejáveis”, enfatiza. 

Na primavera, o teatro sobe ao palco e serão apresentados os projectos realizados pelos jovens para, através deles, transmitir a mensagem “Violência? Não, Obrigado!” às famílias e à comunidade em geral.

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