Estudo com 113 jovens de Lisboa revela ainda que a maioria tem comportamentos de saúde adequados
Por: Redação / AMUm estudo que envolveu 113 jovens de Lisboa, com idades entre os 9 e os 13 anos, revela que a maioria tem comportamentos de saúde adequados, no entanto, mais de um terço nunca tinha ouvido falar da Sida.
Estas são alguns dos primeiros resultados do «Young Health Programme (YHP) – Like ME», programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil, realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, em articulação com a Médicos do Mundo (MdM), apresentado esta quarta-feira.
As conclusões revelam que «os jovens têm comportamentos de saúde adequados, baixa percentagem de comportamentos de risco e bullying enquanto agressores e uma perceção positiva da autoestima e autoconceito».
Em matéria de saúde, a maioria destes jovens afirma já ter ouvido falar sobre a Sida ou sobre o VIH, mas 37 deles, mais de um terço, revelaram nunca ter ouvido falar desta doença.
Segundo o estudo, apenas cinco dos inquiridos já tinham iniciado a vida sexual, quatro dos quais revelaram que aconteceu entre os 10 e os 11 anos, com «um, três ou quatro parceiros».
No último mês dois jovens indicaram ter tido relações sexuais com uma pessoa.
Na última vez que tiveram relações sexuais, quatro destes cinco jovens não usaram preservativo ou qualquer método anticoncecional.
O estudo salienta ainda que pouco menos de metade dos jovens foi a uma consulta de dentista, exame de rotina ou tratamento dentário nos últimos 12 meses, sendo que 11% nunca recorreu a estes profissionais de saúde.
No que respeita a experiências com tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e consumo de drogas, foram negadas pela maioria dos jovens.
Quatro deles, no entanto, fumaram um cigarro inteiro entre os 5 e os 11 anos, 17% consumiram bebidas alcoólicas entre os 6 e os 13, e a maioria nunca experimentou marijuana, LSD, ácido, ecstasy ou cogumelos.
Quanto à condução sob efeito do álcool, um dos jovens referiu ter conduzido 21 vezes sob esse efeito no último mês, indica o estudo, salientando que, ao nível dos comportamentos de segurança, 73,5% nunca usaram capacete ao andar de bicicleta nos últimos 12 meses, mas 61,1% utilizam cinto de segurança sempre que andam de carro.
Este trabalho de investigação concluiu ainda que, no último ano, a maioria dos jovens não se sentiu triste ou sem esperança, nem pensou em magoar-se a si próprio intencionalmente.
«No entanto, é de registar que 5,4% dos jovens fez planos ou tentou magoar-se a si próprio intencionalmente».
Os comportamentos de agressão para com terceiros também são raros, sendo mais frequentes contra colegas do que contra professores.
Os jovens revelam principalmente comportamentos de «observação de agressão», seguidos de comportamentos de vitimização e, só por último, comportamentos de agressão.
A maioria nunca transportou uma arma branca ou de fogo e não faltou à escola por se sentir inseguro, mas envolveu-se em lutas físicas duas vezes no último ano, metade das quais no recinto escolar.
O estudo conclui que os jovens revelam diferentes perceções, embora de forma geral positivas: razoável competência e desempenho escolares, boas competências sociais, boa perceção da sua aparência, razoável competência atlética e comportamento.
O objetivo deste estudo, lançado em fevereiro de 2013, foi o de caracterizar, em matéria de saúde, de ‘bullying’, de autoestima e de autoconceito, as populações juvenis inseridas nos diversos projetos de intervenção comunitária integradas no “YHP – Like ME” na Região de Lisboa.
Este programa de responsabilidade social pretende, até 2015, aumentar em 30% a autoestima e, em 10%, o número de jovens capacitados na área da saúde mental, sendo direcionado a menores entre os 10 e 12 anos, integrados em projetos Escolhas, com pouco acesso a cuidados de saúde e em situação de vulnerabilidade, alterações no desenvolvimento ou problemas comportamentais relacionados com a imagem e a autoestima.
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