O desespero da mãe de um adolescente de 13 anos que vem sendo vítima de bullying na Capital despertou a solidariedade de gaúchos que passaram pela mesma dor. Muitos suportaram humilhações e ameaças ao lado dos filhos durante anos, sem conseguir uma solução. Outros, com o apoio de amigos, psicólogos e educadores, conseguiram reverter o problema e agora querem contar sua história para ajudar gente como a empresária de 47 anos cuja aflição foi retratada ontem em Zero Hora.
Um desses casos veio à tona em 2009, em uma escola particular de Porto Alegre. A funcionária pública Maristela Aquino, 48 anos, passou a perceber mudanças no comportamento do filho de 11 anos: o menino ficou agressivo e perdeu o interesse pelos estudos. Depois de muita conversa, a mãe descobriu que ele estava sendo humilhado por colegas.
– Meu filho é grande, mas não é obeso. Mesmo assim, começaram a dizer coisas horríveis para ele – disse Maristela.
A gota d’água aconteceu quando o estudante levou um chute. Maristela procurou a direção e teve o problema resolvido na hora – algo que não ocorreu com a mãe do adolescente de 13 anos que relatou a ZH a agonia diante das ameaças sofridas pelo filho. A empresária diz ter procurado a escola várias vezes em busca de providências, mas as intimidações só pioraram. No caso de Maristela, a direção fez reuniões para acalmar os ânimos, e uma psicóloga auxiliou no processo. Até hoje, o filho dela faz terapia para recuperar a autoestima.
– Deve ser terrível pedir apoio e não ver solução.
A mesma sensação de impotência atingiu a família do empresário Rômulo Valente há alguns anos. Aluno de um colégio privado de Porto Alegre, o primo dele se tornou alvo de um colega. O agressor fazia ameaças, desferia tapas e chutes e roubava pertences pessoais do estudante. As coisas só melhoraram quando ele passou a ser acompanhado pelos primos mais velhos, entre eles Valente:
– Acho importante dizer ao filho dessa empresária que não se desespere, porque sempre existe solução.
Os conselhos não param aí. Depois de sofrer por quatro anos ao lado da filha – vítima de bullying na faculdade –, uma desenhista de 50 anos mandou mais um recado para a empresária:
– Não permita que seu filho sofra. Existem colegas muito bons em outras escolas.
Ontem, segundo a empresária, a situação no colégio continuava a mesma. Por meio de uma nota oficial, a escola informou que, “desde que foi notificada, adotou uma série de medidas de proteção e cuidado”.
Fonte: Zero Hora por JULIANA BUBLITZ
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Um repúdio ao bullying
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