terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Por que com o Bullying, todos perdem? - Por Profª Ms. Juliana Munaretti de Oliveira Barbieri

Por que com o Bullying, todos perdem?
Profª Ms. Juliana Munaretti de Oliveira Barbieri

Periodicamente, a mídia aborda casos de ações negativas envolvendo, cada vez mais, um número maior de jovens infratores relacionados a fatos que escandalizam a sociedade como um todo e segundo estudos, podem ser provocados pelo fenômeno Bullying.
Não consigo entender por que o agressor/intimidador é denominado, na tradução da palavra inglesa, como valentão.
Recorrendo ao dicionário, encontrei o significado para a palavra “valentão”, que difere do que a palavra se propõe a explicar, pois para a língua portuguesa, “valentão” significa “uma pessoa que é muito valente”, que por sua vez, significa ser provida de valor, que tem força, esforçada e corajosa. 
Assim, sugiro que uma pessoa que tem valor, força, esforçada e corajosa não pode ser a mesma à qual o autor se refere, pois o autor de Bullying gosta de promover a dor alheia e para mim esta é a atitude de uma pessoa covarde.
Segundo Costantini (2004), os dados de várias pesquisas parecem demonstrar que, com frequência, a vítima do Bullying não encontra condições de se recuperar após as intimidações, pois se sente desprotegida fisicamente e, mesmo reclamando, dificilmente encontra ajuda necessária no espaço escolar ou não que interrompa as situações promovidas pelo Bullying ou capaz de dar apoio psicológico às vítimas mais fracas. Isto porque a vítima se sente impotente psicologicamente para se libertar do sofrimento ao qual é submetida.
            Ao mesmo tempo em que a vítima não encontra essa ajuda necessária, capaz de ajudá-la, o agressor/intimidador também dificilmente encontra quem o faça cessar e/ou o conscientize e o sensibilize para a boa convivência em sociedade.
Por que com o Bullying todos perdem?
Porque verificando que o Bullying é um tipo de violência escolar com características particulares, pois não é praticado em forma de brigas ou conflitos entre discentes e sim, executado a partir de intimidações repetitivas e violências física, verbal e psicológica, contra uma vítima escolhida por sua fragilidade e resultando, quando menos drásticas, em isolamento e marginalização.
O Bullying se constitui, sem dúvida, a forma mais sutil de violência no âmbito escolar, pois se trata de um fenômeno que usa geralmente colegas da mesma sala de aula como suas vítimas para se expressar, deixando sequelas psicológicas, em muitos casos irreparáveis e, embora aconteça em todos os níveis de ensino, sua presença é notada com certa frequência no Ensino Médio, pois esta é a fase que coincide com a adolescência, momento este em que o indivíduo se encontra em transição física, emocional e psicológica entre a infância e a fase adulta.
Em um grupo determinado, como por exemplo, em uma sala de aula, esta classe torna-se o espaço para as dinâmicas negativas, nas quais as relações internas, entre os companheiros, transformam-se em rituais de intimidação das vítimas e de passividade, indiferença e impotência dos espectadores. Para fugir a estas situações indesejáveis, as vítimas se isolam.
Por fim, é possível à vítima de Bullying, quando estiver fora da escola onde estuda, trocar de grupo ou escolher novas amizades, porém dentro da escola, ou mais especificamente em sala de aula, a vítima se torna obrigada a conviver com seus agressores/intimidadores e os espectadores de seu sofrimento, por todo seu percurso escolar.

Referência Bibliográfica
OLIVEIRA, J. M. Indícios de Bullying no Ensino Médio de Araraquara –SP. Araraquara, 2007.  
ALVES, R. Sobre moluscos, conchas e beleza. Jornal Folha de São Paulo, 2002.
A forma escolar da tortura. Jornal Folha de São Paulo, 2005.
COSTANTINI, A. Bullying: como combatê-lo?. Tradução de Eugênio Vinci de Moraes. São Paulo: Itália Nova, 2004.

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