Ex-líder de classe que se opôs à saída de um professor enfrenta uma onda de agressividade que já dura meses.
A estudante de Direito, Rafaela Leoni, 23 anos, ex-lider de uma das turmas do 4º período da Faculdades COC no ano passado, luta pela punição de três colegas que ela acusa de ameaça e injúria desde junho do ano passado. O suposto caso de bullying já foi apurado pela Delegacia Especial de Defesa da Mulher, que enviou o inquérito ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). A vítima também protocolou denúncia no Ministério Público e pediu acompanhamento do caso pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Segundo Rafaela, ela tem sofrido maus-tratos das colegas desde junho, quando se opôs a um movimento dos alunos da turma para a saída de um professor. Na ocasião, a turma, insatisfeita com as notas baixas, organizou um abaixo-assinado pedindo à direção o afastamento do professor.
A posição teria custado caro a então líder da classe. Segundo ela, a partir do episódio, o tratamento hostil se tornou quase uma regra. "Quase apanhei quando me neguei a aderir ao abaixo-assinado. Parte da turma teve uma reação muito agressiva", afirma a estudante.
Depois disso, as colegas, segundo Rafaela, se referiam a ela sempre como "bruxa" e a isolaram em atividades acadêmicas. "Amigas me avisaram que elas queriam quebrar a minha cara".
Logo após denunciar as ofensas à secretaria da faculdade e sem ambiente com os colegas, a universitária decidiu se transferir do período diurno para o noturno no semestre seguinte.
Mas em outubro, por causa de um estágio, Rafaela teve que voltar a frequentar aula no período matutino. Conforme Rafaela, o retorno foi ainda mais difícil, apesar do COC ter destacado um segurança exclusivo, que a acompanhava por onde ia. "Se eu ia fazer um lanche, elas diziam para eu ouvir: ‘Lá vem a bruxa! Tomara que você morra engasgada! Batiam a porta do banheiro na minha cara. Colocavam mochilas nas cadeiras e eu não tinha onde sentar para assistir a aula. Quando fazia alguma pergunta ao professor, sofria com os deboches’".
Neste período, sofrendo de insônia e com constantes crises nervosas, Rafaela procurou ajuda de uma psiquiatra, que diagnosticou uma depressão grave.
Apuração
Através de nota, o Centro Universitário Uniseb-COC informou que a Comissão de Sindicância, "conforme consta no Regimento Interno da Instituição", vai averiguar os fatos alegados em um prazo de 30 dias.
O presidente da OAB de Ribeirão Preto, Ricardo Giuntini, disse que o caso deve ser discutido na próxima reunião da ordem.
Porém, Giuntini já adiantou que como o caso já foi apurado pela polícia e como existe uma sindicância em andamento, a instituição não vê necessidade de um acompanhamento mais próximo.
A delegada especial da Mulher, Maria Beatriz Campos, disse que ouviu todos os envolvidos e que, como ainda não há tipificação penal de bullying, o caso será tratado como injúria e, provavelmente, também de ameaça.
Fonte: Jornal A Cidade
A estudante de Direito, Rafaela Leoni, 23 anos, ex-lider de uma das turmas do 4º período da Faculdades COC no ano passado, luta pela punição de três colegas que ela acusa de ameaça e injúria desde junho do ano passado. O suposto caso de bullying já foi apurado pela Delegacia Especial de Defesa da Mulher, que enviou o inquérito ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). A vítima também protocolou denúncia no Ministério Público e pediu acompanhamento do caso pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Segundo Rafaela, ela tem sofrido maus-tratos das colegas desde junho, quando se opôs a um movimento dos alunos da turma para a saída de um professor. Na ocasião, a turma, insatisfeita com as notas baixas, organizou um abaixo-assinado pedindo à direção o afastamento do professor.
A posição teria custado caro a então líder da classe. Segundo ela, a partir do episódio, o tratamento hostil se tornou quase uma regra. "Quase apanhei quando me neguei a aderir ao abaixo-assinado. Parte da turma teve uma reação muito agressiva", afirma a estudante.
Depois disso, as colegas, segundo Rafaela, se referiam a ela sempre como "bruxa" e a isolaram em atividades acadêmicas. "Amigas me avisaram que elas queriam quebrar a minha cara".
Logo após denunciar as ofensas à secretaria da faculdade e sem ambiente com os colegas, a universitária decidiu se transferir do período diurno para o noturno no semestre seguinte.
Mas em outubro, por causa de um estágio, Rafaela teve que voltar a frequentar aula no período matutino. Conforme Rafaela, o retorno foi ainda mais difícil, apesar do COC ter destacado um segurança exclusivo, que a acompanhava por onde ia. "Se eu ia fazer um lanche, elas diziam para eu ouvir: ‘Lá vem a bruxa! Tomara que você morra engasgada! Batiam a porta do banheiro na minha cara. Colocavam mochilas nas cadeiras e eu não tinha onde sentar para assistir a aula. Quando fazia alguma pergunta ao professor, sofria com os deboches’".
Neste período, sofrendo de insônia e com constantes crises nervosas, Rafaela procurou ajuda de uma psiquiatra, que diagnosticou uma depressão grave.
Apuração
Através de nota, o Centro Universitário Uniseb-COC informou que a Comissão de Sindicância, "conforme consta no Regimento Interno da Instituição", vai averiguar os fatos alegados em um prazo de 30 dias.
O presidente da OAB de Ribeirão Preto, Ricardo Giuntini, disse que o caso deve ser discutido na próxima reunião da ordem.
Porém, Giuntini já adiantou que como o caso já foi apurado pela polícia e como existe uma sindicância em andamento, a instituição não vê necessidade de um acompanhamento mais próximo.
A delegada especial da Mulher, Maria Beatriz Campos, disse que ouviu todos os envolvidos e que, como ainda não há tipificação penal de bullying, o caso será tratado como injúria e, provavelmente, também de ameaça.
Fonte: Jornal A Cidade
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