sábado, 8 de dezembro de 2012

Violência na Escola por Moyses Moreira Lopes

Moyses Moreira Lopes

Quando entrei, eles estavam discutindo, enquanto os outros alunos escutavam, atiçando. Carlos, que era o menor, estava com o cenho fechado. William falava alto com ar de superioridade. Descendia dos anglos. Carlos era moreno-claro, cabelos lisos, olhos amendoados, descendente dos bravos tupis. Procurei saber a razão da discussão. Carlos, choramingando, disse que o William falara para todo mundo que o seu pai era coveiro.
- Meu pai não é coveiro, mas sepultador, disse o menino com raiva, franzindo a testa.
Todos riram. Eu contive. Os colegas não viam diferença, assim como eu. Consegui acalmá-los, apelando para a Bíblia Sagrada.
Vi muitas brigas na escola. No final de semestre elas se multiplicavam. Alunos enfrentavam os professores e não permitiam nem um abraço do conciliador e diziam logo:- Não coloque o braço nas minhas costas.
Um aluno, certa vez, jogou-se na frente do carro do professor, acavalando-se no capô. Queria um conceito maior e não se contentara,  recebendo um vermelho na sua avaliação. Os professores não sabiam a diferença entre conceito e nota e logo fizeram a correspondência e não havia autoridade escolar que conseguisse inculcar na mente dos professores. A professora Elza saiu da reunião, batendo os pés, sobraçando uma dúzia de livros. Ela era livresca. Coitada! já morreu. Os alunos brigavam por causa do conceito.    
Um aluno levara na mochila um revólver e exibia para os seus colegas às escondidas, abrindo e fechando o alforje. Avisei as autoridades escolares. Tomaram providência.
Tudo isso presenciei em escola do Estado e do Município de São Paulo. Sou aposentado nas duas esferas. Com o tempo as brigas foram se tornando mais graves e a Polícia Militar era chamada, uma vez que os professores tinham medo de enfrentar os alunos. Surgiu a ronda escolar e o soldado, ou, às vezes, o sargento era condecorado com o título de Juiz de Paz. Brigavam os alunos, brigavam os pais, discutiam os professores e a direção com ambos. Só o militar, calmamente, com voz pausada, conseguia manter a ordem: era o psicólogo e pedagogo da escola.
Vi muitos pais jovens dizendo que eles tinham sido reprimidos na infância e não queriam que seus filhos tivessem o mesmo destino. Criavam, dando-lhes tudo, sem exigirem regras educativas. Só conversavam com os filhos e, como eram cristãos, mas não tinham a Bíblia como única regra de fé e prática, desconheciam o preceito: -“Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”(Provérbios 22:6)
Quando entrei, eles estavam discutindo, enquanto os outros alunos escutavam, atiçando. Carlos, que era o menor, estava com o cenho fechado. William falava alto com ar de superioridade. Descendia dos anglos. Carlos era moreno-claro, cabelos lisos, olhos amendoados, descendente dos bravos tupis. Procurei saber a razão da discussão. Carlos, choramingando, disse que o William falara para todo mundo que o seu pai era coveiro.

- Meu pai não é coveiro, mas sepultador, disse o menino com raiva, franzindo a testa.
Todos riram. Eu contive. Os colegas não viam diferença, assim como eu. Consegui acalmá-los, apelando para a Bíblia Sagrada.

Vi muitas brigas na escola. No final de semestre elas se multiplicavam. Alunos enfrentavam os professores e não permitiam nem um abraço do conciliador e diziam logo:- Não coloque o braço nas minhas costas.

Um aluno, certa vez, jogou-se na frente do carro do professor, acavalando-se no capô. Queria um conceito maior e não se contentara,  recebendo um vermelho na sua avaliação. Os professores não sabiam a diferença entre conceito e nota e logo fizeram a correspondência e não havia autoridade escolar que conseguisse inculcar na mente dos professores. A professora Elza saiu da reunião, batendo os pés, sobraçando uma dúzia de livros. Ela era livresca. Coitada! já morreu. Os alunos brigavam por causa do conceito.    

Um aluno levara na mochila um revólver e exibia para os seus colegas às escondidas, abrindo e fechando o alforje. Avisei as autoridades escolares. Tomaram providência.

Tudo isso presenciei em escola do Estado e do Município de São Paulo. Sou aposentado nas duas esferas. Com o tempo as brigas foram se tornando mais graves e a Polícia Militar era chamada, uma vez que os professores tinham medo de enfrentar os alunos. Surgiu a ronda escolar e o soldado, ou, às vezes, o sargento era condecorado com o título de Juiz de Paz. Brigavam os alunos, brigavam os pais, discutiam os professores e a direção com ambos. Só o militar, calmamente, com voz pausada, conseguia manter a ordem: era o psicólogo e pedagogo da escola.

Vi muitos pais jovens dizendo que eles tinham sido reprimidos na infância e não queriam que seus filhos tivessem o mesmo destino. Criavam, dando-lhes tudo, sem exigirem regras educativas. Só conversavam com os filhos e, como eram cristãos, mas não tinham a Bíblia como única regra de fé e prática, desconheciam o preceito: -“Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”(Provérbios 22:6)

Fonte: Correio de Itapetininga

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