domingo, 26 de junho de 2016

Brasileiro relembra bullying de 'fenômeno' da Alemanha: 'Fazia 7 com os dedos'

Francisco De Laurentiis, de Paris (FRA), e Vladimir Bianchini, do ESPN.com.br

TEAM 2 SPORTPHOTO/ULLSTEIN BILD/GETTY IMAGES

Bem humorado, o meia de 22 anos do Wolfsburg, gostava de aprontar poucas e boas com um brasileiro quando ainda jogava no Schalke 04, evocando a memória do 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014.
Trata-se do lateral direito Júnior Caiçara, que está há um ano no clube de Gelsenkirchen. Quando chegou aos "Azuis Reais", o ala fez amizade com Draxler, que gostava de tirar sarro.
"Ele tinha sido campeão do mundo com a seleção e estava com a moral lá no alto. Aí me zoava demais por causa do 7 a 1, o tempo todo. Fazia o número 7 com as mãos, pesando na minha (risos). Eu cheguei um ano depois, né... Tive que aguentar", brinca, em entrevista ao ESPN.com.br.

"É um menino muito bom, que me acolheu muito bem, porque eu não sabia falar nada de alemão. Ele se esforçava para eu me enturmar e me ajudou muito no começo. Pena que dois meses depois que eu cheguei ele foi vendido", recorda Júnior.
DEAN MOUHTAROPOULOS/GETTY IMAGES
Junior Caiçara Julian Draxler Comemoram Gol Schalke Darmstadt Campeonato Alemão 22/08/2015
Júnior Caiçara (esq) abraça Draxler em comemoração de gol do Schalke 04
A venda em questão foi a saída de Draxler do Schalke, time no qual ele havia iniciado a carreira, para o Wolfsburg, em 31 de agosto de 2015. Os "Lobos" estavam com os cofres cheios depois de negociar o meia-atacante Kevin de Bruyne por inacreditáveis 55 milhões de libras (R$ 255 milhões) com o Manchester City.
Mesmo longe, Caiçara segue mantendo contato com o amigo.
"Ele ainda visita o Schalke, pois cresceu lá, e a gente segue se falando. Como jogador é um fenômeno, tem uma qualidade impressionante. Foi um pecado ele ter sido vendido, porque perdemos muito com a saída dele", lamenta o paulis

Draxler atua pela seleção alemã principal desde maio de 2012, quando fez sua estreia em um amistoso contra a Suíça entrando no lugar do atacante Lukas Podolski. Desde então, fez 21 jogos pela equipe nacional, marcando um gol, contra os Estados Unidos.
Pela Nationalelf, conquistou a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, mas ainda como reserva. Ele só entrou em campo em um jogo naquele Mundial: justamente na goleada por 7 a 1 no Mineirão, quando substitiu o volante Khedira aos 31 do segundo tempo.
PATRIK STOLLARZ/AFP/GETTY IMAGES
Draxler Alemanha Ucrania Euro-2015 12/06/2016
Draxler em ação pela Alemanha na Euro
Na atual Euro, no entanto, o meia chegou com moral com o técnico Joachim Low, depois de boa temporada com o Wolfsburg, principalmente naUefa Champions League, competição em que a equipe alviverde alcançou as quartas de final pela primeira vez em sua história.
O jogador, conhecido por ser ambidestro, foi titular contra Ucrânia (vitória por 2 a 0), na estreia, e também contra a Polônia (empate por 0 a 0), na segunda rodada. Contra a Irlanda do Norte, ficou no banco para descansar.

Sobre o bulliyng...

Da Redação Olha Direto

Foto: Eliana Bess / Seduc-MT
Alunos da Escola Estadual Souza Bandeira, em Cuiabá, participam do debate da Seduc
Alunos da Escola Estadual Souza Bandeira, em Cuiabá, participam do debate da Seduc
Independente das críticas setoriais, a decisão da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (Seduc) de discutir bullying, nas escolas públicas de Mato Grosso, em bate-papo com adolescentes, significa um avanço significativo. É essencial que a conversa envolva os pais, gestores e educadores, porque o assunto, na maioria das vezesm, é encarado como uma brincadeira, embora possa ter conseqüências drásticas. O tema “Bullying não é brincadeira e causa problemas nas vítimas”, com fotos e depoimentos de pessoas que sofreram bullying, ilusram a discussão nas escolas. É muito importante que seja passado a limpo, porque muitos acham que não passa de uma brincadeira, a partir de chacotas e apelidos, imaginando que não tem gravidade, nem conseqüência. Por isso é imprescindível trabalhar a consciência e respeito, mostrando que causa violência.

sábado, 25 de junho de 2016

Escola em MT debate enfrentamento ao bullying com alunos do ensino fundamental

Fonte: Redação Só Notícias


A escola estadual Souza Bandeira, em Cuiabá, tomou a iniciativa de discutir o tema bullying com os estudantes das 18 turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. O objetivo da conversa foi mostrar que pais, gestores e educadores precisam identificar situações de bullying. O assunto que na maioria das vezes é encarado como uma brincadeira pode ter consequências sérias. 

O técnico pedagógico Admilson Mário de Assunção, da Superintendência de Diversidade Educacional, tratou o tema “Bullying não é brincadeira e causa problemas nas vítimas”. Fotos e depoimentos de pessoas que sofreram bullying foram usados para explicar algumas situações e mostrar como isso se infiltra na sociedade. “Acham que é uma brincadeira, começa com chacotas, apelidos, enfim, pensam que não tem gravidade, nem consequência. Então, procuramos trabalhar pela consciência e respeito, mostrando que causa violência. Em uma brincadeira todos se divertem, portanto, quando uns se divertem e outros sofrem não pode haver brincadeira, é violência”. 

A palavra Bullying deriva do termo inglês bully, que significa valentão, brigão. E mesmo sem denominação em português, o termo é entendido como ameaça, intimidação, humilhação, maltrato e se tornou muito popular principalmente entre os adolescentes, já que são eles os maiores provocadores e vítimas do bullying. 

As principais características do bullying também foram relatadas aos estudantes da Escola. Desigualdade social é uma delas, e nesta questão, a vítima está sempre em situação de desvantagem. A repetição é outra característica, pois as agressões e o sofrimento são constantes. “Fazer sofrer é a vontade do agressor”, destacou o palestrante, ao pontuar que os profissionais da educação devem estar atentos aos sinais de mudanças no comportamento que os alunos vítimas apresentam, como desinteresse pela escola, faltas frequentes, baixa autoestima, apatia e, algumas vezes, reações violentas. 

O diálogo estabeleceu uma relação de confiança e alguns alunos confidenciaram suas experiências ao palestrante. Uma das coordenadoras pedagógicas da Escola Souza Bandeira, Maria Arlinda da Silva, frisou que o conteúdo da palestra foi muito proveitoso e que resultará em melhorias na convivência do corpo estudantil. “Somos uma escola e convivemos com inesperadas situações, precisamos estar alertas. Recentemente tivemos uma situação em que uma aluna estava sofrendo essa pressão dos colegas e, imediatamente, a direção chamou todos os envolvidos para tratar o assunto. Como escola, não estamos isentos disso, portanto quanto mais discutirmos sobre bullying, melhor para evitá-lo”. 

Para o palestrante, a escola tem um importante papel nesse enfrentamento. “Só podemos acabar com esse mal passando pelo processo de conscientização, este processo é possível quando a escola promove discussões sobre a temática e outras ações como realização de teatro, poesias, músicas, confecção de murais e outras atividades. A escola deve ser um ambiente, lúdico, alegre, saudável, em que o aluno sinta prazer em estar presente, entendendo que o bullying não é brincadeira”. 

Há alguns dias o tema também foi tratado em Várzea Grande com profissionais da educação na Escola Estadual Irene Gomes de Campos. Cerca de 70 profissionais participaram da ação que tinha o objetivo de orientar na identificação dos casos de bullying e sobre os encaminhamentos que precisam ser dados. 

Comediante Léo Lins faz estreia nacional de stand up no Acre

'Bullying Arte' é apresentado neste sábado (25), às 20h, no teatro da FAAO.
Léo Lins planejava apresentar no estado há um ano e promete inovar.


Do G1 AC

Léo Lins faz show de stand up em Caraguatatuba neste fim de semana. (Foto: Divulgação)Léo Lins se apresenta em Rio Branco, neste sábado (25), às 20h (Foto: Divulgação)
Humor negro e bullying feitos de forma consciente, é o que promete fazer o comediante carioca Léo Lins. Em apresentação única, ele estreia o show Bullying Arte neste sábado (25), às 20h no Teatro da FAAO, em Rio Branco, no Acre. Os ingressos custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia entrada).


No Acre desde sexta (24), Lins explica que bullyng é um ato ofensivo e feito apenas para ferir uma pessoa, já a peça faz isso de forma engraçada, com cuidado e de forma consciente.
"Convido pessoas a subir no palco, mas ninguém é obrigado. Tudo é feito com bastante cuidado. É uma mistura de piadas de insulto e humor negro de forma consciente”, garante o humorista.
Lins conta que fez questão de escolher o Acre para ser palco da estreia nacional do stand up. Segundo ele, há um ano, quando começou a pensar no show, já gostaria de estrear no estado. Primeiro, por ser um dos quatro estados que falta se apresentar no país e, segundo, por ser um local que possui muitas piadas.
“É um estado que muita gente brinca. Um show de insultos, nada melhor do que estrear num estado que tem muitas piadas prontas”, brinca Lins.
Mas, apesar das várias piadas conhecidas sobre a distância e a existência do Acre, ele afirma que estudou para inovar o show com novas brincadeiras. “Eu conheci a história do Acre, li um livro, conversei com pessoas daqui, interagi nas redes e consegui referências para lançar novas piadas, além de brincar com coisas locais”, afirma o comediante.

Professora dá lição sobre bullying usando duas maçãs

maçã bullying
Maçãs: "nós realmente ofendemos aquela pobre maçã. Comecei a me sentir mal por ela." disse a professora

Do HuffPost Brasil

A professora britânica Rosie Dutton encontrou uma criativa e bem eficaz maneira de se falar com as crianças sobre os efeitos do bullying.
Ela só precisou de duas maçãs.
Por fora, as frutas eram aparentemente iguais: grandes, bem vermelhas, daquelas que selecionamos na feira.
Só que, antes de levá-las para a sala de aula, Dutton bateu uma delas no chão repetidamente, mas de maneira delicada. As crianças não souberam disso.
Então ela apresentou as duas maçãs na aula e as crianças descreveram as semelhanças de ambas as frutas.
"Eu peguei a maçã que tinha jogado no chão e comecei a dizer às crianças o quanto eu não gostava dela, que eu a achava nojenta, com uma cor horrível e que o cabinho era muito curto. Eu disse a elas que, por eu não gostar daquela maçã, queria que elas também não gostassem, então elas deveriam xingar a fruta."
As crianças olharam para Dutton com estranhamento, mas começaram a passar a maçã para os coleguinhas, sempre com um xingamento: "Você é fedida", "nem sei por que você existe", "você deve ter vermes dentro de você.
"Nós realmente ofendemos aquela pobre maçã. Comecei a me sentir mal por ela."
Em seguida, Dutton encorajou as crianças a passarem a segunda maçã de um coleguinha para o outro, mas desta vez, dizendo palavras gentis. "Você é uma maçã adorável", "sua casca é bonita", "que cor bonita você tem".
Depois a professora segurou as duas maçãs e, junto com as crianças, falaram sobre suas semelhanças e diferenças. As duas continuavam iguais.
Então Dutton cortou as duas maçãs ao meio. A maçã elogiada era clarinha, fresca e bem suculenta por dentro.
Já a maçã xingada estava toda machucada e molenga por dentro.
"Acho que as crianças tiveram uma espécie de iluminação naquele momento. Elas realmente entenderam, o que vimos no interior das maçãs, os machucados, os pedacinhos partidos, era como cada um de nós se sente quando alguém nos maltrata com suas ações ou palavras", explica Dutton em seu post no Facebooksobre a experiência.
"Quando as pessoas sofrem bullying, especialmente as crianças, elas se sentem péssimas por dentro e e muitas vezes não demonstram nem falam como estão se sentindo. Se a gente não tivesse cortado aquela maçã para ver seu interior, nunca teríamos percebido quanta dor causamos a ela."
Na semana anterior, Dutton havia compartilhado com as crianças uma situação em que ela ficou triste com as ofensas de uma pessoa.
"Diferentemente de uma pessoa, nós podemos impedir que isso aconteça. Podemos ensinar às crianças que não é certo dizer palavras grosseiras umas pras outras, e discutirmos os efeitos destas grosserias. Podemos ensinar às crianças a defender os coleguinhas e parar qualquer tipo de bullying, assim como uma aluna de hoje, que se recusou a dizer grosserias para a maçã."
A esclarecedora lição foi dada em uma aula sobre emoções, chamada Relax Kids. Especificamente nesta aula, Dutton e a escola oferecem ferramentas e técnicas para as crianças lidarem com seus sentimentos e emoções, além de maneiras de superar qualquer tipo de estresse ou ansiedade.
Mas Dutton diz que essa postura vale para todas as aulas. Especificamente na aula sobre emoções, as atividades promovem o trabalho em equipe, o respeito, o apoio aos colegas, a resolução d conflitos, a autoestima e a confiança, e locais para onde as crianças podem recorrer caso precisem de ajuda.
A saúde mental de crianças e adolescentes tem se mostrado uma questão fundamental no Reino Unido, onde a ansiedade, o cyberbullying e os pensamentos suicidas estão aumentando entre jovens alunos ao mesmo tempo em que o atendimento nos serviços de saúde tem sido negado a muitas pessoas.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Vidente chama atenção para problema atual: o bullying


    Marina Gold




    Sem nenhum aviso, inesperadamente o Escaravelho do Diaboretorna. Trata-se de um famoso livro infanto-juvenil, de Maria Lúcia Machado, que me acompanhou nos primeiros anos de escola e que, agora, foi transformado em filme (excelente, com os impagáveis Jonas Bloch e Lourenço Mutarelli). Eis que, com o neto e pipoca, em cores e movimento, os besouros outra vez penetram em meus pesadelos.


    Na aventura que se intensifica página a página (fotograma a fotograma), insetos, assassinatos e pessoas ruivas se entrelaçam. Para mim, ruiva que só eu, é obra de arte e cultura que serve como espelho, que cria profundas identificações, revela porções misteriosas de minha consciência e inconsciência.
    Foto: wundervisuals / iStock
    Há muitos anos, éramos apenas três, afogadas por um mundaréu de alunos, apontadas e discriminadas na imensidão do pátio de recreio das meninas como “as ruivas”. Eu e duas irmãs (Laura e Lígia) de cabelos vermelhos, afogueados.
    Na escola querida onde aprendi a escrever, sob a energia magistral de Mário de Andrade e Cecília Meireles (ilustríssimos alunos que também por ali tinham encontrado familiaridade com as “primeiras letras”), causávamos alguma estranheza. Gritavam-nos: “Ruivas! Ruivas!” Hoje seria o bullying, naquela época, embora não se empregasse a palavra, era exatamente a mesma coisa.
    Durante o intervalo, nossas sombras alongadas escorriam do cantinho onde nos refugiávamos, lambiam as paredes, queriam escapar. Um pequeno grupo diferente do resto, segregado.
    Também havia meninos ruivos, mas não usavam o mesmo pátio. Quando nos encontrávamos na entrada e na saída eles eram os mais terríveis, pouco solidários com nossa classe tão branquinha e míope. Paradoxalmente nos agrediam e enxotavam.
    Revendo o filme lembrei-me, embrulhada na minha ansiedade ruiva, minoria das minorias, daqueles recreios marcados pelo pânico.
    Hoje, amadurecida por décadas de proximidade com a espiritualidade, me preocupo cada vez mais com a questão das violências (simbólica, psicológica, de linguagem, física, etc.). Mesmo que seu filho não seja ruivo, atenção para que ele tenha um espaço de apoio e diálogo se a temperatura subir entre os colegas de escola ou de esporte, na pracinha ou no condomínio.

    Como duas maçãs explicam o que é o bullying


    Depois de ter feito a experiência numa sala de aula, a professora divulgou os resultados no Facebook.

    POR INÊS ESPARTEIRO ARAÚJO

    Decidida a mostrar aos seus alunos o que é o bullying e quais os efeitos secundários que este pode ter, uma professora anónima partilhou no Facebookuma experiência que fez com os seus alunos na sala de aula. Pegou em duas maçãs e deixou uma delas cair ao chão sem os alunos verem. Quando as abriu, uma delas estava massada e com mau aspeto por dentro. O mesmo efeito secundário que sofre uma pessoa vítima de bullying

    “Começamos a falar sobre o tamanho das maçãs e o que eles achavam de ambas. De seguida peguei na maçã que tinha deixado cair ao chão, cortei-a ao meio e comecei a dizer que era horrível, nojenta e que a sua cor era terrível. (…) Depois disse-lhes que por eu não gostar, eles também não podiam gostar daquela maçã”, escreveu a professora no Facebook.
    Após discutirem tanto sobre as quatro metades, a professora interrogou-os sobre qual a razão para terem começado a chamar nomes a que tinha pior aspeto e acabaram por chegar à conclusão que ambas eram iguais.
    “Não foi preciso eu dizer nada. Rapidamente fizeram a associação para os humanos. As ‘negras’, os hematomas e os pequenos pedaços que se desfizeram, é exatamente aquilo que acontece dentro de cada um de nós quando alguém nos trata mal”.
    Foram vários os pais que se renderam à experiência desta professora, elogiando a sua iniciativa: “Isto é fantástico.. Não apenas para crianças mas para muitos adultos também” ou “deviam haver mais professores assim. "O bullying quer seja verbal quer seja físico, destrói a nossa vida”, afirmou outro utilizador.

    THALITA REBOUÇAS ESTREIA SÉRIE NO GSHOW E FALA SOBRE DESAFIOS DE ESCREVER SOBRE BULLYING

    Tati Perry
    Futura jornalista que tenta trazer todos para o lado nerd da força.







    A escritora Thalita Rebouças está inovando e expandindo seu conteúdo para a plataforma digital. A partir do dia 27 de junho, ela comanda a série Absurdices, no Gshow, onde contará diversas histórias inusitadas que aconteceram no seu dia a dia, sendo algumas delas já até citadas em suas obras. Sobre o novo projeto, Thalita se mostrou super entusiasmada. “To achando o máximo ter uma série só minha. Estou muito metida e insuportável mesmo”, brinca a escritora que faz sua estreia como atriz. A série ainda contará com participações de outros atores como Clara Castanho, Mouhamed Harfouch e Laura Barreto.
    Sobre a preparação para estrelar Absurdices, Thalita afirma que não houve necessidade. “Não houve uma preparação porque eu estou interpretando eu mesma!”, fala. Apesar de seu público alvo ser o infanto-juvenil, Thalita conta que a série visa alcançar também os pais, que estarão nas histórias deAbsurdices.
    (Créditos: Fabiano Battaglin/ Gshow)


    A escritora ainda fala sobre a diferença do conteúdo escrito para o audiovisual. Quando questionada sobre como fazer essa adaptação, Thalita explicou que foi um trabalho de equipe. “Eu escrevia as crônicas que eu queria e o Pablo (Uranga, diretor do projeto) via se dava para adaptar para o audiovisual. Foi um roteiro à quatro mãos. Os meus livros são audiovisuais, fáceis de imaginar. Vou fazer isso na série. A ideia é transformar o conteúdo dos livros para o audiovisual”, explica.
    Além de Absurdices, Thalita Rebouças está com outros projetos fora das páginas. Ela está com adaptações cinematográficas em andamento, programa em uma rádio e colunas em jornais. A escritora disse que nunca imaginou que suas obras seriam expandidas para fora dos livros. “Nunca imaginei. Coluna do jornal, projeto de rádio. A partir dos livros eu consegui fazer tantas coisas que me deixam feliz. Eu olho para trás e vejo o meu passado, o quanto foi difícil. Tanta gente que continua lendo os livros. O mercado não tem como falar que os adolescentes não leem. Alguns deles falam que começaram a ler por causa dos meus livros. É o melhor prêmio”, admite.
    A escritora ainda falou sobre os desafios de escrever seu último livro “Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática”, que tem como tema principal o bullying. Questionada peloCDL sobre como conseguia abordar temas reflexivos com uma pegada cômica, ela conta que foi um desafio.
    “Eu demorei 15 anos para escrever sobre bullying. Precisei de anos para amadurecer e escrever sobre esse assunto. Esse foi o primeiro livro que eu chorei para caramba fazendo. O humor para mim é uma ferramenta e tanto para fazer pensar, criticar, e eu gosto muito. Tenho isso naturalmente em mim, ele sai muito facilmente na minha escrita. Não sei trabalhar sem humor, e é cada vez mais difícil falar de humor em determinados assuntos.”
    Thalita ainda complementa que seus livros alcançam e emocionam muita gente. “Meus leitores falam ‘Passei a entender minha mãe depois que li seu livro. Passei a entender meu pai depois que li seu livro’. Eu sempre tento falar de relações nos meus livros. Não trago uma conclusão sobre os assuntos. Gosto de fazer com que meus leitores leiam, reflitam, tirem suas próprias conclusões. Meus livros fazem bem para tanta gente, emocionam muita gente. É muito bacana. Eu me emociono de ver gente que me acompanha há 16 anos. Não sei se estou ficando velha, mas eu choro.”
    “Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática” já está à venda nas principais livrarias do país e a série “Absurdices” chega ao Gshow no dia 27 de junho, com direito à dois episódios na estreia. “Vai ao ar todas as segundas, mas na estreia serão dois episódios para as pessoas já viciarem, porque não tem como não viciar”, brinca Thalita.

    Inspeção não deteta discriminação mas regras vão mudar



    A inspeção realizada ao Colégio Militar não detetou situações de discriminação mas o Exército decidiu criar um grupo de trabalho para rever os regulamentos internos visando minimizar os riscos, segundo um comunicado hoje divulgado.


    POR LUSA

    "A atividade inspetiva realizada não identificou quaisquer evidências da existência de situações discriminatórias, motivadas por questões raciais, religiosas, sexuais, com base na orientação sexual ou por outros fatores", refere o comunicado do Exército.

    Entre as recomendações que constam no relatório, o Exército prevê "reforçar medidas de deteção por parte dos responsáveis pedagógicos de quaisquer situações de discriminação e de comportamentos que possam indiciar práticas de `bullying´.
    Em paralelo, o Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, decidiu designar um grupo de trabalho para "proceder à revisão dos regulamentos internos no sentido de reforçar a mitigação de eventuais riscos que possam conduzir a qualquer forma de discriminação ou que possam colidir com outros valores centrais definidos na Lei e na Constituição da República Portuguesa", refere o comunicado.
    A inspeção ao Colégio Militar realizou-se no início de maio e incluiu a avaliação de "eventuais situações de discriminação de diferentes naturezas entre a população estudantil", depois da polémica suscitada por declarações públicas do subdiretor daquele estabelecimento de ensino admitindo a existência de discriminação entre estudantes por razões de orientação sexual.
    De acordo com o comunicado, no âmbito da inspeção realizada recomenda-se ainda a realização de um "estudo aprofundado" com o envolvimento do Centro de Psicologia Aplicada do Exército, do gabinete de psicologia do Colégio Militar e dos Encarregados de Educação, sobre "a prevenção de processos discriminatórios e práticas de `bullying´" no contexto daquele estabelecimento de ensino.
    O Colégio Militar deverá também "desenvolver um referencial de orientações relativas à temática da discriminação para ser integrado nas práticas pedagógicas e no Plano de Recuperação Escolar".
    Segundo o comunicado, o objetivo desta última recomendação é "melhorar a qualidade do ensino e, consequentemente, os resultados académicos, o que constitui o objetivo basilar do projeto educativo deste Estabelecimento Militar de Ensino tutelado pelo Exército".
    Apesar de não ter identificado quaisquer práticas que configurem situações discriminatórias, o Exército justificou as recomendações neste âmbito afirmando que o Colégio Militar é um estabelecimento militar de ensino "profundamente empenhado na promoção de elevados padrões sociais, cívicos e éticos na formação dos seus alunos".
    No passado dia 01 de abril, o jornal 'online' Observador publicou uma reportagem em que o subdiretor do Colégio Militar assumia a existência, entre alunos, de situações de exclusão em função da orientação sexual.
    O subdiretor do Colégio Militar, tenente-coronel António Grilo, afirmou: "Nas situações de afetos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que perceba que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos".
    Estas declarações suscitaram polémica e levaram o ministro da Defesa a pedir, interna e publicamente, esclarecimentos ao Chefe do Estado-Maior do Exército, que dias depois se demitiu.
    A demissão do ex-CEME (Carlos Jerónimo) suscitou por outro lado reações de solidariedade por parte de oficiais na reserva, que condenaram a atitude do ministro Azeredo Lopes.
    Ouvido no parlamento no passado dia 03 de maio, o diretor de Educação e Doutrina do Exército, que tutela o Colégio Militar, afirmou que ao nível do internato, as situações de exclusão "merecem um acompanhamento mais próximo" e procura-se saber quais são os motivos por que um aluno é excluído pelos outros, ao mesmo tempo que os pais são chamados para a resolução do problema.
    Por outro lado, em relação aos "afetos que saem da pura amizade e camaradagem", o major-general lembrou que não são permitidas no regulamento interno, sendo consideradas faltas graves, para as quais há medidas disciplinares.

    terça-feira, 21 de junho de 2016

    Garoto lida com bullying fugindo para um mundo fantástico guiado por uma árvore monstruosa

    Sete Minutos Antes da Meia-Noite tem pôster divulgado

     Ana Louise  Cinemacomrapadura.com.br


    “Sete Minutos Antes da Meia-Noite”, próximo filme de J.A. Bayona, diretor de “O Impossível” e “O Orfanato”, teve um poster divulgado no Twitter, mostrando parte do monstro amigo que terá a voz de Liam Neeson. Veja:
    O filme é uma adaptação do romance de Patrick Ness, autor que também está à frente do roteiro. A trama segue a história de um garotinho chamado Connor que encontra uma maneira de enfrentar o bullying cometido pelos colegas da escola e a doença terminal da mãe: fugindo para um mundo fantástico, cujo guia é uma árvore monstruosa.
    Lewis MacDougall (“Peter Pan”) será Connor, enquanto Felicity Jones (“Loucamente Apaixonados”) será sua mãe, Toby Kebbell (“Quarteto Fantástico”) será o pai e Sigourney Weaver (“Avatar”) será a avó do garoto. Liam Neeson (“Noite Sem Fim”) dá a sua voz à árvore.
    Assista ao teaser trailer do filme:



    “Sete Minutos Antes da Meia-Noite” tem data de estreia marcada para 13 de outubro deste ano no Brasil.

    Auditoria ao Colégio Militar conclui que não há situações de discriminação


    Concluída a inspeção, o exército informa que não foram encontradas evidências de qualquer situação de discriminação. Ministério da Defesa elogia a revisão dos regulamentos internos do Colégio Militar.
    Diana Quintela/Global Imagens



    Não foi identificada a existência de qualquer situação discriminatória, "motivada por questões raciais, religiosas, sexuais, com base na orientação sexual ou por outros fatores". É o resultado final da inspeção ao Colégio Militar.

    No entanto, e porque se trata de um "estabelecimento militar de ensino que promove elevados padrões sociais, cívicos e éticos" - diz o comunicado - vão ser adotadas medidas, como:
    o reforço de práticas que permitam detetar casos de discriminação ou práticas de bullying; a realização de um estudo, com o envolvimento do Centro de Psicologia Aplicada do Exército; do Gabinete de Psicologia e dos encarregados de educação, sobre a prevenção de casos de discriminação ou práticas de bullying no Colégio Militar.

    Outra das recomendações é que este tema da discriminação passe a fazer parte dos programas pedagógicos e do Plano de Recuperação Escolar, com um duplo objetivo: melhorar a qualidade do ensino e os resultados académicos.

    Por decisão do Chefe de Estado-Maior do Exército, foi decidido criar um grupo de trabalho para fazer uma revisão dos regulamentos internos no sentido de mitigar eventuais riscos que possam conduzir a qualquer forma de discriminação ou que possam colidir com outros valores consagrados na lei e na constituição.

    Defesa congratula-se com medidas para prevenir discriminação no Colégio Militar

    Contactado pela TSF, o Ministério da Defesa confirma que recebeu o relatório e que este se encontra "em apreciação".

    A tutela elogia, desde já, "a decisão do Chefe do Estado-Maior do Exército de proceder à revisão dos regulamentos internos do Colégio Militar, no sentido de reforçar o desenvolvimento de valores essenciais constitucionalmente consagrados, bem como a promoção de mecanismos, envolvendo todos os atores da comunidade educativa, que previnam a ocorrência de atitudes discriminatórias ou situações de bullying".

    "A adoção destas medidas por parte do Comando do Exército revela uma compreensão clara da importância das problemáticas da discriminação e do bullying na formação de crianças e jovens na nossa sociedade, demonstrando o seu empenho em desenvolver boas práticas que permitam consolidar o projeto educativo dos Estabelecimentos Militares de Ensino", acrescenta a nota enviada à TSF.

    domingo, 19 de junho de 2016

    Programa da polícia Civil orienta alunos sobre a prática do bullying

    Por: Camila Molina do O Documento
    A palestra aborda várias questões sobre o tema, como o conceito, diferentes tipos de bullying, causas e consequências
    A palestra aborda várias questões sobre o tema, como o conceito, diferentes tipos de bullying, causas e consequências
    Foto de PJCMT
    Buscando trabalhar diferentes assuntos do cotidiano do jovem em idade escolar, o Programa De Cara Limpa Contra as Drogas, desenvolvido pela Polícia Judiciária Civil,  adotou entre os temas abordados, o “Bullying”, para orientar alunos de escolas de Cuiabá, Várzea Grande e do interior do Estado. Na última quinta-feira (16.06), sessenta alunos do 8º ano da escola estadual Tancredo Neves, na capital, se reuniram para conhecer um pouco mais sobre o bullying e as consequências dessa prática.
    Tratado como um complexo fenômeno social entre os adolescentes, o bullying entrou no roteiro de palestras do De Cara Limpa Contra as Drogas, após a equipe do programa perceber a amplitude e a necessidade de trabalhar o tema dentro da escola, principal local de ocorrência.
    A violência física ou psicológica, que muitos jovens enfrentam, vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e nas discussões entre os profissionais da educação. Abordar o assunto com os próprios jovens é uma das estratégias para combater e prevenir a atuação.
    A escrivã, Maristene Aparecida Sales, que atua como palestrante voluntária do programa há quatro anos, conta que no início ela trabalhava com a palestra, “A importância da família e da Escola”, em que o tema “bullying” já era abordado. “Vendo a reação dos alunos durante a exposição do tema, a equipe percebeu que o assunto tinha grande potencial para ser trabalhado com os jovens”, disse.
    A palestra ministrada pela escrivã aborda várias questões sobre o tema, como o conceito, diferentes tipos de bullying, causas e consequências. A palestrante explica que bullying é uma situação de violência, caracterizada por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas e que é crime quando praticado por um adulto e ato infracional quando cometido por adolescentes.
    “Quando começamos a conversa com os alunos, eles dizem que sabem o que é o bullying, mas o que eles não sabem é que a prática é uma violência e que existem consequências”, explicou.
    A adolescente Maryanna Torquatro, 13, que participou da palestra contou que grande parte do que foi mostrado na palestra acontece dentro da escola e fora dela. “Aquele que agride um colega, muitas vezes acredita que está fazendo apenas uma brincadeira, mas está machucando a pessoa física e psicologicamente”, disse.
    Para a diretora da escola, Márcia Jamil, trabalhar temas de forma pedagógica e não repressiva contribui para que o aluno entenda melhor a mensagem transmitida. “Esses alunos vivenciam diferentes tipos de violência em seu cotidiano e até mesmo dentro de casa, fazendo com que a tendência seja a exteriorização deste comportamento”, explicou.
    “A abordagem do tema faz com que eles reflitam sobre como agir diante de uma situação de risco e também a importância de respeitar o próximo”, disse.
    Um evento organizado pela equipe do De Cara Limpa Contra as Drogas de Barra do Bugres reuniu, na sexta-feira (17.06), mais de 1000 estudantes de oito escolas públicas estudais e municipais. A programação do evento, realizado no Ginásio de Esportes Arlindo Buck, em Barra do Bugres, contou com palestras e apresentações culturais dos alunos, além de sorteio de prêmios.
    Para o delegado regional de Tangará da Serra, Alexandre de Moraes Franco, a orientação e o trabalho preventivo realizado com os estudantes é um dever da Polícia. “É uma honra saber que a instituição valoriza o trabalho educativo e através do De Cara Limpa contra as Drogas é capaz de realizar um evento que reúne tantos jovens”, disse.
    O Programa 
    O De Cara Limpa Contra as Drogas é um programa de prevenção ao uso de drogas lícitas e ilícitas, que nasceu em 2008, no município de Campo Novo dos Parecis, e desde  o ano  de 2009 é executado em escolas de Cuiabá e Várzea Grande, sendo levado também para municípios do interior do estado.
    O programa desenvolve ações preventivas junto às escolas, universidades, igrejas, clubes sociais, associações de bairros, e, principalmente, com famílias de crianças e adolescentes em situação de risco. O envolvimento do público alvo se dá por meio de palestras, oficinas e gincanas, concursos de frases, campanhas publicitárias, teatro e paródias referentes ao tema, teatro de fantoche com estórias relacionadas a drogas, além de atividades desportivas e culturais.

    Em seu vigésimo livro, Thalita Rebouças fala sobre bullying e outros problemas

    Relacionamento com os pais, solidão e autoestima também são temas do novo livro

    Roberto Midlej (roberto.midlej@redebahia.com.br)

    Muito popular entre os adolescentes, a escritora carioca Thalita Rebouças, 41 anos, chegou a essa faixa etária meio por acaso. Seu primeiro livro, Traição Entre Amigas (2000), era destinado a jovens adultos, mas as meninas entre 12 e 14 anos começaram a se interessar e Thalita notou que elas tinham pouca opção nas prateleiras das livrarias.
    A então escritora iniciante, que era jornalista, abandonou as redações e investiu na carreira. Começou a ir às livrarias divulgar seu trabalho: “Pegava o livro e oferecia um pirulito em troca de um pouco de atenção dos clientes”, lembra Thalita, divertindo-se. Depois de vender  dois milhões de livros, ela chega agora a seu 20º título, Confissões de uma Garota Excluída, Mal-amada e (um Pouco) Dramática (Arqueiro/R$ 30/272 págs.). 
    No trabalho, Thalita aborda o bullying que a protagonista, Tetê, sofre na escola. Relacionamento com os pais, solidão e autoestima também são temas do novo livro. A escritora, que estará amanhã na livraria Saraiva do Salvador Shopping, às 13h, para lançar o novo título, conversou com o CORREIO.
    Thalita Rebouças estará amanhã em Salvador para lançar 'Confissões de uma Garota Excluída, 
    Mal-amada e (um Pouco) Dramática'
     (Foto: Divulgação) 

    Você costuma pesquisar os temas que aborda nos livros?Para a maioria dos livros, eu não pesquiso. O que mais me exigiu pesquisas foi o 360 Dias de Sucesso (sobre um grupo de jovens que tem uma banda e faz sucesso repentino na internet). Para o Confissões..., perguntei no Snapchat quem havia passado por bullying ou conhecia alguém que tivesse sofrido. Cinco mil pessoas entraram em contato comigo e fiquei aliviada porque percebi que minha personagem estava no caminho certo.
    O bullying é um problema recente ou sempre ocorreu? Por que escolheu esse tema?O bullying, infelizmente, sempre ocorreu, mas não tinha esse nome. Mas hoje, com a internet, as coisas se propagam rápido. É um tema que me pediam muito, mas demorei de escrever sobre ele porque meu texto tem humor e, como esse é um tema sério, era difícil falar dele com humor. Então esperei estar madura como escritora, para escrever do meu jeito. E a resposta tem sido a melhor possível.
    Você disse que na adolescência tinha características parecidas com as de Tetê. Você também sofreu bullying?Eu fui muito parecida com ela: implicava com meus dentes, meus óculos, meu dente torto... então, a personagem tem muito a ver com a menina que eu fui. Mas não sofri bullying porque descobri que ser engraçada era uma boa saída e foi essa a saída que adotei.
    Há muitas críticas à literatura feita para jovens e à chamada literatura de entretenimento. O que acha disso?Há leitores que começaram lendo meus livros e depois começaram a ler Dostoievski. Não gosto muito desse termo “literatura de entretenimento” porque, se você lê sobre qualquer assunto que você gosta, o texto vai entreter você de qualquer jeito. Nestes 16 anos de carreira, o que mais ouço dos jovens é: “Eu passei a ler por sua causa” e fico orgulhosa disso. Os adolescentes nunca leram tanto e a prova disso é o investimento das editoras em livros para esse público. Adolescente gosta de ler e, principalmente, gosta de espalhar o hábito da leitura.
    Como surgiu seu interesse no universo adolescente?Sempre quis escrever e comecei aos 10 anos. Depois, fui jornalista e acabei escrevendo o Traição Entre Amigas, que não era para adolescentes, mas para jovens adultos. Mas comecei a notar que o pessoal de 12, 13 ou 14 anos adorava e notei principalmente a carência que eles tinham de livros voltados para eles. 
    Como estão as adaptações de seus livros para o cinema? Você participa do processo?Um deles, Uma Fada Veio Me Visitar, com Kéfera, estreia em outubro e vai se chamar É Fada. Tem também o Fala Sério, Mãe, com Ingrid Guimarães, que roda este ano. No caso de É Fada, eu estive no set só uma vez, mas em Fala Sério, Mãe, o diretor, Pedro Vasconcelos, quer que eu fique no set.
    A literatura brasileira para adolescentes pegou carona no sucesso de autores internacionais, como J. K. Rowling e John Green. Mas hoje os autores nacionais têm uma identidade própria?A literatura nacional juvenil tem identidade própria, com certeza. Minha carreira, de certa forma, foi impulsionada por Harry Potter. Não que o livro tenha influenciado as minhas criações, mas, quando eu comecei a escrever, a série Harry Potter estava no segundo livro e entrei no mercado naquela hora. Muita gente quando terminava de ler Harry Potter, pensava: “O que vou ler agora?”. Aí, lia meu livro.
    Os seus livros são hoje um fenômeno editorial e você já está em seu 20º título. Como se tornou esse sucesso?Quando lancei o Traição Entre Amigas, com pouca distribuição, eu estava trabalhando numa grande assessoria de imprensa, ganhando direitinho e pensei: se escrever é meu sonho, vou batalhar por isso. Fui então para as livrarias e ficava ali, abordando os clientes aos sábados e domingos. Pegava meus livros e oferecia um pirulito em troca de um pouco de atenção deles. Foi uma época muito bacana! Mesmo quando vendia só uns dois ou três livros, pensava: “Um dia, vendo cinco ou dez”. Hoje, comemoro a marca de dois milhões de livros vendidos!