sábado, 18 de junho de 2016

Bullying: Pais e educadores precisam ficar alertas


Joel Proença Feijó - Psiquiatra da Infância e Adolescência da Clínica Pró-Vida, em Tubarão

Bullying é uma palavra inglesa, significa intimidação. O termo descreve atos de violência física ou psicológica, intencionais e sem motivação evidente, adotados por um ou mais alunos contra outro. 



O que causa dor, angústia e sofrimento, executados dentro de uma relação desigual de poder. Infelizmente, é uma palavra que está em evidência devido aos inúmeros casos de perseguição e agressões detectados nas escolas, o que leva muitos estudantes a situações verdadeiramente aterradoras. O bullying pode ser dividido em dois grandes conjuntos: o contato direto - se caracteriza como mais violento e as vítimas chegam a sofrer agressões físicas -, e o contato indireto. Este último, embora pareça menos violento, acarreta problemas à vítima por se caracterizar como uma violência psicológica. 

Os tipos de bullying são o verbal (apelidos, sarcasmo e gozação), o físico (qualquer tipo de violência física, como empurrões, pontapés, beliscões, etc), o emocional (isolamento da vítima, ameaça, ignorância, chantagem, ridicularização), o racista (insultos que remetem à cor da pele, diferenças culturais, religiosas) e o cyberbullying (agressões via internet). Considerando o amplo uso das tecnologias, esse último é, na atualidade, um dos tipos mais frequentes no ambiente escolar. 

Um estudo recente da Associação Brasileira de Proteção à Infância e à Adolescência revelou que 40% dos alunos estão diretamente envolvidos em situações relacionadas ao bullying. Em outro, feito em 2015 pela USP Ribeirão Preto, afirma-se que 20% dos alunos já praticaram bullying contra colegas. Ainda segundo este estudo, o preconceito aumentou nas escolas brasileiras. O índice foi de 5% para 7%, segundo o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística realizada com contribuição da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), da Universidade de São Paulo (USP). 

Os meninos estão mais envolvidos com o bullying do que as meninas, tanto adotando essa prática (autores), quanto sofrendo as suas consequências (alvos). Geralmente, os estudantes de séries iniciais são mais vitimizados. O bullying atrapalha a aprendizagem e normalmente os agressores são as crianças com maior porcentagem de reprovação.

É muito importante que pais e educadores fiquem atentos aos sinais. Não gostar ou não querer ir à escola ou pedir para mudar de colégio, na segunda-feira estar triste, chorar sem razão, tirar notas baixas, ter pesadelos, pedir para ser levado à escola, perder dinheiro e pertences. Apresentar roupas e livros rasgados, apetite obsessivo, não convidar amigos para ir à sua casa, ficar aliviado na sexta-feira, feriados e férias, simula dores e mal-estar, mudar o trajeto, falar que o professor é chato, etc. Se não é convidado para festas ou casa de amigos, tem medo de ir e voltar sozinho, tem “ar” de assustado, tranca-se no quarto, isola-se e pode apresentar tristeza profunda, fique atento e procure orientação médica sempre que possível. 

Quando seu filho é o agressor - Cabe aos pais ou responsáveis manterem a calma e não ignorar a situação. Jamais se deve agredir ou intimidar a criança/jovem, pois ele precisa de ajuda. É importante entrar em contato com a escola e conversar com professores e amigos que ajudem a identificar o problema. Também dar orientações e limites firmes para controlar seu comportamento, encorajar a pedir desculpas ao colega que ele agrediu, valorizar sua autoestima. E ainda criar situações em que ele se saia bem, elogie e o ame. Se o seu filho é vítima - Os pais devem conversar com ele, encorajando-o a falar. É essencial transmitir confiança e com a aprovação dele procure o professor ou a direção escolar. Todas as crianças e adolescentes têm o direito de estudar em uma escola onde, além de um bom aprendizado, possam conviver em um ambiente sadio no qual exista amizade, solidariedade e respeito às características pessoais de cada um.

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