quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Criança leva arma à escola em Rio Grande

Por

Bruna Gonçalves
Maíra Sanches

Um garoto de 10 anos levou à Escola Estadual Padre Giuseppe Pisoni, na Vila Lopes, em Rio Grande da Serra, um revólver calibre 22 que pretendia mostrar aos colegas. A arma foi encontrada na mochila do estudante, depois que a coordenadora pedagógica soube do caso e pediu que o menino lhe entregasse a bolsa.

O fato aconteceu menos de 15 dias depois de um estudante da mesma idade ter atirado contra a professora e se suicidado na Escola Municipal de Ensino Alcina Dantas Feijão, em São Caetano.
Desta vez, a arma, de acordo com a mãe do garoto, não pertencia à família e estava sem munição, além de enferrujada e com a numeração raspada. "O revólver estava guardado há quatro anos e é do ex-cunhado do meu marido, que mora no Ceará. Perdemos o contato com ele e a arma ficou conosco." A mãe, que preferiu não se identificar, afirmou não se lembrar de onde a arma estava guardada.

O pai da criança, Irapuan Carlos Deodato da Silva, 44 anos, é operador e trabalha com soldagem. Segundo a mãe, o parente havia pedido que Silva fizesse um conserto no revólver, que na época já estava sem funcionar. A família perdeu o contato com o dono da arma quando ele separou-se da irmã de Silva. "Nunca nos preocupamos porque a arma estava enferrujada, sem munição e não oferecia risco. Era como um brinquedo, mas sabemos que erramos e já conversamos com nosso filho", relatou a mãe, que afirmou que o garoto nunca teve interesse por armas de brinquedo. A criança teria chorado ao saber da repercussão do caso, que ocorreu no fim da tarde de segunda-feira, e não foi à escola ontem.

O boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de Ribeirão Pires como omissão de cautela. O revólver foi encaminhado para perícia. 


REPERCUSSÃO
A maior preocupação dos pais é quanto à segurança dos filhos na escola. Ontem, alguns comentavam que o garoto poderia ter sido influenciando pela mídia. "As crianças prestam atenção nos noticiários. É um perigo", disse uma comerciante. Os alunos ouvidos pelo Diário não conheciam o garoto. A informação de que um motorista do transporte escolar teria visto a arma com o menino foi descartada pelo coordenador do transporte escolar.

A Secretaria Estadual de Educação informou que notificou os responsáveis pelo aluno envolvido e acionou a Ronda Escolar e o Conselho Tutelar. A equipe gestora da escola deve reunir o Conselho de Escola para tomar as medidas cabíveis, de acordo com o regimento escolar.


Dados apontam que cidade não tem histórico violento 
Rio Grande da Serra não tem registros expressivos de violência. Em percentual ou em números absolutos, os dados do município são na maioria das vezes divergentes quando comparados a qualquer índice de outra cidade da região.

Trata-se de uma cidade com quase 44 mil habitantes em 37 quilômetros quadrados de área - Diadema, por exemplo, tem só seis quilômetros quadrados a menos de território, mas 342 mil pessoas a mais.

Segundo informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública, de janeiro a agosto, um homicídio doloso ocorreu no município e só uma pessoa morreu em acidente de trânsito. No mesmo período, oito veículos foram furtados ou roubados na cidade, que não registrou nenhum latrocínio, ou roubo a banco.

Fonte: Diário do Grande ABC

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