domingo, 23 de outubro de 2011

Projeto alerta professores sobre os efeitos negativos do bullying

O projeto “Bullying não é brincadeira”, idealizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPE), foi lançado nesta quinta-feira (20), em Rio Branco, com a presença de autoridades, educadores e alunos da rede estadual e municipal. A iniciativa visa conscientizar a comunidade escolar sobre os efeitos negativos do bullying e identificar medidas de prevenção e combate ao problema. 

O lançamento do projeto, que aconteceu no auditório da escola estadual Armando Nogueira, contou com a participação do procurador-geral de justiça, Sammy Barbosa Lopes; a procuradora-geral adjunta, Kátia Rejane de Araújo; o promotor da Infância e Juventude Francisco Maia Guedes; a promotora da Infância e Juventude da Paraíba Soraya Escorel; o deputado estadual Jamil Asfury; a vereadora Ariane Cadaxo, além de representantes das secretarias estadual e municipal de Educação. 

A abertura do evento foi marcada pela apresentação de uma pesquisa, realizada por alunos do curso de Psicologia da Uninorte. O estudo foi feito na escola Manoel Antônio de Freitas, e mostrou que 84% dos alunos já foram vítimas de algum tipo de violência na escola, e pouco menos da metade dos entrevistados afirmou que já agrediu o colega. Segundo os estudantes, os casos mais comuns são chantagem, insultos em relação à família e danos ao material escolar. 

Para o procurador-geral de justiça, o tema ganhou espaço na sociedade e merece ser tratado com importância devido à gravidade do problema. “Nós temos que garantir que a escola não seja apenas um lugar seguro, mas um ambiente onde a gente possa manter o aluno até o final do ciclo escolar, e infelizmente, o bullying é um obstáculo para que isso aconteça”, declarou. 

O bullying, termo inglês e sem tradução para o português, se refere às intimidações, às humilhações, violência física e psicológica que são praticadas de forma intencional e repetitiva entre alunos. Cada vez mais freqüente no ambiente escolar, o fenômeno está se tornando comum e uma das causas do mau rendimento e do abandono escolar. 

A promotora da Infância e Juventude, Soraya Escorel, que coordena vários trabalhos sobre o assunto, participou do lançamento do projeto no Acre e palestrou a respeito do assunto. A promotora trouxe uma cartilha que tem por objetivo evidenciar a importância de um trabalho educativo em todos os cenários em que o bullying possa estar presente. No manual são apresentados os sintomas mais comuns de vítima desse tipo de agressão, algumas pistas de como identificar os agressores, conselhos para pais e professores sobre como prevenir esse tipo de situação e quais as conseqüências para os agressores. “Eu não aprendi sobre o bullying lendo livros de especialistas, mas observando alunos que já foram vítimas. Precisamos unir forças para combater esse problema”, alertou. 

O deputado estadual Jamil Asfury, relator da lei estadual antibullying, acredita que o envolvimento da família é importante. “Às vezes esses casos ultrapassam o limite da brincadeira. As soluções não dependem apenas do Estado, pois a família também deve assumir responsabilidades em relação a essa questão”, declarou. 

Segundo a procuradora-geral adjunta, o problema é antigo e exige medidas urgentes. “Eu fui promotora da infância e juventude durante quinze anos e me deparei muito com essa temática. Eu acredito que esse trabalho de formiguinha vai trazer os resultados e mudanças que a sociedade espera”, disse. 

A professora de psicologia, Patrícia Coube, afirmou que a troca de idéias é importante para orientar alunos e professores. “A troca de idéias é muito importante, pois as pessoas precisam saber diferenciar o bullying de uma simples brincadeira, precisam saber que essa prática traz conseqüências sérias”, salientou.

Fonte: O Rio Branco

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