quinta-feira, 28 de maio de 2015

Protesto na Birmânia contra Rohingya e bullying internacional

“Não culpem a Birmânia, não façam bullying à Birmânia”

Protesto na Birmânia contra Rohingya e bullying internacional

“Não culpem a Birmânia, não façam bullying à Birmânia”   LYNN BOBO/EPAJOANA AZEVEDO VIANA do jornal I

Enquanto milhares são votados à morte por afogamento e hipotermia nos mares europeus, outros tantos perdem a vida no mar de Andamão, na sua maioria bangladeshianos, mas sobretudo muçulmanos da minoria Rohingya que fogem da repressão e discriminação a que estão sujeitos na Birmânia.

Depois de as autoridades da Malásia, um dos países vizinhos que se têm recusado a ajudar os migrantes à deriva, terem encontrado pelo menos 139 valas comuns com centenas de corpos em decomposição na fronteira com a Tailândia, ontem foi a vez de os birmaneses levarem a cabo o seu próprio protesto contra aquilo que dizem ser o “bullying” mundial exercido sobre a Birmânia e a sua postura face aos Rohingya.


“Estas pessoas não são da Birmânia”, disse Sandy Thin Mar Oo, uma das centenas de manifestantes concentrados em Yangon num declarado “protesto anti-Rohingya”. “Não culpem a Birmânia, não façam bullying à Birmânia”, acrescentou aos berros no megafone, citada pela Al-Jazeera.

Entre os manifestantes contavam-se dezenas de monges budistas, cerca de 40, que, hão-de dizer alguns, dão mau nome à religião que dizem seguir. De acordo com vários relatórios de ONG sobre a situação desta minoria, não só todos os Rohingya que vivem na Birmânia são hoje segundas e terceiras gerações nascidas no país, como são vítimas de perseguições, violações e discriminações sistemáticas há décadas. A eleição da opositora à junta militar que governou o país durante anos, a também Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, tinha trazido alguma esperança de que as coisas mudassem, mas agora até ela está a ser duramente criticada.

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