terça-feira, 19 de maio de 2015

Justiça condena escola do DF a indenizar aluna por bullying

Aluna foi vítima de bullying dos colegas. Escola diz que vai cumprir a decisão da justiça.


Giovanna TellesBrasília, DF

Os pais de uma aluna de Brasília entraram na justiça contra um colégio particular porque a filha foi vítima de bullying dos colegas. A escola foi condenada a pagar indenização para a estudante.
Foram sete anos estudando na mesma escola. Maria Ádala teve que sair por um motivo traumático: bullying. Ela conta que o problema começou com uma amiga que tem problema nos olhos, é estrábica, e depois as duas passaram a ser agredidas.
“Da hora que eu chegava até a hora de ir embora. Eles me xingavam, xingavam ela, tapas chutes, colocavam o pé na frente para a gente cair, jogavam água, tacavam cadernos”, conta Maria. 
 
Maria conta que muitas vezes o bullying acontecia no meio da aula e nada de reação dos professores. Diz ainda que ela e a mãe tentaram ajuda na coordenação do colégio, mas não adiantou.
“Eles não me davam justificativa. Eles falavam que iam resolver, mas não faziam nada”, fala Maria.

Ela acabou pedindo pra mudar de escola, mas o trauma ficou, e a família decidiu entrar na justiça contra o colégio onde a filha passou quase toda a vida escolar.
Depois de quatro anos saiu a decisão. A justiça determinou que Maria seja indenizada por danos materiais e morais. A escola terá, ainda, que pagar o tratamento psicológico para ela por mais um ano.
No total, a indenização é de pouco mais de R$ 15 mil. “O valor jamais vai minimizar o sofrimento da vitima. Mas nós precisamos, para que as instituições estejam mais adaptadas e mais adequadas para lidar com essas crianças, com esses adolescentes, que elas recebem todos os dias no ambiente escolar”, diz a advogada Gabriela Maia.  
A psicóloga Aldenira Barbosa Cavalcanti explica que há casos de bullying em que a vítima demora para superar o trauma. Ela diz que a escola não pode se omitir em casos assim. Ela orienta os pais a observarem se há mudanças de comportamento dos filhos e que as crianças e adolescentes devem sempre ser encorajados a contar com detalhes o que se passa no colégio.
“O importante é falar sempre, sempre no começo, dizer para a família, falar na escola o que está acontecendo, para que esse conflito não se estenda. Ai não se configure um bulliyng”, explica a psicóloga.
O Colégio Marista Champagnat Taguatinga, onde Maria Ádala estudava, não comentou as acusações, e declarou que vai cumprir a decisão da justiça.

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