domingo, 10 de maio de 2015

A EVOLUÇÃO DO BULLYING: DO PÁTIO DA ESCOLA AO SMARTPHONE

Young boy using computer at home
 
shadow
Enquanto o assédio ‘tradicional’ a menores pode implicar abuso físico e verbal no pátio da escola, a nossa crescente dependência da Internet e dos dispositivos móveis fez com que esse assédio deixasse de ter limitações físicas, surgindo em força o fenómeno do ciberbullying. De acordo com uma investigação da Kaspersky Lab em colaboração com psicólogos da Universidade de Würzburg, um em cada cinco adolescentes dos 12 aos 15 anos já foi vítima de ciberbullying, justamente numa etapa de desenvolvimento fundamental para os jovens que começam a passar mais tempo online.
Segundo um outro estudo realizado pela Kaspersky Lab com a B2B International, as principais preocupações dos pais europeus sobre a vida online dos seus filhos são o acesso a conteúdos inapropriado (72%), o ciberbullying (70%) e o contacto com estranhos (55%). Também neste estudo, 25% dos pais de vítimas afirmam que os filos demoraram muito tempo a recuperar e, mais surpreendente ainda, 52% dos pais pensam que se tratou de um incidente sem importância ou consequências.
Com o aumento da popularidade das redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter, a vida offline está cada vez mais entrelaçada com a vida online. Em consequência, o assédio continua inclusive quando a criança já não está fisicamente no recinto da escola. A intimidação pode começar no mundo real, na escola, e continuar online, através das redes sociais.
Além de ensinar às crianças técnicas para se manterem seguros, também é importante levá-los a fazerem um uso responsável da tecnologia. Alfonso Ramírez, director geral da Kaspersky Lab, explica: As crianças necessitam de desenvolver uma ética e moralidade quando interagem com outras personas online, tal como acontece na sua vida real. Isto aumentaria a empatia e reduziria a probabilidade de participarem em qualquer tipo de cibercrimes, como é o caos do ciberbullying. Também é importante para que entendam, desde tenra idade, os perigos potenciais associados a algumas actividades online”.
Embora o ciberbullying não implique violência física, há evidências que sugerem que a intimidação online é ainda mais intensa que o assédio tradicional pelas seguintes razões:
  • É anónimo: Como o ciberbullying pode permanecer anónimo online, é mais difícil estabelecer a identidade dos agressores e demostrar quem é o responsável. Isto também significa que os agressores têm menos consciência do próprio dano que causam.

  • É difícil escapar a ele: A maioria dos utilizadores hoje em dia tem acesso à Internet e a toda a informação humilhante que se armazena online. Em teoria, essa informação pode estar acessível para sempre, para todos.
  • Sempre online: É mais difícil escapar ao ciberbullying porque as vítimas estão localizáveis através de computadores ou smartphones, em qualquer momento e em qualquer lugar.
  • É mais invasivo que o cara a cara: Os agressores e as vítimas não têm que se enfrentar. Consequentemente, não vêm as expressões faciais, gestos ou comportamento dos agredidos. O poder do ciberagressor cresce ainda mais à distância e, como consequência, preocupa-se menos com os sentimentos e opiniões dos demais.
A questão agrava-se porque dois em cada três crianças consideram o ciberbullying um problema real, mas poucos informam um adulto de confiança de que estão a ser abusados. Segundo o Dr. Astrid Carolus, da Universidade de Würzburg: “O diálogo é muito importante para as crianças que sofrem de ciberbullying. Devemos recordar-lhes que são vítimas, que não estão sós. É um problema que muitos outros jovens enfrentam. Inclusive existem celebridades que já o sofreram e falaram abertamente das suas experiências”.
O bullying não é novo, mas a tecnologia fez com que seja mais fácil do que nunca atacar os mais vulneráveis. Quanto mais aprendemos sobre o assunto, as suas causas e técnicas na sociedade actual, mais seremos capazes de prevenir o ciberbullying.

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