sábado, 28 de maio de 2011

Diretora diz que "bullying" foi provocado pela própria vítima

Menino passava por orientação psicológica devido ao comportamento que apresentava, afirma diretora

Por Andréia Foeger (afoeger@eshoje.com.br).

"Ele é sempre o mentor das brigas", essa é a firmação da diretora da escola estadual Elice Baptista Gáudio, em Serra dourada II, na Serra, em relação ao aluno de 8 anos que apanhou do pai na tarde desta quarta-feira (26), durante horário de aula na instituição. Ao flagrar o filho brigando com outros alunos, o representante comercial, de 42 anos, deu duas chineladas no menino. O pai justificou o ato alegando que a criança sempre apanhou de outros colegas e de tanto ser vítima, acabou tornando-se agressor.

Entretanto, a diretora Márcia Amaral de Assis, que ocupa o cargo desde novembro do ano passado, diz que a história não exatamente essa. Ela garante que o menino sempre foi o responsável pelas brigas, e que nunca foi vítima de bullying. "Muito pelo contrário. Ele sempre era o mentor das brigas. Ele tem problemas por conta da família", afirmou. Após o episódio a diretora acionou o Conselho Tutelar do município solicitando acompanhamento do caso.

Segundo Márcia, a mãe do estudante visitava a instituição com freqüência dado o comportamento do filho. Além disso, acrescentou que o menino já passava por acompanhamento psicológico. "Ele já vem sendo acompanhado. Temos parcerias com psicólogos e terapeutas. Inclusive nossa escola é referência em tratamento para alunos com necessidades especiais", disse a diretora.

Márcia informou ainda que, ao identificar casos de bullying na escola, a família é imediatamente acionada e incentivada a comparecer à instituição de ensino para o acompanhamento do estudante.

Por meio de nota a Sedu informou que a direção da escola não havia sido informada sobre as supostas ameaças ao garoto. A presença do pai do aluno na instituição é parte de um projeto pedagógico, desenvolvido a fim de que o menino melhorasse seu desempenho.

A direção destaca que esse método é adotado em casos de estudantes com algum problema na escola e sempre apresenta resultados positivos. Diante do episódio de ontem, a direção tomou todas as providências para resolver o problema e comunicou o caso ao Conselho Tutelar.

A direção ressalta ainda que os pais desse aluno solicitaram a transferência do filho para outra escola. A direção se coloca à disposição para ajudar no processo de transferência e na busca de vaga em outra unidade de ensino. A Superintendência Regional de Educação de Carapina e a direção da escola informam que vão apurar o caso e tomar as medidas necessárias.

Entenda o caso

Na tarde desta quarta-feira (26), um menino de 8 ano foi agredido pelo próprio pai dentro da unidade de ensino Elice Baptista Gáudio, na Serra. O menino tomou duas chineladas na frente dos colegas, ao ser flagrado brigando com outra criança.

Dadas as constantes brigas nas quais o garoto se envolvia, a família precisou assinar um termo, se comprometendo em acompanhar a rotina do filho na escola. E no cumprimento de uma dessas vistas rotineiras, o pai presenciou a cena. Além de insultos e agressões físicas, o menino diz que era obrigado pelos colegas a pagar R$ 10,00 por dia para não apanhar. Contudo, a direção da escola nega que os fatos estivessem ocorrendo.

Fonte: ESHoje

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