domingo, 9 de julho de 2017

Ansiedade infantil: Um transtorno que precisa de atenção

DIÁRIO CATARINENSE

Foto: Divulgação/Agência RBS
Lara tem seis anos de idade. É uma menina inteligente, alegre e falante, mas está enfrentando um momento complicado: fica nervosa, com dor de barriga e enjoada só de pensar em entrar na sala de aula. Não quer mais ir à escola e chora ao separar-se da mãe, todas as manhãs. É birra, a menina é manhosa, disse a professora. Os pais estão preocupados, e com razão. Pode ser muito mais do que apenas falta de vontade de estudar. Clara tem vários sintomas de estar sofrendo de ansiedade infantil. O problema é que muitas vezes as crianças não são levadas a sério.
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O transtorno  existe e deve ser tratado, diz a psicóloga Sarah Lopes. Crianças que têm muito medo, roem as unhas com frequência, sentem vergonha, têm impaciência, não querem dormir sozinhas no seu quarto, fazem xixi na cama, têm fobia escolar e que sempre querem estar perto dos pais são aquelas que, precisam ser olhadas mais de perto.  A ansiedade infantil geralmente afeta crianças entre 6 a 8 anos de idade, fase que elas começam a apresentar autonomia, prejudicando o desenvolvimento e fazendo com que este comportamento seja levado também para a vida adulta, acarretando muitos problemas, como baixa autoestima e depressão.
Os pais precisam estar atentos aos sintomas e procurar ajuda especializada se notarem que algo de estranho está acontecendo com seu filho. Caso a criança não queira mais estudar (e isso se repita frequentemente) , a primeira ação dos pais deve ser a de verificar se existe algo de errado no ambiente escolar.  Pode ser a dificuldade de interagir com as outras crianças, medo da professora,  dificuldade em entender o conteúdo ou até mesmo bullying. Um único quadro, geralmente, não define a ansiedade infantil, são necessários alguns comportamentos para que o diagnóstico seja preciso, explica a psicóloga.    
A especialista ressalta também que as crianças muitas vezes tendem a copiar o comportamento dos pais. Se eles apresentam comportamento ansioso, os filhos vão entender que é assim que o mundo funciona. São os pais os primeiros transmissores de como devemos ver, ouvir e agir diante das situações, afirma ela. A boa notícia é que a ansiedade sempre pode ser tratada.  Atualmente, a terapia cognitiva comportamental trabalha de forma positiva com essas crianças, fazendo com que percebam aos poucos o que conseguem fazer e o quanto as ideias negativas atrapalham o seu desenvolvimento. O importante é ficar de olho no filho e procurar ajuda, se for o caso.  

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