quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Agressão: «Alguém tem de penalizar estes bandidos»

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) exige que sejam penalizados os agressores de docentes, como autores de crime público, lamentando que estes casos caiam no esquecimento, depois de noticiados.

«Estas situações não são o dia-a-dia nas escolas, mas acontecem, e o que os sucessivos governos fazem é declarações muito solidárias com os professores, anunciam que vão fazer medidas para os proteger, quando os casos aparecem nas primeiras páginas dos jornais, mas depois a coisa passa e não fazem nada», disse à agência Lusa o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira.

Um professor de matemática de 63 anos, que expulsou uma aluna da sala de aula por estar a perturbar a lição, foi agredido à frente da escola, em Gaia, por três homens, alegados familiares da estudante do 6.º ano.

«Isto não pode acontecer, alguém tem de penalizar estes bandidos que agridem professores à porta da escola», afirmou o dirigente sindical, reiterando que a agressão a um professor tem de ser considerada crime público: «Não pode ser o agredido que vai fazer queixa do agressor para depois ir levar mais um tiro na cabeça».

Mário Nogueira defende que, em primeiro lugar, têm de ser adoptadas medidas preventivas. «Tem de haver uma escola mais humanizada, mais pequena, não são estes mega-agrupamentos miseráveis, com 3.000 alunos, sem funcionários», frisou.

No entanto, se a agressão acontecer, deve ser tratada como crime que é, sustentou. «O que espero é que estas coisas não passem novamente para o esquecimento. Rapidamente todos temos de saber o que vai acontecer a estes bandidos», declarou.

A FENPROF tem defendido que o professor seja considerado autoridade pública dentro da escola.

O secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, prometeu em Novembro tudo fazer pela autoridade dos professores, colocando-se ao lado dos docentes na defesa da disciplina na escola e prometendo um novo estatuto do aluno até à Primavera, para entrar em vigor no próximo ano lectivo.

Famílias devem ser «responsabilizadas»


Também a Federação Nacional da Educação (FNE) classificou de «extremamente preocupantes» as agressões a professores, defendo medidas urgentes de penalização dos agressores e de responsabilização das famílias pelo comportamento dos alunos.

«Ainda recentemente tivemos uma situação de um professor agredido que não quis fazer queixa, nem que ninguém fizesse, por medo de retaliações», disse à agência Lusa o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva.

«Aguardamos a apresentação de novas medidas prometidas pelo Governo, enquadradoras da acção de violência contra professores, mas também precisamos de normas para fazer com que as famílias sejam responsabilizadas», defendeu Dias da Silva.

O dirigente sindical considera que não pode haver muito tempo para a tomada de sanção, nem para o aluno, nem para as pessoas que agrediram o professor. «Isto é inaceitável, não pode acontecer», lamentou.


Fonte: TVi 24

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