domingo, 17 de junho de 2012

Palestra explicita diferenças entre bullying e outros tipos de comportamento


Tema cada vez mais recorrente em ambiente escolar, o bullying foi o foco de uma palestra realizada no Colégio Dante Alighieri no dia 25 de maio. A professora Cléo Fante, que pesquisa o assunto há 12 anos, realizou uma apresentação focada na diferenciação entre o que é bullying e o que é, erroneamente, denominado dessa maneira. “O bullying é tudo isso que falam mesmo? Parece que as escolas estão infestadas de bullying, que os professores são responsáveis e que os alunos e a sociedade em geral se amedrontam”, questionou.

A coordenadora de Orientação Educacional do Colégio, profª Silvana Leporace, concordou com o excesso do uso do termo. “A mídia faz parecer que o bullying é o resultado de qualquer situação nas escolas, seja violência ou brincadeiras de mau gosto. A questão não é eliminar os outros problemas, e sim diferenciá-los do bullying”, explicou.

Segundo Cléo Fante, a palavra bullying, que, além de ter um uso descomedido, se tornou um termo forte, preocupa, inclusive, funcionários das escolas. “Os educadores também têm medo. 

Eles temem a possibilidade de chamar a atenção de um estudante e ele chegar em casa questionando a atitude tomada na escola. Como consequência, os pais podem acusar o educador e a escola de bullying”, explicou. “Por isso, devemos diferenciar o bullying de brincadeiras e incivilidades, como violência escolar, depredação e tráfico de drogas.”

A professora Silvana Leporace ressaltou, em complemento, a importância de pais e educadores ouvirem os lados imparcialmente. “Sempre que a questão envolve o filho, a questão emocional fica muito forte. O filho chega em casa levando a situação, mas os pais devem ouvir o outro lado. Muitas vezes o docente precisa, de fato, chamar a atenção dos alunos para falar de situações que não se enquadram nos padrões de comportamento”, esclareceu.

Ainda explicando as diferenças, a professora Cléo Fante citou o caso de estudantes que atentam contra profissionais da escola. Nesse caso, não seria bullying, e sim “uma infração, desacato ou quebra no regimento”. E destaca o jeito mais simples de definir bullying: “É a violência gratuita e cruel, onde os mais fortes convertem os mais fracos em objeto de diversão e prazer através de ‘brincadeiras’ que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar. Ocorre quando há intencionalidade de causar danos, persistência com o mesmo alvo, ausência de motivos, assimetria de poder entre as partes e prejuízos às vítimas.”

A pesquisadora também falou de cyberbullying, termo especificamente associado à violência recorrente em meios digitais que se multiplicam na internet. Os casos ocorrem, principalmente, em redes sociais online, como o Facebook, e mídias digitais, como blogs. Ela apresentou diversos exemplos de bullying e cyberbullying, assim como fatos equivocadamente nomeados dessa maneira, ocorridos dentro e fora do Brasil. Como método de combate a essa violência, ela sugeriu uma maior união entre família, escola e poder público.

A professora Silvana lembrou que o termo bullying tem sido, de fato, usado com maior recorrência. Mas ela esclareceu que a área pedagógica do Colégio analisa bastante o assunto a fim de diferenciar e evitar quaisquer situações que possam prejudicar os discentes. “Nas escolas, o grupo de convívio é muito maior, então eles devem aprender a respeitar certas diferenças. Os educadores também aprendem muito e trazem questionamentos a nós, no intento de aprimorar os métodos de ensino respeitando os limites”, esclareceu.

A coordenadora ressaltou que, para se evitarem problemas, suscitados por bullying ou não, deve haver respeito entre os próprios alunos e entre estes e os educadores. Quanto ao cyberbullying, a coordenadora reconheceu uma maior dificuldade em combatê-lo. “O cyberbullying também precisa de uma atenção muito grande. Pode acontecer fora da escola, mas os envolvidos geralmente são daqui, e o assunto será trazido para cá. Todos verão as informações divulgadas e, por mais que alguém tente apagá-las, o conteúdo nunca sumirá da internet”, explicou.

Para concluir, a professora Silvana explicou que o Colégio combate fortemente esse tipo de violência escolar. “O bullying é algo que nos preocupa, pois mexe tão fortemente com as pessoas que pode comprometer muito a vítima e todo o seu futuro. Na escola, não admitimos isso e, definitivamente, precisamos nos posicionar quando algo acontece”, concluiu a coordenadora.

Fonte: Colegio Dante

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