segunda-feira, 4 de junho de 2012

Diretores relatam transtornos sofridos por violência nas escolas de MT

Um dos maiores problemas é a ligação dos alunos com o tráfico de drogas.
Para tentar amenizar esse quadro, foi criada uma cartilha sobre o assunto.

Fonte: G1 MT

Diretores da rede pública reclamam do aumento desenfreado da violência nas escolas estaduais e municipais de Mato Grosso. Segundo informações da diretoria dessas instituições, traficantes começaram a vender drogas nos pátios das unidades de ensino, trazendo inúmeros transtornos aos professores e alunos.

Recentemente, um estudante de 17 anos morreu após levar um tiro na frente da Escola Estadual Professor Fernando Leite de Campos, localizada na Avenida Alzira Santana, no Centro de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Já em outra situação, uma estudante de 15 anos, que estava grávida, foi agredida por três colegas durante o intervalo de aula na Escola Estadual Vitória Furlani da Riva, no município de Alta Floresta, a 800 quilômetros da capital. De acordo com a Polícia Civil, a vítima sofreu a agressão ao defender uma colega de sala que é cadeirante.

Segundo a direção da Escola Estadual Diva Hugueney Siqueira Bastos, localizada no bairro Jardim Aroeira, que atende 27 bairros de Cuiabá e possui 1.406 estudantes matriculados nos ensinos fundamental e médio, as dificuldades para os professores ministrarem as aulas no período noturno aumentaram . “Durante o período noturno alguns alunos estão atrapalhando as aulas com vandalismo e uso de entorpecentes”, denunciou uma professora, que não quis se identificar.

Para o gerente de Projetos Educativos da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Alan Kardec Benitez, o maior problema enfrentado nas escolas públicas estaduais pelos profissionais da educação hoje é a violência causada pelo envolvimento de jovens e adolescentes com o tráfico de entorpecente. “ Os problemas mais graves encontrados na rede de ensino público é o envolvimento de adolescentes com as drogas”, frisou Kardec.

Cartilha Paz na Escola
Diante dos inúmeros problemas ocorridos nas escolas públicas, representante da sociedade civil organizada, bem como os representantes do poder público, que estão diretamente ligados com a educação, definiram um conselho deliberativo formado pelos integrantes da rede de proteção e atendimento a crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. O conselho composto por mais de 50 representantes de variados setores da sociedade resolveram criar e editar a cartilha do Programa Paz na Escola.

Segundo a Seduc, após o conselho discutir os contornos finais do projeto para viabilizar a publicação, o material deve chegar nas 736 escolas da rede estadual ainda no mês de junho. De fácil pesquisa, a publicação trará uma lista de situações que podem ser encontradas e quais são as medidas a serem adotadas para a resolução de cada uma delas.

Wagner Vinícius de Lima, conselheiro tutelar da região do Coxipó, explica que a cartilha é um estudo minucioso da realidade nas escolas de Cuiabá. “ Foi um amplo debate para formatarmos essa cartilha. Cerca de 50 pessoas participaram do encontro, levando a visão de cada ente envolvido com a questão de violência nas escolas públicas”, informou o conselheiro.

O delegado Paulo Araújo, que é o titular da Delegacia Especializada no Adolescente (DEA), disse que a cartilha pode levantar um debate sobre o tema e ser uma ferramenta muito útil para os professores e a família entenderem algumas situações complicadas nas escolas. “È muito importante que se faça esse debate do que se passa nas escolas. Hoje, os adolescentes estão muito apegados com bens materiais e, por conta disso, acabam indo por caminhos da violência. A família e a comunidade escolar, com orientação, no caso a Cartilha Paz na Escola, pode enfrentar esse problema com mais informação”, pontuou.

Fórum
De acordo com a Seduc, a plenária da região Centro Oeste do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (FNCE) se reuniu nesta semana em Cuiabá. Ao longo de três dias, representantes dos Conselhos dos três Estados da região mais o Distrito Federal debateram temas como: Plano Nacional de Educação e LDB frente aos novos desafios da Educação; A criança no século XXI, desafios e perspectiva para a educação integral; Política de Fortalecimento dos Conselhos Municipais e Estaduais no acompanhamento dos Planos Decenais de Educação.

Fonte: Expresso MT

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