Esbanjando simpatia, funcionário provocava ira de seguranças femininas de companhia de transportes
Com seu curioso bigode de penteado eriçado, Lukianov é a alegria do transporte coletivo em São Petersburgo Foto:Timur Khanov/kp.ru
Durante dois anos e meio, o cobrador do ônibus elétrico N° 3 de São Petersburgo, Víktor Lukianov, pagou com seu próprio cartão de transporte as viagens dos "cavalheiros" e dos passageiros sem bilhete que cediam lugar a idosos, deficientes físicos e grávidas.
"É uma pena, mas a vida é uma só. A partir de setembro, não trabalho mais no elétrico", disse Lukianov ainda em meados de agosto.
Sempre vestindo camisas extremamente alvas, gravatas, calças bem aparentadas, além de um curioso bigode de penteado eriçado, o cobrador era a alegria do transporte coletivo em São Petersburgo: durante as Olimpíadas de Sôtchi, trazia informes dos jogos aos passageiros, no Natal, vestia-se de Papai Noel, dizia "obrigado" em 79 línguas e, com sua bondade, angariou até um show da orquestra militar no corredor de seu ônibus.
Segundo o cobrador, a assinatura do pedido demissão por ele foi causada pelo bullying que sofria de colegas todos os dias, desde o caminho para o trabalho, que percorria de bicicleta, até a hora de ir embora.
"As seguranças me assustavam. Eram medonhas: uma veio da prisão, era carcereira, a outra, ex-cobradora. Chamavam-me de imbecil, idiota. Eu sou um oficial de reserva com ensino superior!"
A grande virada
Condecorado com o título de "melhor cobrador", Lukianov prometeu não perder contato com seus queridos passageiros - no livro de avaliações que instalou no corredor do ônibus, coleciona 400 nomes e telefones de passageiros-admiradores da sua simpatia nata.
Mas, provavelmente, o cobrador não tenha que gastar créditos nas mensagens SMS que prometeu enviar no Ano Novo, já que um deputado local resolveu intervir no caso.
"Seu emprego foi restabelecido, aumentaram seu salário e demitiram os que entravam em conflitos com ele", escreveu o deputado Aleksandr Sidiakin em sua conta do Twitter.
Lukianov declarou ao jornal "Bumaga" que o diretor-geral da companhia pediu pessoalmente que ele ficasse.
"Os conflitos com os colegas serão solucionados pela chefia: o diretor da companhia, o diretor-geral e, quem sabe, até o presidente da Rússia, Vladímir Vladimirovitch Pútin", disse, com seu ar sonhador.
Ele também afirmou que as colegas não serão demitidas, mas reposicionadas na empresa.
Com material da revista Snob e do jornal Komsomolskaia Pravda.
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