sábado, 15 de agosto de 2015

ESTE ROBÔ SOFRE BULLYING DE CRIANÇAS PARA APRENDER A DEFENDER-SE

Fonte: http://shifter.pt

O bullying é a “doença” do século XXI que mais afecta as crianças, principalmente os adolescentes, com a internet a fazer ferver este fenómeno social. Para simular formas de combater os ‘bullies’, um grupo de cientistas japoneses expôs um robô a ataques de crianças para que, depois, se possa ensinar o robô a proteger-se. O Robovie 2, controlado remotamente pelos investigadores, foi deixado num centro comercial em Osaka. Ao longe, os cientistas analisavam a forma como as crianças interagiam com o aparelho.
O que descobriram? Na maior parte das vezes, as pessoas saíram da frente do Robovie 2, caso este lhes tivesse pedido para abrirem caminho. Porém, quando um grupo de crianças enfrentou o robô, estes transformaram-se em pequenos ‘bullies’, capazes de baterem, pontapearem, mandarem objetos e atacarem verbalmente o equipamento. Para além disso, não o deixavam passar, mesmo que este pedisse gentilmente. Houve até uma criança que chamou o robô de “idiota” não uma, mas oito vezes. Pobre Robovie.


Ainda assim, o estudo concluiu também que as crianças comportavam-se de forma menos agressiva perante os robôs quando tinham adultos presentes. Este é um traço comum aos actos de bullying entre jovens: acontecem em escolas, no recreio, na ausência de professores ou funcionários, ou em locais menos frequentados, onde os ‘bullies’ têm a oportunidade de apanhar a vítima sozinha, principalmente se estiverem em grupo. Raramente os ‘bullies’ actuam sozinhos, ou pelo menos sem um grupo a ver, tornando-os o centro das atenções e o líder do grupo. Curiosamente, depois de terem encontrado o robô, as crianças responderam a perguntas dos cientistas e revelaram que o viam como um humano (74% respondeu assim).
Para combater o bullying, a equipa de investigadores desenvolveu um sistema capaz de prever os movimentos que as crianças iriam fazer, tendo como base a experiência de vítimas de bullying, e assim determinar os momentos e movimentos a fazer pelo robô caso as crianças se aproximassem demasiado. O sistema tem também uma forma de calcular as probabilidades de abuso. Mas como é que o Robovie sabia que se tratavam de crianças? Ele conseguia medir o que o rodeava e considerava crianças qualquer humano com menos de 1,4 metros de altura. Ao usar este sistema, verificou-se uma diminuição dos casos de bullying.
Espera-se que este seja o início de um projeto de investigação que, ao ajudar os robots a defenderem-se do bullying, possa ajudar casos reais onde este problema é central. O estudo foi apresentado numa conferência internacional sobre a interação entre robots e humanos e é conduzido pelos laboratórios ATR Intelligent Robotics and Communication.

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