Folhapress
A internet tem tirado o sono da maior parte de seus usuários. É o que revela uma pesquisa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), que será divulgada nesta terça-feira (18), em congresso da entidade.
A pesquisa "O Comportamento dos Usuários na Internet" ouviu 1.000 moradores da cidade de São Paulo e constatou que 53,7% deles já tiveram o sono prejudicado por causa do acesso à internet, jogos on-line e redes sociais.
"A pessoa dorme menos porque está usando mais a internet", diz Renato Opice Blum, presidente do Conselho de IT Compliance e Educação Digital da Fecomercio à reportagem. "O brasileiro tem uma característica única: é muito atraído pelas redes sociais; somos o país do mundo que mais as usa."
Outro problema gerado pelo uso abusivo da internet foi encontrado pela pesquisa: 41,1% dos entrevistados disseram já ter passado por problemas de relacionamento afetivo causados por informações ou mensagens publicadas nas redes sociais -segundo o estudo, 41,2% dos usuários já conheceram alguém on-line para relacionamento.
No entanto, apenas 13,1% disseram já ter sofrido assédio, bullying ou algum tipo de perseguição virtual.
"Os pontos positivos ainda superam os negativos. O propósito das redes sociais é resgatar amizades antigas e colocar as pessoas em contato, e isso acontece. Por outro lado, os problemas são muito intensos. Quando há bullying, divulgação de imagens íntimas, é algo que vem com força total", explica Opice Blum.
Entre os aplicativos usados com mais frequência, a pesquisa aponta que os de relacionamento, como o Tinder, têm apenas 5,9% de público entre os entrevistados. Redes sociais ou apps de comunicação, como WhatsApp e Facebook, lideram o ranking, com 85,1%.
Os apps bancários aparecem na quarta colocação, com 36,8% dos entrevistados dizendo que os acessam com frequência. No entanto, só 1,7% diz que usa a internet para fazer transferências, pagar contas e conferir extratos.
O celular é o dispositivo mais usado para acessar a internet: foi citado por 70,1%. O computador de mesa ("desktop") aparece em segundo (16,7%), seguido pelo notebook (11,5%) e pelo tablet (1,6%).
Os resultados são semelhantes a uma pesquisa realizada em junho pelo Datafolha, sobre os hábitos digitais dos jovens brasileiros.
Outro foco da pesquisa da Fecomercio foi mostrar de que forma os usuários se protegem na web. A maioria (73,2%) diz que disponibiliza apenas informações básicas, como a cidade em que mora, idade e endereço de e-mail.
"Vimos que 73% dizem divulgar informação apenas de maneiras restrita. Mas o que seria isso? O brasileiro divulga mais informações que outros povos, e isso pode custar caro", diz Opice Blum. "Esse número é até pequeno; se houvesse conscientização maior dos riscos que há na internet, ele subiria para 90%".
Neste mês, o site Tudo Sobre Todos causou polêmica ao vender dados de pessoas que moram no Brasil -como nome completo, endereço e idade. Mas, para especialistas, o uso errado das redes sociais pode ser tão perigoso quanto o site no que diz respeito à proteção das informações.
Entre os pesquisados, 19,1% também disseram que são responsáveis por menores que acessam à internet. Destes, 85,1% afirmaram que o uso é controlado, geralmente com a presença de um responsável. Outros escolheram aplicativos que monitoram o uso.
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