sábado, 15 de agosto de 2015

Enem no Divã: bullying no ano de vestibular

Fonte: Universia Brasil

Nesta quinta-feira (13), a série ilustrativa Enem no Divã, da Universia Brasil, traz o tema bullying. As vítimas, geralmente, sofrem intimidação, agressão e humilhação e, na maioria das vezes, são descritas como pessoas pouco sociáveis, inseguras e com baixa autoestima. Quais as consequências disso durante a preparação para exames como o Enem? Mudar de escola é a solução? Os especialistas convidados da semana respondem
Maria da Conceição Coropos Uvaldo(psicóloga e coordenadora da orientação profissional da USP)

Para tentar resolver, a melhor dica é imaginar que a situação vai acabar, você vai mudar, sair daquele ambiente e ir para outro onde as pessoas não te conhecerão. Toda aquela história vai ficar ali e você vai poder começar outra. Não necessariamente vai acontecer a mesma coisa. Na verdade, o Enem pode ser o término de muito dos problemas. Pensar na faculdade como a possibilidade de não sofrer mais bullying e de ter relações diferentes com as outras pessoas pode ser um extremo motivador para estudar e ir bem no vestibular.
Em geral, o que paralisa o jovem é pensar que não conhecerá ninguém, porque ele está acostumado, estudou na mesma escola desde pequeno e de repente vai para um lugar onde ninguém o conhece. Para quem é vítima de bullying, pode ser uma experiência fantástica, já que é a chance de começar uma nova história.

Antonio Carlos Amador Pereira (psicólogo e professor da PUC-SP)

Se o ambiente está insustentável para o aluno, é o caso de considerar uma mudança de escola, mas antes é importante trabalhar para que aquilo seja resolvido dentro do grupo e da instituição em que ele está. A escola tem que ser sensível à existência do bullying e ter disposição para eliminá-lo do grupo. Agora, se você está em um ambiente que não se importa com isso, que não toma conhecimento e não dá uma resposta adequada, então é interessante considerar a possibilidade de outro que faça esse tipo de trabalho.


Helio Roberto Deliberador (psicólogo e professor da PUC-SP)

Mudar de escola pode ser uma estratégia. Dependendo do caso, uma mudança de ambiente pode ser favorável. Ela pode ser desejável porque recomeça um processo de relacionamento, um caminho de sociabilidade e isso pode trazer uma disposição mais favorável que combine mais com a família e com o jovem.


Sandro Caramaschi (psicólogo e professor da Unesp)

O melhor é sempre enfrentar o problema - a não ser que haja alguma coisa muito drástica, envolvendo violência física, por exemplo. Em um caso extremo, o jovem poderia mudar de escola. Na medida do possível, se puder administrar no próprio ambiente em que o aluno está com estratégias de enfrentamento, é melhor. De qualquer maneira, é bom que haja um acompanhamento. O que a gente vai perceber é que as pessoas acabam superando o trauma. Todas as crianças passam por pressões sociais, cobranças, em maior ou menor grau. Elas têm que aprender a resistir e enfrentar essas adversidades. Se mudar de escola a cada vez que surge uma dificuldade, vai desenvolver um mecanismo de fuga.

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