sábado, 17 de novembro de 2012

Escolas americanas iniciam alunos no exercício da democracia

image Matheus Sousa, 7 anos, aluno do segundo ano primário da escola Riker Hlll em Livingston (NJ), ficou feliz em computar seu voto para Obama

Obama vence também entre os eleitores mirins, com idade de 6 a 12 anos
As eleições presidenciais americanas de 2012 ocorreram de forma ordeira, dando uma tranquila vitória ao candidato do partido democrata, Barack Obama, que se reelegeu para o cargo máximo da maior economia e uma das maiores democracias do planeta.

Obama venceu também junto ao eleitorado mirim. Numa pesquisa junto às escolas de Livingston, New Jersey, um dos melhores distritos escolares do estado, observou-se que os alunos de 6 a 12 anos, do Kindergarten (pré-escolar) à sexta série, também preferiram o candidato democrata. As escolas da cidade de Livingston provocaram um debate entre os alunos, levando-os a apresentarem perguntas aos candidatos Obama e Romney, sobre temas que para eles são relevantes e fundamentais: Bullying (perseguição), aquecimento global, alergias, custo da educação e segurança nas escolas.

Esta iniciativa de "treinar" as crianças o quesito "voto", este que é o mais sublime ato democrático, e que justifica a força do sistema de governo adotado pelo país. A formação democrática deste cidadão começa nos bancos das escolas já nos primeiros anos. Vale lembrar que o cidadão norte-americano, diferentemente do brasileiro, não é obrigado a se registrar como eleitor ou mesmo votar, caso seja registrado.

Apesar de ter um número bem mais elevado que o Brasil, de pessoas em idade apta a votar, o número de eleitores americanos que se registraram e que comparecem às urnas é de um percentual bem menor dos que os que comparecem aos pleitos eletivos do Brasil.

Obama se reelegeu com um número de delegados (representantes de colégios eleitorais dos estados, que é proporcional ao número de habitantes daquele estado) bem acima do candidato Republicano Mitt Romney.

O resultado do voto popular, no entanto, teve uma diferença pequena entre os dois candidatos, como acontece na maioria das eleições presidenciais americanas, por ter somente dois partidos, e bem equilibrados.

Os democratas prevalecem nos Estados mais ricos e com maior nível de escolaridade, normalmente nas costas leste e oeste, e os republicanos vencem quase sempre nas zonas rurais no centro e sul do país.

Ao vencer uma eleição em um determinado estado, mesmo por diferença mínima de votos, o candidato vencedor leva todos os "delegados" daquele estado. Isto ocorre na grande maioria dos estados, podendo assim, dar o cargo de presidente a um candidato que tenha tido o maior número de "delegados", mas que possa ter tido o menor número de votos populares diretos.

Os partidos americanos tentam não forçar, "goela abaixo", candidatos que possam apresentar rejeição alta. Criaram o que pode se chamar de “Playoffs” das eleições presidenciais, que são as chamadas "eleições primárias". São eleições dentro do próprio partido para decidir quem será o candidato escolhido, por todos os representantes do partido, em todos os estados, e que irá então, competir na "final", contra o representante do partido rival.

As eleições presidenciais dos Estados Unidos geram muitas expectativas entre os norte-americanos e, em outros países, preocupações que normalmente resultam em variações bruscas nas bolsas de valores da maioria das nações, pois, dependendo de quem é eleito presidente, a economia mundial pode melhorar ou piorar, já que os Estados Unidos, como grande potência, influenciam na economia de muitos países.

É normal se deparar com artigos na grande imprensa mundial, trazendo resultados de pesquisas realizadas em vários países mundo afora, simulando a corrida presidencial americana. Apesar de simbólica apenas, estas pesquisas demonstram a expectativa e preocupação de todo o mundo quanto aos resultados das eleições americanas. Por causa desta importância e repercussão mundial do resultado de suas eleições presidenciais, é que os americanos investem no "treinamento" democrático do voto.

Matheus Sousa, 7 anos, filho de Kiko e Celisa Sousa, aluno do segundo ano primário da escola Riker Hlll em Livingston,  ficou feliz em computar seu voto para Obama: "Eu não quero mudar porque acho que Obama está fazendo um bom trabalho e gostaria de dar-lhe uma nova chance", disse Matheus que é muito ligado às artes.

Isabella Lima, 11 anos, aluna brilhante da quinta série, e artilheira do time de futebol da escola, filha de Roberto e Fabianne Lima, aluna da escola Burnet Hill, também em Livingston, igualmente votou em Obama: " Não votaria em Romney porque ele é contra os imigrantes e também contra casamento gay ". Sua irmã Clarice, a Cissa, de 9 anos, vai além, explicando também sua opção por Obama: " Romney só quer saber de aumentar impostos e não se preocupa com temas como educação".

Segundo Lisa Steiger, diretora da escola Burnet Hill em carta dirigida aos pais, os alunos são encorajados não apenas a escolher os candidatos, mas discutir suas campanhas e plataformas. Todo o processo eletivo é também discutido. É o exercício da democracia, plena, e efetuado através do voto secreto.

O número de eleitores registrados e votando nos Estados unidos vinha decrescendo entre as décadas de 60 e 90, quando decidiu-se investir na formação e educação dos jovens da importância do voto. A medida trouxe crescimento no número de eleitores que compareceram as urnas nas eleições presidenciais de 2000, 2004 e 2008.

 Ano       idade eleitoral        Votaram             %
1960      109,672,000      68,838,204    62.77%
1964      114,090,000      70,644,592    61.92%
1968      120,328,186      73,211,875    60.84%
1972      140,776,000      77,718,554    55.21%
1976      152,309,190      81,555,789    53.55%
1980      164,597,000      86,515,221    52.56%
1984      174,468,000      92,652,680    53.11%
1988      182,630,000      91,594,693    50.15%
1992      189,044,500    104,405,155    55.23%
1996      196,511,000      96,456,345    49.08%
2000      205,815,000    105,586,274    51.30%
2004      221,256,931    122,295,345    55.27%
2008      230,782,870    132,645,504    57.48%

Fonte: Brazilian Voice

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