quinta-feira, 16 de junho de 2011

Santa Úrsula nega negligência e afirma que houve acidente

A direção do Colégio Santa Úrsula negou as acusações feitas à imprensa de que a instituição teria sido negligente com um suposto caso de bullying, onde um menino de 9 anos teria caído no recreio da escola, batido num banco de cimento e sofrido traumatismo craniano no mês passado.

Segundo a denuncia feita ao Primeira Edição, a criança teria sido empurrada por um colega e, ao bater com a cabeça num banco de cimento, teria desmaiado. A escola teria proibido os demais alunos de comentar sobre o caso dentro da instituição.

Na manhã desta terça-feira (14), uma das diretoras do Santa Úrsula, Izabel Toledo, se mostrou surpresa com a denúncia e afirmou que a escola tem um diálogo aberto com as famílias de seus alunos. “Não proibimos que os alunos comentassem sobre o caso, só orientamos as crianças que estavam amedrontadas com o que estava sendo dito, para que elas voltassem suas atenções às aulas”, afirmou.

Sobre o fato do menino que supostamente teria agredido o colega ser reincidente, Izabel disse que não teria nem como julgar o aluno, já que não só ele, quanto a vítima do acidente, como a escola considera o fato, teriam sido matriculados na escola este ano. “Nós consideramos desde o começo que foi um acidente. Os dois alunos têm a mesma idade e, enquanto estavam brincando, um deles caiu e bateu com a cabeça. Fico surpresa de ver que um adulto pode julgar que uma criança de nove anos tenha premeditado esse comportamento, de causar uma lesão tão séria em um colega”, disse a diretora.

“Inclusive os pais dos outros alunos em nenhum momento procuraram a direção da escola para comentar sobre o fato, ou pedir explicações. Ninguém se mostrou com medo de voltar à escola, porque todos entenderam como um acidente. Não tem como evitar que crianças brinquem e se machuquem, é da natureza delas”, continuou.

O coordenador do colégio, Álvaro Leal, afirmou que a escola tem uma abertura total aos pais e que em nenhum momento foi negado uma conversa sobre o fato. “Quando qualquer pai percebe algo que considere errado, ele procura a escola para esclarecimentos. Estamos surpresos com a denúncia porque estamos acostumados a receber os pais na direção e não houve essa procura”, afirmou.

Para a diretora, o denunciante está tentando denegrir a imagem da instituição de ensino porque o menino acusado pela agressão não foi expulso imediatamente. “O próprio Conselho Tutelar que foi acionado pelo pai da criança machucada disse que não poderíamos expulsar a outra criança. Existe uma lei que protege a criança e precisamos agir com cautela. Não podíamos simplesmente expulsar a criança. Tem que ser resolvido com calma e não com a emoção”, opinou Izabel.

“Entendemos o sofrimento da família, mas temos que agir de forma coerente, e em nenhum momento deixamos de prestar assistência ao caso”, afirmou a diretora.

Izabel informou ainda que, por conta de toda esta situação, o menino acusado pela agressão foi transferido da escola. “A iniciativa veio dos pais”, disse.

A escola também desmente o fato do menino ter desmaiado no momento do acidente e que nunca registraram nenhum caso de bullying dentro da instituição. “O menino caiu e o pai chegou de imediato. A criança só mostrou que tinha algo errado quando vomitou, mas já tinha sido levado pelo pai. Nós, inclusive fomos ao hospital visitá-lo, mas não foi nos permitido conversar com o menino. Sobre registro de bullying na escola, desconhecemos”, conta Izabel.

Sobre as supervisões do recreio, o Santa Úrsula afirma que existe uma equipe de professores e orientadores gerenciando o intervalo das crianças. “Não queremos minimizar a gravidade do acidente, estamos abertos ao diálogo. Nossa equipe é formada por orientadores e psicólogos responsáveis. Não houve negligência, e sim um acidente”, voltou a afirmar a diretora. “

"Nós temos compromisso com a sociedade e somos um colégio que tem história. Os pais nos confiam seus filhos e o nosso dever é educá-los, não só na questão pedagógica, mas também como cidadãos”.


Fonte: Primeira Edição por Thayanne Magalhães

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