quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Mãe acusa escola de omissão após filho ser agredido por colega no RS

Segundo a família, garoto sofria bullying há mais de um ano; colégio nega

Caroline Apple, do R7
Mãe afirma que colega de escola deu um soco na cara de seu filho e escola foi omissaReprodução/Facebook
A cabeleireira Simone da Cunha Peixoto, de 45 anos, afirma que, depois de um ano sofrendo bullying, seu filho de 13 anos foi agredido dentro do Colégio Concórdia, em Porto Alegre, com um soco no olho. O garoto teve cortes ao redor do olho, por causa do óculos, e desvio da cartilagem nasal.
Simone conta que no dia 20 de outubro foi buscar o filho na escola e o encontrou machucado. O garoto contou que, durante uma brincadeira de "bolinho" (quando uma pessoa se joga sobre a outra), um garoto o agrediu, dizendo que ele não poderia brincar por ser gordo. Revoltada, a cabeleireira buscou explicações com o aluno, autor na agressão, que confirmou o fato, e com uma professora, que a levou para uma sala para conversar.
— Meu filho ficou machucado da hora do recreio até a hora da saída. Ninguém me ligou. Ele ficou 3h com um ferimento no rosto, sem amparo, e na mesma sala que o agressor. Ainda fui obrigada a ouvir de uma professora que meu filho que não absorve bem as coisas que acontecem com ele. Um colega chegou a mandar ele se matar, porque ele não cabia no mundo e que ninguém gostava dele. Como ele pode absorver uma coisa dessa?
A família do jovem entrou com uma ação criminal contra o colégio por omissão e conivência com o bullying. No dia do incidente, a mãe afirma que fez o Boletim de Ocorrência e levou o filho para fazer exame de corpo delito, onde foi constatado que o hematoma é condizente com um soco no olho.
Bullying
A mãe conta que, há quase um ano, o filho começou a sofrer bullying por ser gordo. De acordo com a cabeleireira, os problemas enfrentados pelo garoto foram levados mais de uma vez para uma das professoras, que não tomou providências.
— Na minha frente, ela era solidária, mas em sala de aula não via que meu filho estava sofrendo ataques dos colegas, que colocavam a culpa nele de qualquer coisa que acontecia. A professora, em vez de desconfiar, não acreditava em nada que meu filho falava e ele chorava. O único motivo dele chorar foi porque eu sempre o ensinei que quem manda em sala de aula é a professora e ele nunca a respondeu por causa disso. Do outro lado, ela, em vez de ajudar, tirava sarro, dizendo que ele já iria começar a chorar de novo.
Diretor de escola nega agressão
De acordo com o diretor do Colégio Concórdia, Sérgio Lutz, afirma que o jovem não foi agredido e que o colégio desconhece o suposto bullying vivido pelo aluno.
— Ele não apanhou na escola. Foi durante uma brincadeira de criança no pátio, onde houve uma trombada entre ele e um colega. Um se machucou mais que o outro. Foi isso.
O diretor ainda diz não ter conhecimento do processo e que os fatos apresentados pela mãe não correspondem com a verdade.
— A escola tem um bom relacionamento com a família e possui professores capacitados para identificar comportamentos abusivos entre os alunos. Lamentamos que pessoas usem menores para se promoverem.

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