A pergunta é postada no Google por 10 mil meninas adolescentes todos os meses. Não importa como elas realmente se pareçam nem o quanto seus pais digam que são lindas, todos os dias alguém dirá a elas que são feias.
O bullying real dos colegas se multiplica virtualmente e chega a todos os lugares e momentos de sua vida através das redes sociais. Elas nunca estão sós e as suas relações online estão longe de colaborar com a sua auto-estima. Este é o tema central da palestra para o TED da diretora global do projetoDove Self Esteem, a inglesa Meaghan Ramsey, que destaca dois pontos que contribuem para agravar o que já se considera em uma doença geracional:
1) A conexão permanente e a falta de filtros para a exposição e o bullying virtual, faz com que as garotas se sintam constantemente sob os olhares do mundo, julgando e sendo julgadas através de suas fotos e posts. Meaghan cita o comentário de uma mãe: “é como se elas estivessem em uma festa em seus quartos todos os dias”. A pressão social que isso acarreta é devastadora para a auto-estima.
2) A obsessão da mídia em reproduzir padrões irreais e inatingíveis de beleza: as modelos magérrimas, as celebridades com seus corpos e cabelos lisos sensacionais, suas peles e dentes perfeitos.
Meaghan traz ainda alguns dados de pesquisa assustadores:
- 60% das garotas não participam de esportes e atividades coletivas porque não se acham bonitas ou magras o suficiente;
- 30% não participam de debates em classe porque não querem chamar a atenção para si;
- Estudantes têm resultados piores em exames escolares quando não se acham suficientemente magras;
- 70% das mulheres não comparecem a uma entrevista de emprego se não estiverem satisfeitas com sua aparência.
E como podemos mudar esse quadro? A executiva da Unilever propõe três ações positivas:
1) Um projeto de educação e formação de auto-confiança nas crianças que possa superar as pressões da sociedade.
2) Nos tornarmos melhores exemplos para as garotas, pararmos de julgar as pessoas pela forma como se parecem, prestar atenção ao que dizemos sobre outras mulheres, cuidar do que postamos na rede.
3) Trabalharmos juntos, empresas, governo, comunidade e principalmente e mídia por um modelo diferente de avaliar e valorizar as pessoas que não seja pela beleza física.
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