Psicólogas debatem aumentos de plásticas na adolescência, bullying e acesso à internet
Rafael Gonzaga*
Internet
O aumento da globalização e do acesso à informação também é um fator que muda a forma como crianças se relacionam com a comunidade. Cerca de 97% das crianças brasileiras usam internet e cerca de 54% de crianças entre 6 e 9 anos têm Facebook no Brasil, mais que o triplo da média mundial. Para Daniella, o desafio atualmente está m permanecer próximo aos filhos, visto que a internet hoje acaba sendo um facilitador de um relacionamento mais superficial. “Os pais devem ter cuidado para que essa ferramenta seja usada de maneira positiva, sem perder o equilíbrio. É preciso respeitar a idade sugerida de filmes, de jogos, de sites”, avalia.
O uso de internet e eletrônicos deve ser restrito a no máximo duas horas por dia e, preferencialmente, deve-se evitar as duas horas que antecedem o momento de dormir. Gorayeb lembra que as crianças estão dormindo muito pouco atualmente, podendo gerar hiperatividade e déficit de aprendizagem. “O nível de excitação que estas atividades causam nas crianças é aditivo, e os danos são vários: falta de atividade física, ansiedade, lesões por esforço de repetição em dedos e punhos, perturbação do sono”, enumera a especialista
A psicóloga Daniella explica que os adultos precisam lidar com o desafio de educar ao mesmo tempo em que também estão aprendendo. “A criança precisa ter uma noção de que o mundo virtual pode ser tão real quanto o mundo do lado de fora do computador. Uma criança de seis ou sete anos talvez não tenha maturidade para perceber o quão real é o mundo virtual e quanto as conseqüências são reais. O estranho parece menos estranho por estar no computador, mas ele é tão estranho quanto o desconhecido na rua”, aponta.
Bullying
A questão do bullying é outro debate recente no universo da infância e da adolescência. De acordo com Daniella, é preciso avaliar a posição tanto de quem sofre, quanto de quem pratica. Segundo a psicóloga, por conta da internet, o bullying ultrapassou os muros das escolas. “O tamanho que isso toma hoje em dia é muito grande. A criança que sofre bullying pode sim entrar em depressão e se sentir profundamente invadida. Hoje nós temos delegacias de internet e as escolas têm se preparado bastante nisso de oferecer auxílio”, explica.
Para a psicóloga Maria Angela Gorayeb, o bullying está mais agressivo, física e emocionalmente. Segundo a psicóloga, é possível que haja influência dos filmes, da TV e do games, mas também faltam alguns aspectos educacionais na educação das crianças. “Os pais e a escola não devem tolerar o desrespeito pelo outro, a criança precisa saber se colocar no lugar do outro e imaginar o que ele está sentindo. A escola atualmente vive uma situação difícil, os pais estão super protetores e muitas vezes não ensinam os filhos a respeitar a autoridade de professores e funcionários, isto é um grande erro”, indica a especialista.
*Do programa de estágio do JB
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