A secretária de Educação, Ilza Mateus e técnicos da Semed participaram na tarde desta terça-feira (9) de audiência pública que debateu a construção de políticas públicas de prevenção ao bullying e violência no ambiente escolar.
O bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica praticados de forma intencional.
A audiência foi organizada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha, e reuniu vereadores e autoridades ligadas a área de Educação do município.
Convidada a fazer parte da mesa de autoridades, a secretária Ilza Mateus disse que debater o tema é fundamental para impedir a exclusão social do aluno, evitando que no futuro ele adote atitudes de vingança contra seus agressores.
“O bullying provoca sofrimento para a vítima e nós não sabemos o que esse sentimento pode provocar em sua vida. Não podemos permitir que ela não se sinta a vontade de viver em sociedade”, destacou.
Ilza Mateus ressaltou que a Secretaria Municipal de Educação desenvolve, em parceria com o Judiciário, Conselho Tutelar e OAB, projetos que coíbem a violência, além de trabalhar temas transversais que abordam a questão da violência no ambiente escolar.
Entre os projetos desenvolvidos nas unidades da Reme há a Justiça Restaurativa, que atende alunos do 6º ao 9º ano e que só este ano já atende 140 casos nas escolas participantes. O projeto busca a prevenção e a resolução de conflitos na escola através de diálogos desenvolvidos em círculos onde participam o mediador, a vítima e o agressor.
Já o Escola que Protege tem como foco combater o número excessivo de faltas e a evasão escolar, além dos casos de violência. A secretária ainda comentou sobre o Proceve, que também tem o objetivo de combater a evasão e oferecer respaldo a direção no que diz respeito à aplicação do regimento escolar e o Escola Segura, desenvolvido em parceria com a Guarda Municipal.
Além dos projetos, a Semed ainda trabalha temas transversais sobre a questão da violência e desenvolve projetos nas áreas de esporte e cultura nas unidades da Reme, com a proposta de fazer com que o aluno se sinta inserido no ambiente escolar, oportunizando uma convivência pacífica com os amigos.
“Precisamos empenhar nossos esforços para que nossos alunos tenham tranqüilidade para estudar e conviver em sociedade e só com a união das forças do poder público, pais e sociedade é que poderemos superar esses problemas que levam a exclusão”, destacou.
A coordenadora do programa Justiça Restaurativa nas escolas, Marcia Regina Soares, ressaltou a importância do trabalho, já que o bullying é uma prática constante nas unidades escolares. “Temos disseminado os dez valores do programa, que pregam o trabalho conjunto entre a comunidade, pais e professores. Acreditamos que trabalhando dessa forma, poderemos proteger nossas crianças”, ressaltou.
Marcia afirmou que só haverá uma mudança de comportamento entre as crianças e jovens, quando os adultos também reavaliarem sua postura. “A forma de evitar o bullying é discutir sobre ele, mas também precisamos trabalhar nossa mudança pessoal”, concluiu.
Para Ordalia Almeida, representante da reitoria da UFMS o debate sobre o bullying deve ser amplo, não focando apenas os adolescentes e crianças uma vez que, em sua opinião, os professores também estão envolvidos nas questões de bullying.
“A discussão precisa ser ampliada para sabermos o significado dessa prática na realidade social. Todos nós muitas vezes sofremos ou cometemos o bullying sem muitas vezes termos consciência disso”, afirmou.
Organizador da audiência, o vereador João Rocha encerrou o evento destacando que as discussões devem ter continuidade, focando no papel atual da família e escola.
“Temos que ter a humildade de reconhecer que estamos perdidos em relação a muitos temas. Precisamos refletir sobre muitos pontos e o nosso papel é provocar essa discussão para buscarmos a saída para esses problemas”, finalizou
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